A verdade

Catarina. Ele chama, mas ignoro.

Subo as escadas, meu coração ainda acelerado, mas não de medo...de raiva. Raiva por ele ter arruinado a noite, por ele ser assim.

Ele me segue, fechando a porta do quarto com força.

- Não vire as costas para mim.

- Por que não? Para você fazer o quê? Me apontar uma arma também?

- Eu nunca faria isso. Sua voz é mais baixa agora, quase um sussurro, mas não consigo acreditar nele.

- Roberto, eu não posso mais viver assim. Não consigo lidar com esse seu mundo, com essa... violência desnecessária.

- Desnecessária? Homem nenhum vai cobiçar a minha mulher e sair dessa ileso.

- O que vai acontecer com ele?

- Nada de mais!

- O que vai acontecer Roberto?

- Digamos que ele vai ter que comer com canudinho. Ele diz orgulhoso

- Nossa! Que absurdo. Eu viro as costas mas ele me puxa.

- Eu sou o Chefe do Chefe! Acha mesmo que vou deixar qualquer idiota me humilhar?

Ele se aproxima,tento mantenho a distância, erguendo uma mão para detê-lo.

- Não. Eu preciso de um tempo.

Ele me observa por um momento, seus olhos cheios de algo que não consigo decifrar.

- Não há "tempo", Catarina. Não há "separação". Você é minha, para sempre.

Suas palavras deveriam me assustar, mas, no fundo, apenas intensificam minha frustração. Eu o encaro, determinada a não me deixar intimidar.

- Esse é o problema, Roberto.

Viro as costas, tentando encerrar a discussão.

Roberto me puxa pelo braço.

- Acha fácil para mim, ver outro homem te comer com os olhos. Você é linda e extremamente atraente. Queria que eu permitisse isso?

- Eu queria que fossemos um casal normal.

- Somos normais. O que você não aceita é que eu sou um chefe da máfia.

- Exato!! Eu não cresci num lar assim.

- Ha Ha Ha! Não seja hipócrita. Ele diz rindo.

- Hipócrita? O que eu fiz de hipocrisia? Eu pergunto irritada.

- Como você acha que seu pai te sustentou?

- Não fale besteira. Meu Pai não era mafioso, era apenas um jardineiro. Eu digo.

- Seu pai era jardineiro de um mafioso. E sim, ele sustentou a família com dinheiro da máfia.

Eu olho séria para ele e decido fazer o que é mais sensato...não dizer nada.

Eu entro no banheiro e ele vem atrás de mim. Eu começo a tirar a maquiagem, ele se aproxima e leva a mão ao meu colar.

- Me deixe te ajudar. Ele diz e solta o colar.

Ele acaricia a minha barriga, passa pelos meus seios e segura no meu pescoço me inclinando para trás. Ele mordisca o meu pescoço intercalando com beijinhos. Fecho os olhos ao sentir os seus lábios macios.

- Porque briga tanto comigo, se é evidente que você me quer? Ele sussurra no meu ouvido me fazendo arrepiar.

Eu me viro para ele, retiro seu terno, abro a camisa devagar e retiro ela. Roberto ficar apenas de gravata, calça e sapato.

- Eu nunca disse que não quero você. Eu te desejo e te amo Roberto. Eu só não quero ser casada com um mafioso.

- Você não tem escolha Catarina. Eu não vou abrir mão da máfia e nem de você. Ele diz e me pega no colo me colocando sentada sobre a pia do banheiro.

Ele levanta meu vestido, abre as minhas pernas, afasta a minha calcinha, se inclina e lambe meu clitóris. Ele sabe exatamente o que fazer...e eu aprecio isso.

- Huummm Roberto!! Digo entre gemidos.

- Você é uma delicia! Ele diz e continua a me chupar.

"Toc, Toc"

Alguém bate na porta do quarto.

- Fala. Ele grita sem paciência.

- Chefe, desculpe atrapalhar eu preciso falar com você agora. Vitto diz

- Agora não posso! Volta depois!

- Chefe é importante.

Ele revira os olhos irritado.

- Desculpe querida. Já volto! Ele diz e me coloca no chão.

Eu aceno com a cabeça concordando. Ele sai, eu tiro o vestido e visto algo mais confortável.

Desço e procuro por Roberto mas não encontro. Ouço vozes vindo da garagem que fica no subsolo da mansão. Desço a escada discretamente, não quero atrair a atenção.

Roberto, Vitto e mais dois homens estavam conversando e olhando para o porta malas do carro que estava aberto.

- Sério Vitto vocês não viram isso antes? Roberto pergunta alterado.

- Desculpe chefe, não tinha como saber. Ele diz.

- Agora teremos um problemão. Logo agora que estavamos tendo um aliado.

- O que eu faço, chefe?

- Manda assar! Não podemos deixar provas. Roberto diz.

- Mas chefe qualquer pessoa que estava no restaurante viu o que aconteceu e também viu que leva - los ele. Um dos homens que não sei o nome disse.

- Vitto vá ao restaurante e me traga as filmagens. As outras pessoas não ousaram abrir a boca.

- Pode deixar chefe. Vitto diz.

Eu me aproximo e eles estão de costas, virados para o carro. Quando Vitto nota a minha presença ele saca a arma.

- Porra Catarina. Ele diz suspirando aliviado ao ver que sou eu.

Eu olho para o porta mala e o rapaz está morto. Visivelmente espancado.

- O que você faz aqui Catarina? Roberto pergunta.

- Eu estava lhe procurando...e ele está morto? Eu pergunto assustada.

- Volte para casa!

- Não Roberto! Eu quero saber se...

- Volte agora! Ele diz com grosseria.

Eu olho para ele, ainda desacreditada que ele chegou tão longe.

- Roberto eu...eu...

- Não vou repetir Catarina Mancini! Ele diz.

As lágrimas rolam pelo meu rosto e eu saio, subo as escadas correndo. Meu coração estava disparado, eu não conseguia respirar, eu estava tendo uma crise de ansiedade.

Eu corro e entro no quarto. Meu peito está apertado, chega a doer. Eu me sento no chão ao lado da cama chorando.

Ouço os passos de Roberto se aproximando. Eu apertava as mãos com tanta força que os meus dedos estavam brancos.

Eu estou com a cabeça baixa e vejo apenas os sapatos de Roberto.

- Pare de chorar! Se acalme!

Eu queria...mas não conseguia. Meu peito doí, minhas mãos transpiram, o ar não chega, eu puxo o ar...mas ele não vem.

Ele se ajoelha na minha frente, solta as minhas mãos e entrelaça os seus dedos aos meus.

- Respire Catarina! Sua voz é doce e gentil. Nem parecia o mesmo homem de minutos atrás.

- Respire ande! Ele diz e eu tento.

Ele leva a mão suavemente ao meu peito.

- Puxe o ar!

- Solte o ar!

- Puxe o ar!

- Solte o ar! Isso! Ele diz.

E aos poucos vou conseguindo respirar novamente.

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