Capítulo 2

Roberth levantou a mão, e a esfera azul brilhou intensamente, irradiando uma energia que se espalhou pelo mundo. Em segundos, alimentos e água começaram a desaparecer, arrancados das despensas, das prateleiras e dos esconderijos dos poderosos e privilegiados. O caos tomou conta. As cidades que antes ostentavam riqueza agora eram zonas de desespero, com as pessoas clamando por comida, por uma gota de água. A sociedade desmoronava, e a quinta guerra estourava nas ruas, nos becos, nos próprios lares.

Entre os menos afortunados, aqueles que antes sofriam, um estranho sentimento de satisfação surgiu. O que antes parecia inalcançável agora desmoronava diante de seus olhos. A injustiça se revertia, e os poderosos provavam do mesmo veneno que haviam servido ao mundo.

Roberth observava a destruição que causara, com um misto de satisfação e vazio.

_"Se o bem foi derrotado, então não resta mais nada," murmurou para si mesmo. "É hora de destruir tudo e apagar essa ilusão."

Ele ergueu a esfera novamente, que agora envolvia o mundo com uma luz azul, anunciando a destruição final. Mas, de repente, ele sentiu um toque suave em seus ombros. Antes que pudesse reagir, os braços da deusa o envolveram, trazendo-o para perto. Ela inclinou a cabeça para perto de seu ouvido e sussurrou com um sorriso perigoso:

_ "Fiquei apaixonada por você, Roberth."

Ela riu suavemente, o som carregado de um tom obscuro e sedutor.

_"Mas lembre-se, esta foi sua única chance de usar esse poder para a destruição. Eu quebrei as regras por você, e agora há um preço a pagar. Não se preocupe... Eu vou cuidar bem de você," sussurrou, ainda mais próxima. "Você vai me pagar com o que tem de mais precioso."

Ele se virou, mas ela já o segurava firmemente, seus olhos refletindo o mesmo caos que ele havia criado. E, no fundo de si, Roberth percebeu que ele não havia manipulado a deusa como imaginara; talvez ele fosse apenas mais uma peça em um jogo ainda maior.

-_-

Roberth se desvencilhou levemente do abraço da deusa e a encarou com um olhar desafiador. "Então é isso? Virei uma peça no seu jogo, mas vou fazer do meu jeito."

A deusa apertou o abraço ao redor dele, puxando-o ainda mais para perto, como se temesse perdê-lo. "Você é meu agora," ela sussurrou, os olhos brilhando com uma intensidade que misturava possessividade e admiração.

_ "Faça do seu jeito, mas entenda: você precisa evitar a destruição do meu mundo. Eu não posso interferir diretamente nele. É uma das regras primordiais do universo."

Roberth a observou, intrigado.

_"Quanto tempo se passou desde a invasão zumbi?"

Ela olhou para ele com uma expressão séria, mas uma faísca de ironia em seus olhos.

_ "Faz apenas três meses. Ainda é bem recente. O caos ainda se espalha, e estou limitada ao que posso fazer. Por isso, eu estava procurando alguém que valesse a pena. Alguém que tivesse a força para desafiar as regras e fazer o que eu não posso."

"Até que me encontrou," ele completou, absorvendo as palavras dela. Por um instante, ele ponderou suas opções. Roberth já havia visto o que o mundo se tornara e sentia o peso das tragédias que vivera. Mas agora, com esse poder em suas mãos, sabia que a decisão de salvar ou não o mundo estava em suas próprias condições.

_"Se é pra evitar a destruição, vou precisar de mais do que só um armazenamento infinito. Vou precisar de uma força que eles nunca viram antes," Roberth disse, avaliando o quanto poderia arrancar da deusa para seus próprios fins.

Ela sorriu, satisfeita com o desafio que se aproximava.

_ "Peça o que quiser, desde que mantenha meu mundo de pé. Eu te darei o poder que precisa, mas lembre-se: você agora caminha em uma linha fina entre criação e destruição. Queimar um mundo é fácil, mas moldá-lo... Esse é o verdadeiro teste."

E, assim, com a promessa de poder e as regras que ela lhe impunha, Roberth partiu, determinado a fazer as coisas à sua maneira, mas ciente de que a deusa o vigiava. No fundo, ele sabia que, se tivesse que salvar o mundo, seria com a mesma brutalidade com que havia jurado destruí-lo.

-_-

A deusa passou a mão pelos cabelos de Roberth, fazendo um cafuné quase carinhoso. "Posso te dar mais uma habilidade," disse ela, enquanto seus dedos deslizavam suavemente.

_ "Qual vai querer?"

Roberth não hesitou.

_ "Quero a habilidade de criação. Usarei os destroços desse mundo para erguer cidades no céu. É difícil reconstruir o que já foi destruído, mas criar do zero é muito mais fácil. Além disso, preciso me preparar para algo que está nas sombras. Já assisti a muitos animes, e sempre tem alguém agindo nas sombras."

Ele parou por um momento, olhando para ela com um sorriso sarcástico.

_"Foi assim que começou a invasão zumbi no seu mundo, não é, deusa?"

Ao ouvir isso, a expressão da deusa mudou. Seu rosto ficou vermelho, e veias começaram a pulsar em sua testa, revelando uma raiva intensa.

_ "Quem foi o filho da pu** que teve a audácia de invadir o meu mundo?!"

Roberth não pôde deixar de sorrir, satisfeito em ver que, por trás da fachada calma e controlada, a deusa também tinha suas próprias preocupações e fúrias. "Agora estamos na mesma página," ele comentou, cruzando os braços. "Se há alguém nas sombras, você melhor se preparar, porque o seu mundo está prestes a ficar ainda mais complicado."

A deusa respirou fundo, tentando recuperar a compostura, mas a chama em seus olhos indicava que ela estava longe de se acalmar. "Roberth," ela falou, com uma intensidade renovada, "você terá o poder de criação que pediu, mas vou precisar que você se prepare para o pior. Se alguém ousou invadir meu domínio, então vamos mostrar a eles o que acontece quando brincam com deuses e seus escolhidos."

-_-

Roberth deu um leve beijo na bochecha da deusa e, com um sorriso travesso, comentou:

_ "Até te daria uma chance, mas é a primeira vez que sinto medo de uma mulher tão linda."

A deusa, com um sorriso que misturava charme e um toque de perigo, respondeu:

_ "Que fofo. Então, você está interessado em mim, é? Mas se quer algo de verdade, vai ter que me provar que vale a pena. Suas tentativas de mexer com meu coração são até adoráveis, Roberth."

Ela inclinou a cabeça, os olhos brilhando com uma emoção maliciosa.

_ "Meu coração quase parou me olhando assim."

Roberth riu, aproveitando o jogo entre eles.

_ "Deusa, me manda logo pro seu mundo. Temos muito o que fazer e, se você quer provas, vou mostrá-las lá."

Ela o olhou profundamente nos olhos, uma faísca de cumplicidade crescendo entre eles. "Finalmente encontrei minha alma gêmea," murmurou, e com um estalar de dedos, tudo ao redor começou a distorcer e mudar.

Em um instante, Roberth sentiu-se puxado para uma nova realidade, onde o ar carregava um cheiro de terra e cinzas. Ele se preparava para um mundo caótico, mas agora tinha poder e determinação para agir. A deusa o olhava de longe, observando atentamente cada movimento seu, ciente de que sua escolha finalmente havia sido feita.

Ali, entre ruínas e sombras, Roberth estava pronto para usar suas habilidades e construir o que quisesse—do seu jeito. Afinal, salvar ou destruir aquele mundo agora estava em suas mãos, e ele pretendia aproveitar ao máximo essa nova aventura, sabendo que a deusa estaria ao seu lado para testá-lo e provocá-lo em cada passo.

-_-

> continua...

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