Não caio nessa

Tem duas semanas que me casei!

Depois do nosso casamento nos mudamos para Catânia. Aparentemente a família do meu esposo é dono da cidade,por onde passamos as pessoas tinham medo e abaixavam a cabeça.

E então,meu esposo me jogou dentro de uma mansão ainda maior que a de Bordeaux com alguns empregados..eu o vejo só quando jantamos juntos.

E pra falar a verdade...a diferença daqui para quando eu morava com a minha tia,e que eu não apanho. Não fisicamente. Porque Magnus sempre está me batendo mentalmente. Emocionalmente.

Ele sempre destila o seu veneno,sempre me desprezando e me chamando de vadia. Agora ele acabou de entrar pela porta da cozinha...onde eu passo a maior parte dos meus dias aqui...com uma mulher exuberante pendurada no seu pescoço.

- Olá esposinha! - esse apelido me enchia de fúria

- Awn ela é linda,amoré!! - A mulher disse beijando o rosto dele.

- Só você acha! - Magnus disse com desdém e eu enguli em seco - Mia,essa e Rosali. Ela é...uma amiga!

Disse com um sorriso malicioso e meu coração doeu por um motivo desconhecido.

Acenei e ela não perdeu tempo,se sentando na cadeira e batendo palmas. Magnus veio até mim.

- Vá para seu quarto! Jantará lá hoje! - Suspirei pesadamente - O que foi?

- Nada! - sussurrei e fiz menção de sair,mas ele segurou meu pulso

- Quem é o homem com quem falava hoje cedo?

Espera aí!

- Está me vigiando? - perguntei antes de conter minha maldita boca

Ele apertou mais meu pulso fazendo-o doer.

- Não responda minha pergunta com outra pergunta! Fale logo...quem era ele. Está tentando me trair,vadia!

A cada vez que ele me chamava de vadia,eu morria um pouquinho. A cada desprezo,a cada palavra proferida...eu morria um pouco mais. Eu não estava mais suportando a vida.

A única coisa que eu pensava era que se eu morresse talvez passasse. Se a minha vida acabasse eu poderia ficar em paz, e quem sabe reencontrar os meus pais.

- Ele era um rapaz que veio arrumar o chuveiro do quarto dos empregados, Giordano! Eu só estava conversando sobre os problemas do lugar! Nada demais! - a pressão no meu pulso ficava cada vez mais forte - Por favor...está doendo!

Ele soltou e eu saí em disparada em direção ao meu quarto. Assim que fechei a porta desabei na cama soluçando de chorar.

- Deus...eu não aguento mais! Me liberda dessa vida! Me leve para junto dos meus pais por favor! Eu imploro...eu imploro!

Sussurrei pedindo há Deus.

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Devo ter dormido porque quando acordei estava tudo muito silencioso. Me levantei para ir na cozinha,já que dormi sem comer nada. Assim que cheguei na metade das escadas escutei um gemido.

Olhei para o lado e vi ele e a tal Rosali transando no sofá da sala. Ela estava sentada nele se remexendo incansavelmente e ele estava com a cabeça jogada para trás com os olhos fechados.

Senti minha bile ficar amarga e então veio com tudo. A tontura e a vertigem seguida de uma dor forte na boca do estômago e depois disso eu não vi mais nada.

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POV MAGNUS

Escutei um barulho alto e me levantei saindo de dentro da Rosali em alerta,prevendo um ataque. Mas,o que vi foi o corpo imóvel de Mia caído no pé da escada.

A cabeça dela saia um pouco de sangue e parecia que havia quebrado o braço.

- DROGA!!

- Aí meu Deus! Ela...ela morreu?? - Rosali perguntou

Andei colocando a minha calça e assim que cheguei perto dela meu peito pesou. Não é possível que eu fiquei viúvo.

Quando coloquei meu dedo no pulso dela vi que ela estava viva. Peguei meu celular e liguei pra Roberto chamar a ambulância. Logo depois eu me vesti e mandei Rosali ir embora.

Meia hora depois eu estava na sala de espera do hospital com Molly chorando.

- Dios Mio! Que minha amiga fique bem!

Ela sussurrava entre choramingos

- Calma,ela vai ficar bem!

Chegou o médico que me conhece muito bem. Ele era novo e nós dois tínhamos um histórico turbulento.

Quando me viu ele sorriu com desdém e proferiu

- Sua esposa está bem!

Falou ainda com um sorriso no rosto

- Ótimo, porque se não estivesse eu acabaria com a sua vida!

Ele riu

- Não tenho medo de você Giordano!

- Pois deveria ter!

Falei chegando perto dele

- Ok! Já chega de medir o tamanho dos seus paus! Michello,me diga como está minha amiga!

Molly falou com a voz cheia de ódio. O médico me olhou uma última vez antes de virar o rosto para minha irmã.

- Ela está estável! Quebrou o braço em dois lugares,e teve que passar por uma pequena cirurgia. A batida da cabeça não foi muito grave,mas vamos mantê-la em observação por 48 horas. só por garantia!

Molly suspirou trêmula

- Podemos vê-la!

- Você sim! Mas o senhor Magnus não!

- Tá maluco, porra?

Falei entredentes

- Foi a primeira coisa que ela disse,assim que acordou! Ela pediu pra você respeitar a vida dele, pelo menos agora que ela está no hospital.

- Quero ver quem vai ser o filho da puta que vai me impedir de ver minha esposa!

- Você vai fazer o que ela pediu,Magnus! Ou eu vou ligar para o papai e dizer o que aconteceu! Sabe que ele vai te matar,não é???

Molly disse me fazendo travar no lugar.

- Não sei o que fez para ela, Senhor Giordano... Mas ela disse que preferia morrer a ver você! Disse para que você fique o mais longe possível dela. Se você tiver o mínimo de respeito por ela... acate o seu pedido...a mulher está muito abalada. Seja lá o que tenha acontecido. Mecheu profundamente com ela.

Assim ele sai e Molly o segui depois de me enviar um olhar gélido.

A culpa é minha,mas eu nunca vou admitir. Talvez ela tenha se jogado de propósito. Não comprarei suas mentiras. Se ela quer da uma de coitadinha, ela que vá caçar outro idiota.

Por que em hipótese alguma eu caio nessa.

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