Algumas horas depois – Sinal de saída
O som do sinal ecoa, anunciando o fim das aulas. Hayashi, rapidamente se levanta para trocar os sapatos e ir embora. Na entrada, enquanto se abaixa, sente um olhar persistente sobre si.
Levantando os olhos, ele vê Aoki o observando. Por um breve segundo, seus olhares se cruzam, e Aoki vira o rosto rapidamente, como se tivesse sido pego no flagra.
Hayashi não diz nada, apenas termina de se arrumar e sai sem olhar para trás.
Na saída – Conversa entre amigos
Ishida, percebendo a inquietação de Aoki, provoca:
“E aí, mano, foi você que fez aquela corte na boca do Hayashi?”
Aoki força um sorriso, tentando parecer descontraído:
“Eu? Claro que não… mas bem que poderia.”
Takahashi, mais sério, o encara:
“Então o que aconteceu?”
Aoki, já na porta da escola, ergue os ombros como se não se importasse:
“Nada de importante. Vamos esquecer esse assunto. Na real, vamos esquecer que esse cara existe.”
Ishida troca um olhar desconfiado com Takahashi, mas decide não insistir no assunto. Os três continuam o caminho.
Caminho para casa – Hayashi
No caminho de volta, Hayashi mergulha nos próprios pensamentos.
“Eu não sei o que é pior… ir para o colégio ou voltar para aquela casa vazia.”
Ao chegar, ele abre a porta e sente o aroma familiar de comida caseira. Na cozinha, seu irmão mais velho, Shin, está preparando algo.
“Bem-vindo de volta, Itsuki. Como foi o primeiro dia?” — pergunta Shin sem tirar os olhos do fogão.
“ Normal.” — responde Hayashi, bufando, enquanto tenta passar direto em direção ao quarto, com a cabeça baixa para esconder o corte no lábio.
Shin, percebendo o comportamento estranho, insiste:
“Senta aí. Vamos comer.”
“Vou comer no quarto.” — Hayashi tenta esquivar\-se, mas Shin é firme:
“Não vai não. Senta aí.”
Relutante, Hayashi obedece e se senta à mesa, ainda evitando o olhar do irmão.
Shin começa a servir curry, a receita favorita deles, aquela que sua mãe costumava fazer. Hayashi para, surpreso, e o encara com um olhar cheio de emoção e dor.
“Fazia tempo, né? “ — diz Shin com uma voz serena.
“É… já fazia… “ — responde Hayashi, com a voz trêmula.
Eles comem em silêncio, compartilhando um momento agridoce. A alegria de saborear algo que os conecta ao passado é abafada pela tristeza de saber que nunca mais será o mesmo.
Quando terminam, Shin quebra o silêncio:
“Então… vou ter que perguntar o que aconteceu com seu rosto, ou você vai contar?”
Hayashi hesita, envergonhado:
“Eu… caí e me machuquei.”
Shin estreita os olhos e rebate, sério:
“Você acha que vou cair nessa? Se esforce mais na mentira, Itsuki.”
Hayashi suspira, se levanta para começar a limpar a mesa, e murmura:
“Você nos trouxe para cá para fugir dos boatos, mas como eu disse… eles nos encontrariam em qualquer lugar.”
Shin leva as mãos ao rosto, exausto, e solta um suspiro pesado:
“Já chegaram até aqui? Tão rápido assim…”
Hayashi olha pela janela da cozinha, que dá vista para a floresta nos fundos da casa. Sua voz sai baixa, quase um sussurro:
“É, mano. Essa será minha vida… para sempre. Não importa para onde eu corra, as sombras sempre vão me alcançar.”
Por um instante, ele fica imóvel, encarando o quintal. Um flash rápido de memórias invade sua mente: ele correndo e brincando ali, junto com os pais, quando ainda era uma criança.
Caminho para Casa – Aoki
Aoki e Ishida se despedem de Takahashi no ponto de ônibus. Os dois continuam caminhando juntos, conversando sobre os clubes que pretendem entrar.
“ Acho que vou manter o mesmo do ano passado, atletismo. Vou focar nas corridas.” – diz Aoki com um sorriso relaxado, mas seus olhos carregando uma expressão de confiança
Ishida já sabendo a resposta pergunta:
“ Vai continuar na modalidade de fundo?”
Aoki confiante, acenando com a cabeça, o sorriso se ampliando em um gesto quase arrogante, mas sem perder o tom brincalhão:
“ Claro! Eu sou o único que pode trazer um ouro nessa modalidade. Ninguém tem a capacidade que eu tenho!”
Ele faz uma pose exagerada, colocando uma mão na cintura e se erguendo de maneira dramática, como se estivesse no centro de um palco. O sorriso se torna um pouco mais largo, e os olhos azuis brilham com humor e autoconfiança.
Ishida ri, mas admite:
“ Você se acha demais, mas pior que é verdade. Você é bom nisso.”
Aoki também pergunta ao amigo:
“ E você, mano? Vai ficar no clube de artes ainda?”
Ishida dando um leve sorriso de canto, seus olhos suavizando, uma expressão mais tímida, mas ainda confortável com Aoki, diz:
“Acho que sim… Mas o Takahashi me convidou para o clube de natação também. Ele disse que reparou que eu sou bem rápido nadando.”
Aoki encarando Ishida com um olhar curioso, os olhos ligeiramente arregalados em um misto de surpresa e interesse, levantando uma sobrancelha, sinalizando que estava processando a informação.
Ishida, percebendo, rapidamente se explica:
“ É… Ele reparou isso naquelas vezes em que íamos nadar naquele lago no meio da floresta, lembra?”
Aoki sorrindo amplamente, seus olhos se estreitando de forma divertida e um pouco afetuosa, como se estivesse apreciando a aproximação entre Ishida e Takahashi, mas ao mesmo tempo reconhecendo a habilidade de Ishida, com um tom descontraído diz:
“Boa, Ishida. Vocês dois formam uma boa dupla.”
Ishida abaixa a cabeça em um movimento sutil, um sorriso de canto presente em seu rosto, mas com os olhos focados no chão, e uma leve cor de vergonha surgindo em suas bochechas.
E os dois continuam caminhando em silêncio ao lado, os passos ecoando suavemente no silêncio da rua.
Logo em seguida, Aoki se despede de Ishida com um aceno de cabeça e continua o caminho sozinho. As ruas estão ainda mais silenciosas. Aoki mora um pouco mais adentro da floresta, que logo começa a ficar mais densa.
Enquanto caminha, Aoki não consegue evitar que sua mente divague para Hayashi. Ele se lembra do olhar distante de Hayashi, seus olhos parecendo perder-se em algum lugar muito distante, como se estivessem carregando um peso invisível.
Aoki pensando, sua expressão se tornando mais séria e confusa, com os lábios apertados e a testa franzida, tentando entender o que poderia ter ocorrido com Hayashi, mas sem conseguir encontrar uma explicação:
“ Ah… O que será que aconteceu com ele?”
A memória das palavras do aluno do terceiro ano volta à sua mente, como um eco persistente que ele não consegue ignorar.
Aoki continua pensando, ainda mais intrigado, os olhos se estreitando com desconforto, seu corpo tenso enquanto caminha, sentindo um peso crescente nos ombros, como se estivesse tentando entender algo que parecia estar além de sua compreensão:
“ E o que aquele senpai quis dizer quando chamou ele de ass@ssino?”
De repente, ele para no meio do caminho e passa as mãos pelo rosto, tentando afastar os pensamentos.
Aoki irritado consigo mesmo, seu rosto contorcendo-se em frustração, os lábios se apertando e um leve suspiro saindo por entre seus dentes:
“Ah, por que eu tô pensando nele de novo?”
Ele bate de leve no próprio rosto com as duas mãos, tentando se distrair, como se pudesse simplesmente se livrar da preocupação. Sua expressão se torna ainda mais tensa, mas depois ele diz para si mesmo, com uma voz baixa e quase imperceptível:
“Esquece!”
Com a decisão tomada, ele ergue a cabeça e segue em frente, o som de seus passos ecoando pela estrada silenciosa, cada passo parecendo mais resoluto, mas com a sensação de que a questão sobre Hayashi ainda permanecia com ele.
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Atualizado até capítulo 119
Comments
Phoebe
Estou completamente viciada nessa história, atualize logo! 🤩
2024-12-28
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