capítulo 5...

Ao amanhecer, Roberth acordou e olhou para os dois jovens, Ryu e Manu, ainda sonolentos. Ele declarou com um tom firme:

_"Se não treinarem, não vão tomar café!" Então, ele estabeleceu a rotina:

100 flexões

100 abdominais

100 agachamentos

"Agora, pro chão!" ordenou ele.

Mesmo com os braços tremendo e o cansaço pesando, os dois começaram o treino, dando o máximo de si. Roberth, enquanto isso, preparou o café da manhã e sentou-se com uma xícara de café e alguns bolos. Ele os observava enquanto comia e provocava:

_ "Mais rápido, ou vou comer tudo!"

Os dois, vendo o bolo desaparecendo da mesa, perceberam que Roberth não estava brincando. Motivados pela fome, usaram todas as forças para terminar o treino, com a promessa de um café da manhã finalmente ao alcance.

-_-

Roberth pegou no anel e retirou suplementos para musculação, como proteínas, creatina e ômega 3. Ele jogou os suplementos no bolo e disse:

_ "Isso vai ajudar na recuperação de vocês."

Os dois jovens, com os olhos brilhando e a fome falando mais alto, literalmente caíram de boca no bolo, saboreando cada pedaço. Após se deliciarem, Roberth criou uma doze e entregou a Ryu, enquanto criava uma adaga para Manu.

_"Depois de comer, vamos praticar. Eu não preciso de peso morto!" declarou ele, com um sorriso determinado.

Os dois, agora com armas em mãos e cheios de energia, responderam em uníssono:

_"Sim, senhor!" A determinação estava estampada em seus rostos, prontos para o próximo desafio.

-_-

Durante uma semana, Manu e Ryu passaram por um treino espartano sob a orientação de Roberth. O esforço intenso e a dedicação os transformaram completamente. Antes magros e frágeis, agora seus corpos estavam definidos, evidenciando os músculos trabalhados em cada exercício.

Manu, apesar de ser pequena, se tornou ágil e rápida, manuseando sua adaga com a habilidade de uma verdadeira assassina. Seus movimentos eram precisos e rápidos, e ela se adaptou perfeitamente ao estilo de combate. Ryu, por outro lado, aproveitou sua estatura e força, tornando-se um excelente atirador com a doze, desenvolvendo uma técnica de caçador que o tornava temido no campo de batalha.

_"Vocês melhoraram bastante em uma semana," disse Roberth, observando seus progressos com orgulho. "Continuem assim, e teremos uma chance real de enfrentar o que está por vir."

A confiança estava crescente, e a determinação em seus olhos era um sinal claro de que estavam prontos para os desafios futuros.

-_-

Depois de um café da manhã reforçado, Roberth chamou Manu e Ryu e disse:

_ "Vamos ver se encontramos alguém útil nessa cidade." Caminhando pelos telhados, avistaram uma presença de vida mais à frente.

_ "Vamos checar," Roberth sugeriu.

Ao se aproximarem, encontraram um grupo de sete mulheres. Mesmo com roupas rasgadas e aparência abatida, havia algo de notável naquelas figuras. Ryu ficou vermelho, sem saber para onde olhar, enquanto Roberth manteve-se indiferente, avaliando a situação.

_"Vocês têm alguma habilidade?" perguntou Roberth, direto e prático.

Uma delas respondeu, com um olhar esperançoso:

_ "Fazemos de tudo. Vocês têm algo para comer?"

Roberth tirou alguns pacotes de pão do anel e entregou a elas. As mulheres pegaram os pães, os olhos brilhando com gratidão e alívio. Mas ele logo voltou sua atenção para seus companheiros.

_ "Vamos, Ryu e Manu. Parece que elas estão bem por agora." E, sem esperar mais, virou-se para seguir adiante, focado em sua missão.

-_-

As mulheres, percebendo que sua tentativa de seduzir Roberth havia falhado, voltaram sua atenção para Ryu, que logo ficou todo bobo com os sorrisos e elogios. Ele olhou para Roberth, quase implorando:

_ "Irmão, não podemos deixá-las sozinhas. Somos fortes. Por que não as levamos com a gente?"

As mulheres, fazendo caras de coitadas, tentaram reforçar o apelo.

_"Por favor, nos ajudem," disseram com vozes suaves.

Roberth lançou um olhar firme para Ryu e respondeu:

_ "Ryu, a única mulher que vai com a gente é a Manu."

Manu ficou corada, surpresa com a afirmação.

_ "Mas, se você quer essa responsabilidade, elas serão suas," continuou Roberth.

Ryu, batendo no peito com confiança, disse:

_ "Eu dou conta!"

Roberth estreitou os olhos e olhou para as mulheres.

_ "Tudo bem, então. Elas são suas agora," disse, sabendo que essa decisão traria lições amargas.

Como um manipulador experiente, Roberth entendia as consequências, mas permitiu que Ryu aprendesse por conta própria, certo de que essa experiência o marcaria profundamente.

-_-

Roberth havia preparado três mochilas com suprimentos, uma para cada um — ele, Ryu e Manu. Eram mochilas de acampamento, projetadas para carregar bastante peso. Graças ao treinamento intenso, os três tinham força suficiente para carregá-las sem dificuldades, mesmo Manu, que, apesar de medir 1,64m, tinha agora um corpo bem preparado para o peso.

Ele sabia que, em um mundo apocalíptico, havia regras fundamentais que nunca poderiam ser ignoradas. Eram lições duras, mas necessárias para sobreviver:

Primeira regra: Não tenha pena de ninguém. A compaixão, nesse contexto, pode ser fatal. Quem hesita por simpatia logo se arrepende.

Segunda regra: Nunca ande com suprimentos à mostra ou revele a localização deles. Em tempos como esses, suprimentos são o recurso mais cobiçado. Revelar essa informação pode transformar qualquer um em alvo.

Terceira regra: Nunca durma completamente. Mantenha um olho aberto se possível. Dormir com alguém por perto só é seguro se você souber que essa pessoa não vai te trair — porque, ao dividir o sono, sua vida está diretamente nas mãos dela.

Roberth entendia bem a natureza humana. Sabia que, às vezes, os próprios humanos poderiam ser mais perigosos que os demônios. Ele enxergava além das máscaras e aparências que as pessoas tentavam exibir, especialmente em situações extremas.

Homens inexperientes e carentes eram particularmente vulneráveis, e ele conhecia o risco que corria ao permitir que Ryu tomasse suas próprias decisões. Ele só esperava que o amigo aprendesse a tempo.

-_-

Enquanto procuravam um lugar seguro para passar a noite, as mulheres não perderam tempo e cercaram Ryu, trocando carícias e beijos em suas bochechas. Roberth apenas observava a cena de longe, e Manu parecia preocupada com o irmão.

Notando a expressão dela, Roberth sorriu e fez um cafuné para tranquilizá-la, dizendo:

_“Seu irmão não é mais uma criança, Manu. E ainda é de manhã. Vamos manter a calma.”

Foi então que Manu avistou um restaurante de três andares, aparentemente com o terceiro andar intacto.

_“Roberth, achei um lugar ótimo,” disse ela, animada.

Roberth concordou, examinando o prédio.

_“Parece um bom lugar.”

Ao chegarem ao terceiro andar, perceberam que estava surpreendentemente preservado. Parecia ser a área VIP do restaurante, com cinco quartos disponíveis.

Roberth tomou a frente e instruiu Manu:

_ “Dê uma olhada nos quartos para garantir que não tem ninguém escondido ou zumbis por aí. Melhor prevenir do que remediar.”

Manu assentiu e começou a vasculhar o andar.

Ryu, se aproximando de Roberth, perguntou:

_ “E eu, irmão, o que faço?”

Roberth respondeu com um tom leve:

_ “Vai preparar os quartos para as suas... amigas.”

Corando, Ryu tentou justificar:

_“Elas são só amigas, irmão.”

Mas, antes que pudesse dizer mais, as mulheres o chamaram e ele rapidamente foi atrás delas.

Enquanto Manu inspecionava o local, Roberth encontrou a cozinha. Havia um fogão ainda conectado ao gás, e ele encontrou uma panela de qualidade, perfeita para preparar uma boa refeição. Ele tirou a carne salgada e, após lavá-la na pia que ainda tinha um pouco de água, começou a cortar alguns legumes.

Colocou tudo na panela com um pouco de água, tampeou e deixou cozinhando. Depois, sentou-se à mesa e começou a cortar algumas maçãs enquanto esperava a carne ficar pronta.

Aos poucos, o cheiro do cozido começou a se espalhar pelo andar, trazendo uma sensação de conforto e familiaridade em meio ao caos.

-_-

> Continua...

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