Capítulo 2: Revelações Sob a Lua

A caminhada de volta através daquela imensa floresta foi feita em um silêncio que chegava a ser gritante.

Clarice acompanhava Adrian pelo caminho, seu coração ainda estava muito acelerado por conta  do susto, de ter visto  aquela criatura monstruosa que ela acreditava não existir, apesar das inúmeras histórias ouvidas, ela ainda não conseguia acreditar que Adrian avia derrotado o monstro com tanta facilidade.

A mente dela estava muito agitada por tantas coisas vista e ouvidas, são tantas perguntas que ela queria fazer, mas de certa forma a presença de Adrian, há deixava calma e também bastante nervosa, fazendo-a conter as palavras até que chegassem a uma clareira bem iluminada pela luz da lua.

De repente Adrian parou no centro da clareira e virou-se para ela, seus olhos agora estavam com um brilho bem intenso e muito misterioso, bem fixados nela. Ele parecia estar bem hesitante como se já soubesse que, a cada palavra que ele dissesse iria mudar tudo de maneira irreversível.

Adrian — Você deveria ter ido embora quando ouviu o primeiro som Clarice — começou ele, com sua voz suave, mas com um tom de reprimenda. —  Essa floresta não é segura durante e principalmente à noite, você não pode ficar andando por ai sozinha.

Clarice olhando com uma expressão séria cruzou os braços, tentando com todas as forças esconder o seu nervosismo e mostrar que ela é muito corajosa.

Clarice — Eu não sou do tipo que foge ao primeiro sinal de perigo. — Ela hesitou muito antes de continuar. — Mas aquilo... Aquilo que acabamos de ver... O que era?

Adrian deu um grande suspiro e em seguida deu um passo em direção a uma árvore que estava próxima a ele, começou a passar a mão pelo tronco da grande árvore como se estivesse buscando forças para conseguir responde-la.

Adrian — Aquilo era uma criatura corrompida, algo que não deveria existir sobre a terra, ela foi criada pela Irmandade Sombria dos vampiros, uma seita que eu... conheço infelizmente bem até demais.

Clarice de repente sentiu um grande arrepio ao ouvir o tom grave das palavras de Adrian.

Clarice — Você lutou como... como se fosse... — Ela hesitou, mas finalmente perguntou o que realmente ela queria saber. — O que você realmente é, Adrian?

Ele virou-se para encará-la novamente, seus olhos estavam revelando um conflito interno. Finalmente, como se decidisse se ela merecia realmente saber a verdade, ele respondeu:

Adrian — Eu sou um vampiro.

Clarice ficou gelada na mesma hora e deu um passo para trás, com seus olhos arregalados.

Clarice — O que um vampiro? Ela balançou a cabeça instantaneamente, como se estivesse tentando processar a informação — Isso... Isso não pode ser real, você está brincando comigo, não é? você deve achar que eu sou burra, não é verdade?

Adrian deu um meio sorriso, mas não havia nenhuma alegria em seu rosto.

Adrian— Eu gostaria de dizer para você que é só uma brincadeira, mas você viu tudo o que eu sou capaz de fazer, o eu que precisei fazer para acabar com aquele monstro corrompido.

Clarice ficou em silêncio por um longo momento, olhando para ele sem nem se quer desviar o olhar. Ela sabia que havia algo nele que era diferente, era muito estranho, mas também era muito fascinante para ela, estar na presença de um vampiro de verdade. Ele não se parecia nem um pouco com aquela figura monstruosa, com um animal que mata sem piedade que todas as histórias de terror falavam, mas sim um homem muito lindo, marcado por uma melancolia, um arrependimento e algo que parecia pesar muito em sua vida, mas mesmo assim ele era muito lindo.

Clarice — Mas você não tentou me machucar em momento algum. — Disse ela, finalmente soltando as palavras que estavam presas em sua garganta. — Você poderia ter feito isso facilmente,  por que não fez?

Adrian deu de ombros, mas seus olhos não desgrudaram dos dela nem por um segundo.

Adrian — Porque eu não sou igual aqueles monstros, não caço pessoas para me alimentar, já fiz muitas coisas das quais me arrependo muito, mas agora tento me redimir, protegendo aqueles que não podem se defender de monstros como aquele sozinho.

Clarice sentiu um nó se formar em sua garganta com a resposta dele.

Clarice — E essa tal de Irmandade? O que eles querem?

Adrian — Simplesmente poder.

Respondeu Adrian, com sua voz endurecendo.

Adrian — Eles acreditam que ter o domínio total sobre os seres humanos é a solução para conseguir esse poder, eu os abandonei quando percebi o que eles estavam fazendo para conseguir esse poder absoluto.

Ele fez brevemente uma pausa, como se estivesse vendo as memórias passar sobre sua frente naquele mesmo instante.

Adrian — A criatura que você viu, aquilo é apenas o começo de tudo o que eles estão planejando. Eles estão fazendo experimentos, estão criando armas vivas, para que essas criaturas possam espalhar o caos sobre todo o mundo dos humanos.

Clarice sentiu a sensação de medo retornar, em seu coração ela sabia que essa era uma batalha da qual você só tem duas escolha ou luta ou morre, ela sentiu uma raiva crescendo contra aqueles que queriam causar tanto sofrimento para com aqueles que não tem como se defender.

Clarice — E o que nós podemos fazer contra eles?

Adrian levantou levemente uma sobrancelha.

Adrian — Nós? Você não tem juízo? está me dizendo que quer se envolver nesse mundo de monstruosidade?

Ela firmou o seu olhar, apesar da insegurança que ela sentia.

Clarice — Você disse que eles são muito perigosos. Que eles machucam pessoas só para conseguir poder, se eu posso ajudar de alguma forma, eu quero e vou tentar fazer alguma coisa.

Adrian parecia muito surpreso, mas também muito impressionado. Ele deu um leve sorriso de lado mas dessa vez dava pra sentir que era muito sincero.

Adrian — Você é bem corajosa, Clarice. Talvez até um pouco imprudente mas eu admiro muito isso.

Antes que eles pudessem continuar a conversa, um som distante ecoou pela floresta novamente. Adrian se virou rapidamente, seu corpo já estava tenso, pois ele sabia o vinha atrás deles.

Adrian — Eles estão vindo. Precisamos sair daqui, agora Clarice.

Clarice — Quem está vindo, Adrian? Perguntou Clarice, tentando acompanhar toda a sua urgência em sair dali.

Adrian — São os servos da Irmandade.

Respondeu ele, pegando rapidamente a mão de Clarice e começando a correr, o mais rápido que pode.

Adrian — E se eles nos encontrarem não teremos como escapar.

Clarice segurando a mão de Adrian com toda a sua força, ela sentiu o seu coração disparar novamente, mas dessa vez não era apenas por medo, agora era algo bem mais profundo, algo que ela mal começará a entender, o que era que ela estava sentindo.

Enquanto eles corriam floresta a dentro sob a luz da lua, ela percebeu que sua vida pacata e tranquila havia terminado no momento que ela cruzou o caminho e conheceu o Adrian. Ela sentia que estava envolvida em algo muito maior e mais perigoso, mais extremamente emocionante, do jeito que ela jamais imaginara acontecer em sua vida.

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Comments

Liz

Liz

adorando pois tem emoção,estou torcendo por eles mais será que ela vai se tornar uma vampira?

2024-12-03

0

Isabel Garcia

Isabel Garcia

Já acelerou meu coração ♥

2024-12-21

0

Ana Regina Fernandes Raposo

Ana Regina Fernandes Raposo

EU ESPERESPERO QUE SIM E POSSA AJUDAR ELE CONTRA AS FORÇA DO MAL.

2024-12-22

1

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