Tentando desenvolver os trabalhos. Sarah liga o som e começa ouvir algumas músicas que antes lhe inspirava, mas ao contrário do esperado, ela chora e se angustia ainda mais, lembrando do seu fracasso como mulher e esposa.
A solidão não colabora e as músicas muito menos, logo o síndico bate a sua porta e pede para ouvir o som um pouco mais baixo, pois os vizinhos estão reclamando. Ela fica constrangida, pede milhões de desculpas e desliga o som.
Otávio e Beth, tentam, de alguma forma, lhe inspirar, mostrando-lhe fotos de paisagens, marinhas, flores, ruas e até pessoas, mas nada lhe dá ânimo para criar alguma coisa.
Luara conta a seu pai que ela não etá com criatividade para fazer as obras que precisam. Ele passa as mãos pelos cabelos e procura pensar em algo que lhe faça voltar a ser criativa.
__ Ela precisa voltar para o ateliê. É a única maneira dela entrar no ritmo e voltar a produzir. Se preciso for, irei até ela e conversaremos, explicarei os riscos que corremos, caso ela não consiga pintar.
__ Melhor não, ela continua muito chateada, está muito recente e as feridas não cicatrizam. O senhor deve lembrar que ela está assim por sua causa e eu falarei com ela, se preciso for, peço para o Luan falar com ela numa chamada de vídeo. __ Luara tenta tirar da cabeça de seu pai a ideia de procurá-la, pois isso não ajudará em nada.
Sarah não aceita a proposta de voltar para o ateliê, ela não tem coragem de entrar na galeria, está envergonhada, humilhada e sente um frio na espinha, cada vez que lembra da humilhação que passou.
Tentando se inspirar, ela começa a ver alguns filmes, ouvir músicas e até mesmo fotografar algumas ruas, praças e pontos turísticos.
Entrando no prédio, Francisco e André, o síndico, conversam na portaria e sorridentes a cumprimentam. As vizinhas, Cida e Júlia, também chegam da feira e gentilmente a convida para um chá. Ela com muita simpatia aceita e marca um horário na parte da tarde. Júlia, logo diz que ela não precisa levar nada e que fará alguns biscoitos para acompanhar o delicioso chá de maçã que a sua amiga prepara.
Ouvindo a conversa, outras vizinhas se autoconvidam e Sarah percebe que será um encontro de mulheres da vizinhança.
No horário marcado, ela chega no apartamento do piso superior e para seu espanto, todas já estão reunidas, como uma convenção das bruxas. Mulheres que se encontram para darem conta de tudo o que acontece no condomínio.
Sendo praticamente obriga a sentar-se entre as duas mulheres mais informadas do prédio, ela responde a um questionário oral a respeito da sua vida. Após se inteirarem a seu respeito, começam-se os assuntos que foram notícia no boletim mensal do prédio.
__ Julia conta a respeito da vizinha que o marido largou, suspeitando que ela o traia, mas ele descobriu que ela era fiel e acabou voltando para casa, depois de muitos dias de sofrimento. __ Sarah lembra do episódio e do rascunho que fez, da coitada sentada na calçada, sofrendo horrores.
__ Cida está curiosa para saber quem são os novos vizinhos do apartamento 101 e como uma boa bisbilhoteira, pergunta:
__ Sarah, você já conheceu os novos moradores do seu andar? Dizem que ele é lindo e muito educado. __ Todas ouvem com curiosidades, esperando uma resposta de Sarah.
__ Não os vi, e nem sabia que já estavam morando aqui.
Elas não perguntam mais nada a respeito e começam a contar a respeito das suas próprias vidas e o que passaram em cada fase do casamento e da educação dos filhos. Sarah escuta minuciosamente a história de cada uma e suas experiências.
Depois de muita conversa, as mulheres são convidadas a sentarem a mesa. Uma toalha de linho, bordada a mão, cobrindo a linda mesa de vidro e madeira. As xícaras são de porcelana branca com fios de ouro em suas bordas e os pratos de bolo, combinam com os tons do leve bordado. Sarah fica encantada com o carinho e com a sensibilidade de quem preparou tudo como se fosse um banquete. Ela sorri, olhando para aquelas mulheres e com o seu olhar artístico e a sua sensibilidade, percebeu que a solidão faz as pessoas valorizarem os pequenos momentos e que para aquelas mulheres, era importante estarem juntas, pois as conversas e o delicioso chá, será por alguns dias, algo que deva ser lembrado.
A mesa, elas conversam enquanto saboreiam as delícias servidas para o momento, enquanto trocam receitas ou falam de vidas alheias. Um cenário propício para a inspiração momentânea de Sarah, que sorrindo, observa detalhes que só a sua mente de artista consegue captar.
Voltando ao seu apartamento, ela medita nas coisas que viu e ouviu. Coloca uma música romântica dos anos noventa e fechando os seus olhos, ela imagina como seria a vida de cada uma daquelas mulheres e como elas aceitaram todas as suas fatídicas histórias. Sem se dar conta, ela começa a criar um roteiro para os seus trabalhos e rabiscando o bloco de papel, surge mais ideias que a deixa nostálgica.
A sua distração com as músicas, os vinhos e os rascunhos, não se dá conta de que o volume do som aumenta a cada vez que ela se empolga a curtir sozinha.
De repente, um toque na campainha, a traz de volta ao mundo dos mortais e ela levanta-se da mesa, onde muitos papéis estão espalhados, riscos e rabiscos. Sorrindo, pelo efeito da bebida, ela imagina que seja uma das suas vizinhas para contar uma novidade qualquer.
Abrindo a porta, ela sorri e cumprimenta com boa noite, mas o homem a sua frente está em choque ao vê-la.
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Atualizado até capítulo 78
Comments
Sandra Camilo
ah não volta aqui com mais capítulos , ansiosa para saber quem é o bonitão, mais capítulos por favor autora linda 🌹🌹🌹🌹👏👏
2024-12-01
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Jania Casemiro
Será que é o bonitão filho da amiga dela que está de saco cheio da esposa ciumenta aquele que não conseguiu ver ela na retirada dos quadros … será que é ele não sei mas eu achei que ia rolar um curto circuito 🤔
2024-12-01
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Raquel Cabral
minha opinião ela não deve volta com o ex marido porque ele traiu ela vida que segue 🙂
2024-12-03
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