Capítulo 13

...Autor a narrar...

Yvette ficou ao lado de Valentina até Adrien retornar com os remédios. Quando Valentina já estava melhor, Yvette pediu para Adrien levar Valentina para casa, pois não seria seguro ela voltar sozinha.

Yvette: Você a leva no carro dela e eu vou atrás, assim você não precisará pegar um táxi.

Adrien: Certo.

Adrien beijou rapidamente a testa de Yvette e levou Valentina até o carro. Eles seguiram em silêncio, ninguém dizia nada e Valentina apertava fortemente a sua bolsa.

Ela ainda estava nervosa.

Ela ainda se lembrava do Alfred e do que ele tinha feito com ela.

Ela ainda não se sentia pronta para superar aquele trauma…

Ela…ela sabia que não era forte o suficiente para superar tal trauma…

Adrien: Valentina, o que Alfred te disse?

Adrien quebrou o silêncio, fazendo Valentina morder os lábios com força, até o fazer sangrar. Ela não sentia dor, já que havia uma dor maior, uma que habitava o seu coração a anos.

Adrien assustou-se com a reação repentina de Valentina e principalmente com aquele olhar vazio, um que ela só demonstrava quando estava realmente abalada e sem forças para lutar.

Adrien: Não fique se machucando, se machucar não vai aliviar sua dor.

— Você não entende…

Adrien: Claro que não, pois você nunca se abriu para mim. Nunca contou o que tanto te aflige.

— Não é algo fácil para ser contado, Adrien. — Respondeu séria.

Adrien: Imagino. Você ainda está ficando no seu antigo apartamento, né?

Valentina confirmou e Adrien parou no sinaleiro.

— Yvette é uma mulher linda e gentil, você acertou bem. Espero que vocês sejam felizes e que você cuide bem dela.

Adrien não demonstrou estar orgulhoso por sua escolha, ele estava meio que triste. Adrien sabia que não amava e muito menos gostava de Yvette o suficiente para começar algo sério com ela. Yvette não era boba, ela estava ciente dos reais sentimentos do Adrien, mas estava disposta a continuar ao lado dele, mesmo que no final, eles acabassem apenas como bons amigos.

Adrien: Eu sei. Ela é muito boa para mim.

— Não diga isso, se você mudou mesmo, tenho certeza que a fará feliz, assim como me fez.

Valentina em momento algum olhou para Adrien, ela não tinha coragem de o encarar no olho. Ainda doía, ela estava longe de superar o amor que sente por esse homem. E ele também estava longe, muito, muito longe.

Quando eles chegaram na frente do apartamento de Valentina, Adrien abriu a porta e pediu para Valentina esperar. Ele abriu a porta e ajudou Valentina sair do carro. Yvette abriu o porta-malas, pegou as sacolas e colocou para fora. Eles levaram Valentina para o apartamento e pegaram as coisas dela.

Yvette fez questão de colocar o carro de Valentina na garagem e ainda perguntou se Valentina queria tomar um banho.

— Não é preciso, vocês podem ir agora. Eu ficaria bem.

Valentina falou, sentindo-se muito agradecida.

Adrien: Você tem certeza? E se você passar mal por causa dos machucados?

Yvatte: Sim, eles podem não ser sérios, mas se você bateu a cabeça no chão, pode causar dores desconfortáveis e até mesmo tonturas. Deixa a gente cuidar de você, Valentina.

Valentina sorriu, sentou-se e tornou a dizer.

— Eu estou bem, podem ficar despreocupados. Além do mais, você me passou ótimos remédios, Yvette.

O casal se entreolharam e depois suspiram.

Yvette: Você promete que ligará para alguém se algo acontecer? Eu vou deixar meu número com você, caso sinta alguma dor estranha, por favor, me telefone que eu virei correndo te encontrar!

Yvette passou o contato dela para Valentina, e Valentina sentiu o seu coração se aquecer.

— Tá bom, minha mãe. Irei telefonar.

Yvette riu e depois ela foi embora junto com Adrien. No carro, eles iam conversando como um casal de amigos.

Yvette: Valentina é muito legal, não sei como você teve coragem de trair ela, sério! Dá até vontade de passar com o carro em cima de você, Adrien! — Disse a mulher, sentindo-se indignada.

Adrien: Se eu pudesse, também passaria com o carro por cima de mim. Acredite! — Respondeu ele, sendo sincero com suas palavras.

Yvette: Eu pensei que ela não iria gostar de mim.

Adrien: Valentina é um anjo nessa terra. É difícil para ela odiar alguém.

Yvette: Eu queria ser igual a ela, assim eu odiaria menos pessoas. A minha lista negra já esgotou e cada dia aparece mais gente para odiar.

Adrien riu e os dois continuaram conversando.

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