Assim que chega em casa, Helena manda mensagem para Dulce.
Helena:
"Dulce... eu iria ser transformada hoje... mas não fui."
Dulce:
"O que aconteceu?"
Helena:
"Gerard iria me transformar mas algo o fez parar."
Dulce:
"Nossa vida é difícil e solitária Helena... não demonstramos muito nossas dores, mas elas são muito reais."
Helena:
"Vamos nos ver pessoalmente? preciso falar com alguém."
Helena e Dulce se encontram em um bar charmoso de Dallas, o ambiente acolhedor e moderno, com música suave e luzes baixas, cria um clima perfeito para uma boa conversa.
Helena, que vive em Dallas desde que nasceu, quer ouvir mais sobre a experiência de Dulce, que recentemente chegou à cidade. Ambas são atrativas e misteriosas, e as pessoas ao redor não conseguem evitar olhar para elas, sem saber exatamente o motivo.
Ambas conversam sobre aleatoriedades, quando o assunto principal aparece.
Helena:
"Eu sempre me perguntei como seria... ser como você, Dulce. Viver por tanto tempo, ver tudo ao redor mudar... Você não sente falta de algumas coisas da vida humana? Eu... Eu sei que quero me transformar, mas não consigo parar de pensar no que vou perder."
Dulce observa atentamente, um sorriso suave se formando em seus lábios. Ela sabe que Helena está falando com sinceridade e que, de algum modo, ela mesma já passou por essas reflexões. Mesmo com sua experiência, a dúvida nunca desaparece completamente.
Dulce:
"Ah, Helena... O desejo de se transformar é algo poderoso, não é? Eu também já senti isso, de querer tocar o infinito, de não ter mais o peso do tempo. Mas ser vampira, apesar das vantagens, tem suas sombras. As coisas que você vai perder... São como pedaços de si mesma que não podem ser recuperados."
Helena, absorvendo as palavras de Dulce, vai mais fundo, tentando entender os aspectos que ainda não consegue ver totalmente.
Helena:
"Eu sei... que perdi minha juventude e minha inocência ao longo dos anos, mas o que me atrai é a ideia de ser livre. Sem envelhecer, sem limitações. Eu vejo você e vejo liberdade... liberdade para experimentar o mundo de uma maneira que os humanos nunca terão."
Dulce sorri, mais uma vez tocada pela sinceridade de Helena, mas ela sente que é hora de revelar um pouco mais da verdade sobre o lado obscuro da imortalidade.
Dulce:
"A liberdade... é uma ilusão, minha amiga. Pode parecer que somos livres, mas na realidade, a imortalidade é uma prisão. Um labirinto sem fim. Você verá o tempo passar, mas não será mais capaz de tocá-lo. E, ao mesmo tempo, verá aqueles que ama envelhecer, desaparecer. Cada amigo, cada pessoa que um dia foi importante, se vai. Você vai perder mais do que pensa. O tempo vai te deixar com o peso de um vazio, uma saudade que nunca será preenchida."
Helena olha para ela, absorvendo as palavras com um olhar distante, como se estivesse tentando visualizar tudo o que Dulce acabou de descrever. O desejo ainda queima dentro dela, mas agora uma nova camada de compreensão se forma.
Helena:
"Eu sei que não seria fácil... mas não sei se poderia viver com a ideia de envelhecer, de me tornar invisível. Às vezes, a morte parece mais assustadora do que a eternidade, não sei. Você se arrepende de ter se tornado vampira, Dulce?"
Dulce pensa por um momento antes de responder, a memória de suas próprias escolhas e os anos passados ao lado de outros imortais trazendo à tona sentimentos mistos.
Dulce:
"Arrependimento... Não exatamente. Mas há momentos em que penso nas escolhas que fiz."
Dulce pensa um pouco e continua a falar.
"Naqueles tempos em que a humanidade parecia mais próxima de mim, e eu poderia tocá-la de verdade. Eu vivi muito, aprendi muito... Mas o tempo... O tempo nos muda, Helena. Eu diria que, antes de tomar essa decisão, você precisa entender o que realmente deseja perder. Porque a transformação... não volta atrás."
Helena baixa os olhos por um momento, refletindo sobre o conselho de Dulce.
Há uma força interior nela, algo que a empurra em direção à imortalidade, mas a sabedoria nas palavras da vampira francesa é clara. A imortalidade pode ser um sonho dourado, mas também uma prisão de desejos não resolvidos.
Helena:
"Eu sei que ainda tenho muito o que aprender. Acho que, antes de qualquer coisa, preciso decidir o que realmente importa. Mas, ainda assim, Dulce... um dia, talvez... eu queira estar ao seu lado para ver o mundo, para viver as coisas com a perspectiva que só os imortais podem ter."
Dulce:
"Eu estarei aqui, Helena. E seja qual for sua decisão, você sempre terá uma amiga que pode te ajudar a entender o que significa viver para sempre... ou apenas viver com o que é verdadeiramente importante."
As duas se olham com um entendimento silencioso.
Helena sabe que a jornada dela está apenas começando, e talvez o maior desafio seja encontrar seu próprio equilíbrio entre o desejo pela imortalidade e as perdas inevitáveis que ela trará.
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Atualizado até capítulo 87
Comments
Mia Caroline Rossini
Mas se pensar bem, nem mesmo os vampiros são eternos, pois nada é imutável de verdade.
Qualquer coisa, quando menos esperamos, se esvai como um segundo.
✨✨✨
2025-01-17
1
Mirla 🍒
não queria ser vampira, ser imortal??? deve ser muito chato ser imortal. iria saturar fácil da vida
2025-02-12
1
Carla Santos
Helena é complicado tomar certas decisões e sempre haverá consequências
2025-01-09
1