{A Tensão Crescente}
Era uma tarde de sexta-feira quente, e a mansão Ferraz estava um caos. Isabela havia acordado cedo para ajudar sua mãe, mas o trabalho de preparar o salão para o jantar de gala daquela noite parecia estar consumindo toda a sua energia. A sala estava cheia de flores frescas, velas e toalhas de linho, e ela sabia que sua tarefa seria garantir que tudo estivesse perfeito, mas a última coisa que queria era cruzar com Arthur.
Isabela estava no jardim, concentrada em organizar um arranjo de flores, quando ouviu passos lentos e descontraídos se aproximando. Ela suspirou, já sentindo a tensão tomar conta de seu corpo. Quando se virou, não se surpreendeu ao ver Arthur parado à sua frente, com os braços cruzados e aquele sorriso provocador.
— E aí, Isabela, qual o segredo dessas flores? Estão tentando te conquistar, ou você está tentando conquistar elas? — A voz de Arthur era brincalhona, mas o olhar dele era intensamente fixo nela.
Ela forçou um sorriso que não chegou a atingir seus olhos.
— Se você vier aqui para fazer piadinhas, pode ir embora. Estou ocupada.
Arthur deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles. A proximidade repentina fez Isabela prender a respiração por um segundo, mas ela não cedeu. Tentou se concentrar nas flores, mas não conseguiu evitar sentir a presença dele como uma sombra, algo que a observava, a estudava.
— Sempre tão impaciente. Eu só estou tentando fazer uma conversa interessante, mas vejo que não estou conseguindo. — Ele não parecia intimidado com a frieza dela. Pelo contrário, parecia mais desafiado.
Isabela olhou para ele, uma mistura de raiva e confusão tomando conta de seus pensamentos.
— Talvez você devesse tentar ser um pouco mais... normal, sabe? Parar de achar que todo mundo ao seu redor está aqui para te agradar. Não estou aqui para isso.
Ele sorriu, como se as palavras dela fossem um desafio, não uma repulsa.
— Você é diferente de todas as outras. Isso é o que eu mais gosto em você. — A sinceridade no tom dele a fez sentir um arrepio. Não que ela fosse se deixar enganar por suas palavras. Ela sabia que ele não era uma pessoa de confiar, mas, ainda assim, havia algo na maneira como ele falava que a deixava inquieta.
Ele pegou uma das rosas do arranjo, passando os dedos pela pétala com um cuidado quase excessivo.
— Flores, Isabela? Talvez eu tenha subestimado você. Achei que fosse mais do tipo que gostasse de coisas mais... sofisticadas.
Isabela franziu a testa, tentando se distanciar emocionalmente da conversa.
— As flores são para decorar o salão do evento de hoje à noite. E não, não estou tentando impressionar ninguém com elas. Só estou fazendo meu trabalho.
Arthur riu baixinho, a gargalhada abafada pela tensão no ar. Ele dava um passo mais perto, e a frieza de Isabela não parecia afetá-lo.
— Você tem certeza disso? Porque é difícil acreditar que alguém que tem uma língua tão afiada não tenha um pouco de prazer em desafiar as pessoas.
Isabela suspirou, fechando os olhos por um momento, tentando encontrar a paciência que estava se esvaindo rapidamente. Ela não queria mais falar com ele. Não queria ser mais uma das suas vítimas de provocações. Com um movimento rápido, ela pegou a cesta de flores e tentou sair do jardim, mas ele bloqueou seu caminho.
— Não me deixe esperando, Isabela. Vamos ser honestos um com o outro. Algo diz que você está mais interessada em mim do que deixa transparecer.
Ela olhou para ele com incredulidade. Como ele podia ter a audácia de dizer aquilo com tanta confiança? Ele nem ao menos sabia quem ela era.
— Eu estou interessada em... fazer o meu trabalho — respondeu com a voz mais controlada que conseguiu. Mas, ao dizer isso, ela sentiu um nó na garganta. Não queria admitir, mas havia algo em Arthur que mexia com ela de uma maneira que ela não conseguia entender.
Arthur então se aproximou um pouco mais, o olhar dele fixo em seus olhos. A proximidade era desconfortável, mas, ao mesmo tempo, provocava algo dentro dela. Algo que ela não sabia como lidar.
— Você acha que vai me afastar com essas palavras duras, Isabela? Acho que você sabe o que está fazendo. Talvez você só precise admitir para si mesma. — Ele estava tão perto agora que ela podia sentir o calor dele, e, por um momento, quase esqueceu onde estava.
Ela deu um passo para trás, recuperando a compostura.
— Eu não preciso de você para nada, Arthur. Não venha com essas tentativas de me manipular, porque não vai funcionar.
Ele não respondeu imediatamente. Em vez disso, observou-a com um olhar curioso e pensativo, como se estivesse tentando desvendar algum segredo que ela estivesse escondendo. Finalmente, ele deu um sorriso enigmático.
— Veremos.
Isabela o ignorou e passou por ele, mas, ao dar o primeiro passo, ouviu uma última provocação:
— A noite está apenas começando, Isabela. Não vou desistir de você tão fácil assim.
Isabela pensava que, ao finalmente escapar da interação com Arthur, teria um pouco de paz. Mas seu alívio foi curto. Quando entrou na cozinha para se refugiar, encontrou Mariana, a ex-namorada de Arthur, esperando por ela, com um sorriso ligeiramente venenoso no rosto.
— Olha quem decidiu aparecer. — Mariana disse, se aproximando com a arrogância de sempre.
Isabela não teve paciência para os jogos de Mariana.
— O que você quer, Mariana? Eu já disse que não tenho interesse em Arthur.
Mariana olhou para ela com uma expressão de desdém, como se não acreditasse nas palavras de Isabela.
— Não se engane, querida. Arthur só brinca com você porque ele gosta de desafios. Mas você não é nada mais que uma distração para ele. Não vai durar muito.
Isabela manteve a calma, embora por dentro estivesse dividida.
— Arthur pode fazer o que quiser. Não me importa. E, para ser sincera, você deveria parar de se preocupar comigo.
Mariana deu uma risada baixa, aproximando-se o suficiente para sussurrar em seu ouvido:
— Você não está em posição de desafiar ninguém. Ele sempre volta para mim, e isso não vai ser diferente.
Com isso, Mariana se afastou, deixando Isabela com uma sensação incômoda de incerteza. Ela sabia que Mariana estava tentando provocar, mas a sensação de que as coisas estavam começando a fugir do controle a incomodava profundamente.
À noite, a mansão estava cheia de convidados elegantes, mas Isabela mal conseguiu se concentrar no trabalho. Entre os sorrisos falsos e conversas vazias, ela sentia a presença de Arthur em cada canto. Ele estava lá, no centro de tudo, como sempre, encantando as pessoas ao seu redor, mas seu olhar... seu olhar sempre voltava para ela.
Durante a noite, ele se aproximou enquanto ela estava ajustando as velas na mesa. Ele não precisou dizer nada para que ela soubesse que estava ali apenas para perturbá-la.
— Está se divertindo, Isabela? — Arthur perguntou com um tom de sarcasmo.
Isabela não olhou para ele.
— Eu estou apenas fazendo o que me pediram. Ao contrário de você, que está só se exibindo.
Ele se inclinou mais perto, suas palavras agora mais baixas, mais próximas de um sussurro:
— Você não está enganando ninguém. Eu vejo o quanto você está se controlando. Eu sei que você quer mais.
Isabela se virou abruptamente, encarando-o com fúria.
— Você não sabe nada sobre mim, Arthur. Não sabe nada do que estou passando.
Arthur, como sempre, deu um passo atrás, mas o sorriso dele nunca deixou de estar presente.
— Eu sei o suficiente para dizer que você vai acabar se apaixonando por mim.
Isabela olhou diretamente nos olhos dele, um olhar feroz e desafiador.
— Duvido.
Continua...
♡
O spoiler para o nosso próximo capítulo:
O jogo entre Isabela e Arthur continua, mas a linha entre provocação e sentimento começa a se desfazer. Enquanto Mariana tenta garantir que Arthur nunca se distancie dela, Isabela começa a questionar o que realmente sente.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Dulce Gama
tô amando muito só não queria que Isabella caísse no jogo do Arthur ele se acha 🌹🌹🌹🌹🌹❤️❤️❤️❤️❤️👍👍👍👍👍
2024-12-30
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