— Stella: Por que você está fazendo isso? Você não me conhece, nunca me viu, e por que você está sendo tão bom assim? — falou com voz de choro.
— Theodore: Como eu disse, eu quero te ajudar e você vai precisar de tudo isso. E outra, eu gostei de você; tem cara de ser uma boa pessoa. Não sei por que eu tenho a impressão de que te conheço há muito tempo. Pode abrir, eu comprei para você.
A Stella abriu algumas sacolas e havia algumas roupas íntimas, shorts, blusas e calçados, tudo no seu número, além de perfumes, sabonete, shampoos e cremes hidratantes.
— Stella: Obrigada! Eu nem sei como agradecer mais. Como você aceitou comprar o meu número de tudo?
— Theodore: Como dizem, um advogado tem que ser esperto. E ontem eu coloquei a sua roupa para lavar, peguei o seu número de roupa e, descansado, eu só vi. Pode ficar tranquila, eu não comprei tudo isso para você fazer nada por mim; foi de coração mesmo.
— Stella: Obrigada, você é um anjo na minha vida.
— Theodore: Você é a primeira mulher que fala isso para mim. As outras geralmente falam que eu sou um cafajeste descarado, sem vergonha. Eu sou um erro que elas cometeram — fala, rindo.
— Stella: Eu espero não ter essa imagem de você.
— Theodore: Não vai, assim eu espero.
A Stella deu um sorriso.
— Stella: Obrigada, Theodore. Você é a primeira pessoa, nesses três anos, que me deu a mão de verdade. Os outros apenas me usaram, me humilharam, me maltrataram. No meio de tantas pessoas ruins, ainda existem pessoas boas. Sabe, quando o Anthony me prometeu que ia cuidar de mim, me proteger... mas isso foi uma das coisas que ele não fez. Ele me humilhava de todas as formas, me batia e ainda me forçava a ter relações com ele. Eu convivi dois anos com isso porque eu não tinha onde morar e ninguém pra procurar. Mas no dia do meu aniversário de 18 anos, quando ele foi trabalhar, eu fuji dele. Eu menti que fui assaltada para uma mulher que morava aqui, porque ela disse que estava vindo para cá e ela me trouxe. Eu me lembro que, quando cheguei aqui, estava com medo. Apenas com a roupa do corpo, deitei-me em um banco e dormi. No dia seguinte, estava faminta e sozinha. Foi aí que comecei a pedir comida para as pessoas; algumas vezes alguém ajudava, outras não. Assim, tentei arrumar um emprego, mas não sabia fazer nada, então foi em vão. Com o tempo, aprendi a tomar banho em postos de gasolina e em lugares públicos; era uma opção. Às vezes, chegava a pensar que a vida com Anthony era melhor, mas não tinha como voltar atrás. Às vezes, passava um dia sem comer. As outras moradoras de rua às vezes comiam o que eu encontrava, e eu ficava com medo delas. Esse tempo todo, sempre vivi pensando em sobreviver; não era nem viver mais. Era melhor do que viver com Anthony. Não vou mentir: muitas vezes, quando estava com muita fome e frio, lembrava dele. Com ele, eu tinha o que comer e onde viver.
A Stella falava tudo isso com lágrimas nos olhos. O Theodore estava com um nó na garganta; ele a abraçou, consolando-a enquanto dizia:
— Theodore: Stella, agora você está comigo. Isso não vai mais acontecer. Considere isso como uma fase ruim da sua vida — falou, enxugando as lágrimas dela. — Vamos parar de falar de coisas ruins e focar nas coisas boas. Tem mais uma sacola aí que você não viu.
A Stella pegou a sacola, que era de uma marca de celular. Ela abriu e encontrou um chip, o celular e todos os acessórios. A Stella não ia negar que gostou, mas ficou surpresa ao mesmo tempo.
— Stella: Mas para que eu quero um celular? Eu não tenho ninguém. Olha, obrigada de coração, mas eu não sei se eu mereço tudo isso que você está fazendo por mim.
— Theodore: Para falar comigo. Não importa se você acha que não merece; é só fazer por merecer.
A Stella começou a chorar, e o Theodore não entendeu.
— Theodore: O que foi? Você não gostou de alguma coisa? — disse, passando as mãos no rosto dela e enxugando as lágrimas.
— Stella: Não é isso. É que até ontem eu não tinha nada, nem o que vestir, onde morar e dormir, e muito menos o que comer — disse, chorando.
— Theodore: Para você ver como o mundo dá voltas. Para de chorar; uma menina linda como você fica mais bonita sorrindo.
A Stella ficou olhando para ele.
— Theodore: Stella, o passado sempre vai ser parte de você, mas é apenas uma história que vai ser contada. O que importa mesmo é o seu futuro, a pessoa que você escolhe ser.
A Stella não falou nada.
— Theodore: Enfim, está na hora da senhorita tomar um banho, se recompor para tomar um belo café da manhã e configurar o seu celular novo — dá um sorriso — eu vou mandar a Ivy lavar essas roupas novas para você usar.
— Stella: Tá bom.
O Theodore deu um selinho nela, e ela se levantou e foi para o banheiro. O Theodore levou as roupas todas lá para baixo e pediu para Ivy lavar, enquanto ele preparou uma bandeja cheia de frutas, suco, bolo e pão. Subiu para o quarto e colocou na mesa, no sofá. A Stella saiu do banheiro com uma camisa azul dele e disse:
— Stella: Eu gostei do vestido — fala brincando.
O Theodore olhou para trás e disse:
— Theodore: Espera aí, essa camisa é a que estava no cabide no banheiro.
— Stella: Sim, por que você não colocou lá para mim?
— Theodore: Eu não acredito nisso — respira fundo — tudo bem, você não amassou e nem sujou a minha camisa nova.
— Stella: Se você quiser, eu tiro.
— Theodore: Não é para tanto, é só uma camisa nova. Eu comprei ontem. Vem para casa.
A Stella foi até ele, viu a bandeja de café e se sentou.
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Vanildo Campos
kkkk
2024-12-06
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