Capítulo 02: Jogo de Sedução

Ele abre a porta do carro para que eu saia, e nossos corpos ficam a apenas dois palmos de distância. Então se aproxima, e pelo jeito como seus olhos encaram meus lábios, sei exatamente o que ele está prestes a fazer. Não quero que isso aconteça agora. Além disso, Diego não merece que eu o traia assim, então decido quebrar o momento antes que ele avance mais.

— Quando você vai para Toronto? — pergunto, desviando o olhar para não encarar diretamente sua expressão cheia de expectativa.

— Em três dias — ele responde, me pegando completamente de surpresa. Isso significa que preciso apressar meus planos.

— Nossa, mas por que tão rápido? — pergunto, tentando soar casual, enquanto faço meu melhor olhar triste.

— O psicólogo que vou substituir precisou adiantar a viagem, então... em três dias não vamos mais nos ver. — Sua voz carrega um tom de melancolia, mas tudo o que sinto é pânico por precisar resolver tudo antes do esperado. Meus olhos começam a marejar, mas não é por ele. É por Diego. Só de pensar em deixá-lo, meu coração aperta.

— Você está chorando? É por eu estar indo embora? — ele pergunta, visivelmente tocado pela cena.

— Sim... você é o único que me entende, que nunca se importou com minha classe social e sempre me apoiou durante esses anos. Ter que me despedir de você, professor, é doloroso demais... E eu... — deixo as palavras no ar, enquanto lágrimas genuínas escorrem, ainda que não sejam por ele.

— Você o quê? O que ia dizer? — ele insiste, seus olhos buscando respostas nos meus.

— Nada, professor. Não faz sentido dizer agora que você vai partir. — Minha voz falha deliberadamente, deixando um tom de mistério que sei que o deixará intrigado.

— Por favor, me diga. O que você ia falar? — Ele insiste mais uma vez, visivelmente envolvido.

— Tenho vergonha de dizer... mas... você é muito especial para mim, de uma maneira que nem consigo descrever. — Meu tom melancólico parece atingir seu coração. Pelo brilho em seus olhos, sei que ele está convencido de que estou apaixonada por ele.

— Você também é muito especial para mim — ele confessa, sorrindo de forma radiante. — Quero te fazer uma proposta, mas prefiro conversarmos com calma. Que tal almoçarmos juntos amanhã?

Bobinho, caiu direitinho. Homens são tão ingênuos... Basta uma demonstração de afeto vinda de uma mulher bonita para perderem toda a razão.

— Nos vemos amanhã, então. Já está tarde, e preciso ir. Mais uma vez, obrigada por tudo, meu querido e amado professor. — Dou um passo à frente e o abraço, permitindo que meus lábios rocem de leve seu rosto. Ao me afastar, percebo o volume em sua calça. Ele está completamente afetado pelos meus gestos de “carinho inocente”. Só que não.

— Boa noite, minha melhor aluna — ele diz, enquanto eu me afasto com um sorriso discreto. Aceno e caminho em direção ao povoado, jogando um olhar por cima do ombro. Lá está ele, me observando, com o desejo estampado em seu rosto.

Entro em casa e me deparo com as paredes descascadas, que parecem zombar de mim, lembrando-me de cada dificuldade que enfrento. O cheiro de mofo no ar me enoja, mas ignoro, tirando o vestido da formatura com cuidado para não rasgá-lo. É o único bonito que tenho. Enquanto me preparo para o banho, minha mente é invadida por pensamentos confusos.

Pedro decidiu adiantar sua ida para Toronto, e isso virou minha cabeça de ponta-cabeça. Ele é minha chance de escapar desse lugar e ter uma vida melhor, mas deixar Diego… Meu coração dói só de pensar nisso. Ele é o grande amor da minha vida. O que fazer? 

Um som de batidas na porta interrompe meu devaneio.

— Quem é? — pergunto, a voz meio trêmula.

— Sou eu, meu amor — a voz grave de Diego ecoa, e meu coração acelera como sempre acontece quando o ouço.

Abro a porta rapidamente e me deparo com ele, segurando duas taças e uma garrafa de cidra. Seu sorriso é puro, tão típico dele.

— Vamos comemorar sua formatura, meu amor — diz, com um entusiasmo que não consigo compartilhar. Só de olhar para a garrafa barata, sinto uma frustração.

— Entra, meu amor — digo, tentando esconder minha inquietação. Ele entra e, quando seus olhos recaem sobre minhas pernas descobertas, vejo o brilho no olhar dele mudar.

— Eu estava me preparando para tomar banho — explico, puxando a toalha para cobrir mais o corpo.

— Pode ir, meu amor. Eu te espero aqui — ele responde, desviando o olhar com um misto de timidez e determinação. Diego sempre foi assim: firme em seu voto de castidade, um reflexo de sua criação rigorosa na igreja. Com ele, tudo tem que ser depois do casamento.

Mas eu não quero esperar. Não posso. Quero que ele seja meu primeiro. Quero fazer amor com ele hoje, porque não sei o que vai acontecer depois que eu partir para Toronto.

— Então, senta e me espera. Já volto — digo, beijando seus lábios rapidamente antes de me retirar.

No banheiro minúsculo, o azulejo desgastado e o espelho embaçado refletem meu rosto. Abro o chuveiro, esperando um momento para relaxar. Mas não demora muito para que a água quente vire uma chuva gelada.

— Mas que merda! — grito, sentindo o choque térmico na pele.

Do lado de fora, ouço os passos apressados de Diego e sua voz preocupada:

— Você está bem, meu amor?

— Sim, estou bem, foi só o chuveiro que queimou — respondo, aceitando o banho frio mesmo assim.

Saio do banheiro e passo por ele a caminho do quarto, sentindo o leve arrepio da água fria ainda sobre a pele. Nessas horas, até agradeço por morar nesse pequeno espaço, onde ele consegue ver meu quarto perfeitamente. Deixo a porta entreaberta enquanto escolho uma roupa.

Visto uma lingerie delicada e começo a passar hidratante corporal com movimentos lentos, permitindo que o perfume doce do creme se espalhe. Percebo de relance que Diego me observa, seus olhos fixos em cada gesto, como se estivesse hipnotizado. Tomo coragem e abro a porta completamente, caminhando até ele, que continua me olhando, fascinado.

— O... O que está fazendo? — pergunta, visivelmente desconcertado, enquanto me aproximo.

— O que acha? — murmuro em um sussurro, subindo em seu colo e capturando seus lábios em um beijo ardente.

— Não faz isso... Você não sabe como é difícil me conter — sua voz sai rouca, quase um gemido, enquanto minhas mãos deslizam pelo seu pescoço, deixando uma trilha de beijos até sua clavícula.

— Para que se conter? Estou aqui, pronta para você. Quero ser sua, quero que nos entreguemos um ao outro. Quero uma conexão maior, meu amor — digo, enquanto abro os botões de sua camisa, revelando seu peito firme e quente sob meus dedos.

— Não podemos... falta tão pouco para o nosso casamento — ele sussurra, lutando contra o desejo que claramente o domina.

— Não quero esperar mais... Eu te quero agora — provoco, desfazendo o cinto de sua calça e puxando o zíper, minha ousadia o deixando sem palavras.

Minha mão toca seu membro e ele fecha os olhos, tomado pela tentação. Leva as mãos aos meus seios, apertando-os com firmeza antes de me beijar com fervor, seu controle escapando pouco a pouco.

Ainda comigo em seu colo, ele se levanta e me leva para o quarto, deitando-me na cama. Seus olhos, antes cheios de hesitação, agora brilham com puro desejo. Ele segura minha perna, levantando-a até a altura de seu peito, e começa a beijar minha pele delicadamente, seguindo um caminho lento e torturante até chegar à renda da minha lingerie.

Quando seus lábios tocam minha intimidade por cima do tecido, sinto meu corpo tremer e um gemido escapa involuntariamente, marcando o início de algo inevitável.

Diego

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Comments

Carla Santos

Carla Santos

Hummm eu já vi de tudo e li de tudo mais sempre que sofrer é a mulher mas dessa vai vai ser diferente vai ser o homem o coitado vai parte o coração dele ooooooooo me deu pena agora kkkkkkkkkkkkk que nada estou adorando continuar a história está maravilhosa

2024-12-04

1

Sophia

Sophia

mana se tu amasse mesmo não ia pensar nem em larga ele

2025-04-01

1

Cupcake Queen

Cupcake Queen

Não é porque ele é psicologo que ele não é otario né gente 😃

2024-12-05

1

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