— Aqui, Cami, olhe pra cá! — Greg chamou, estalando os dedos para captar minha atenção. Ajustei a postura e virei o rosto na direção da câmera, enquanto ele posicionava Ryan Collins, o ator que contracenou comigo em “Entre Nós Dois". Nosso filme havia estreado há alguns meses, e agora estávamos renovando o catálogo de fotos para a Netflix.
Ryan sorriu, como sempre impecável, enquanto eu ajustava um pouco o ângulo do meu corpo, tentando ignorar o calor das luzes e o cansaço acumulado.
— Perfeito! Isso, mantenham essa energia — Greg incentivou, o som incessante do clique da câmera preenchendo o estúdio.
Depois de várias poses e instruções, finalmente encerramos a sessão. Eu mal consegui suspirar de alívio quando vi Elisabela, minha empresária e melhor amiga, já se aproximando com uma garrafa de água em mãos.
— Aqui, beba. Você está impecável, mas parece que vai desmaiar de cansaço — comentou, meio brincando, enquanto me entregava a garrafa.
— Obrigada, Lis — murmurei, destampando a garrafa com pressa e virando o líquido gelado na boca, como se fosse um bálsamo.
A água escorria pela minha garganta enquanto eu tentava desligar minha mente por alguns segundos. Mais um trabalho concluído, mais um evento riscado da lista interminável.
— Vamos? Ainda temos um almoço com o diretor na agenda — disse Lis, checando o relógio, sempre um passo à frente.
Suspirei e sorri. Essa era minha vida, e, com ela, vinha o cansaço... mas também a satisfação de saber que, no fundo, todo esforço valia a pena.
Chegamos ao restaurante, e Marcel já estava nos esperando em uma mesa discreta, perto da janela. Ele se levantou assim que nos viu, estendendo a mão em um cumprimento formal, mas com aquele sorriso fácil que fazia as pessoas se sentirem à vontade. Cumprimentei-o educadamente, assim como Lis, e nos acomodamos.
Mal havíamos nos sentado quando um jornalista surgiu do nada, com uma câmera em mãos e um pedido:
— Uma foto de vocês três? Só para publicar algo sobre a nova parceria!
Sorri para a câmera, mantendo a compostura enquanto Lis fazia o mesmo. Marcel não pareceu se incomodar, posando ao meu lado com a mesma tranquilidade de sempre. Assim que o jornalista foi embora, respirei fundo, tentando aproveitar o momento sem a sensação de estar sendo vigiada.
Marcel Reynolds era o diretor do meu próximo filme, um nome forte na indústria. Ele parecia estar na casa dos 40, mas sua aparência era jovem e bem cuidada, com aquele charme despreocupado que fazia qualquer um notar sua presença.
Além disso, ele era, sem dúvida, muito bonito. Não que isso importasse — eu estava ali para trabalhar, não para flertar com meu futuro chefe.
Quando o garçom apareceu para anotar os pedidos, optei por um ceviche e um suco de uva natural. Por algum motivo, álcool parecia a última coisa que meu corpo queria naquele momento. Enquanto Marcel e Lis escolhiam os pratos deles, permiti-me relaxar um pouco, observando o movimento ao redor e me preparando mentalmente para o que seria, sem dúvidas, uma longa conversa sobre cinema, cronogramas e expectativas.
...[...]...
Tenho 30 anos, mas sempre que me sinto sozinha, cansada ou perdida, corro para a casa dos meus pais. Não importa a idade, Cindy, Ricky e até Caleb, meu irmão mais velho, sempre serão meu porto seguro.
Estar com eles é como respirar fundo depois de um dia difícil. Receber o colo dos meus pais e compartilhar os altos e baixos do meu dia tira um peso enorme das minhas costas. Hoje, pedimos pizza e agora estamos os quatro reunidos na sala de estar, mergulhados em lembranças do passado e rindo das memórias boas que construímos juntos.
— E o seu relacionamento com aquele empresário? — Caleb perguntou, virando o celular na minha direção. Na tela, uma foto minha com Dominic.
Revirei os olhos, já sabendo onde isso ia parar.
— Ele não é meu namorado, Caleb.
— E você nunca trouxe ele para nós conhecermos, né, Camille? — Mamãe entrou na conversa, com aquele tom de curiosidade maternal que só ela tem.
Soltei um suspiro, sentindo minhas bochechas esquentarem de leve.
— Eu e o Dom somos só amigos, mãe. Não temos nada de relacionamento... É só uma amizade colorida.
O silêncio que seguiu foi curto, mas carregado. Eu sabia que eles estavam processando a informação.
— Amigos com benefícios? — Caleb arqueou uma sobrancelha, como se estivesse prestes a me provocar mais.
— Ah, Caleb... Pai, faz ele mudar de assunto! — choraminguei, querendo sair daquela conversa o mais rápido possível.
Papai interveio com um riso baixo, balançando a cabeça.
— Não perturbe sua irmã, Caleb. Vamos falar de algo mais interessante, como golfe.
Claro, golfe. O assunto favorito do papai. Quando era mais novo, ele era um excelente jogador e acumulou vários troféus. Enquanto ele começava a discorrer sobre técnicas e torneios, mamãe apenas sorria. Ela, por sua vez, construiu uma marca de joias que se tornou famosa e expandiu internacionalmente.
Minha família é tudo para mim. Unidos, carinhosos e sempre presentes. Não importa o que aconteça lá fora, sei que aqui é onde sempre vou encontrar paz.
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Atualizado até capítulo 40
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