CAPÍTULO 17

 — Certo, vou te deixar aqui com sua mãe e irei resolver tudo! Volto mais tarde. 

Dou um abraço nas duas e saio do quarto.

Quando chego no corredor do hospital topo com Kang Junseo nervoso ao telefone, e assim que ele me vê se desespera e guarda o celular no bolso.

 — Ei! — ele fala se aproximando de mim. — Como ela está?

 — Muito bem... E aliás, como sabia que ela estava mal? — pergunto cruzando os braços.

 — Ela me ligou…— ele fala nervoso.

 — Entendo. Você fez bem em ligar para a mãe dela, foi rápido. — Dou um tapinha no ombro dele e abro um sorriso.

Eu sou muito falso.

 — Assim que cheguei e vi a Shin Sofia desmaiada, a Sra. Shin foi a primeira pessoa que eu pensei em ligar. — fala todo orgulhoso e sorridente.

Saio dali e ligo para o Chan.

[...]

Fomos parar no escritório do detetive Min-ho.

 — Você tem certeza disso? — Min-ho pergunta me olhando.

 — Tenho... Foi ele! — Digo apoiando as mãos na mesa dele.

 — Eu tenho que coletar provas para poder acusá-lo. — ele disse coçando a cabeça.

 — Ele as tem! E o senhor pode reunir mais. — Chan fala apontando para o meu celular no bolso.

Eu pego e mostro duas gravações de áudio.

 — Na primeira gravação contém a primeira versão que o Kang Junseo nos contou... Ele disse que a Shin Sofia o mandou mensagem dizendo que ganhou uma caixa e ele queria ver o que era. — falo dando play.

GRAVAÇÃO 1:

 — Você me mandou mensagem, não lembra? Disse que ganhou uma caixa, queria ver o que era…— Junseo fala.

 — Mas eu não…— Sofia questionando.

*

 — E já na segunda gravação mostra uma outra versão dele…— dou play na segunda gravação.

GRAVAÇÃO 2:

 — Ela me ligou…— A voz sai nervosa.

 — Entendo... Você fez bem em ligar para a mãe dela, foi rápido!

 — Assim que cheguei e vi a Shin Sofia desmaiada, a senhora Shin foi a primeira pessoa que eu pensei em ligar!

*

 — E aqui está a outra prova! — tiro o celular da Sofia do meu bolso. — Eu e ela estávamos nos falando por telefone e aqui não há nenhum registro de ligação ou mensagem enviada para o Kang Junseo.— Entrego o celular pra ele.

 — E detetive, se procurar mais... Vai achar! — Chan avisa.

 — Vou ligar para uns amigos e entrar em contato com vocês o mais breve possível! — ele me devolve o celular.

 — Estaremos esperando! — Chan dá um aperto de mão nele.

Saímos de lá e eu deixo os meninos em casa e vou para o hospital.

Já haviam se passado cinco dias desde que vim para o hospital. Recebi alta e estávamos no caminho da casa dos meus pais.

Chegando lá, Jaehyun me ajudou a sair do carro.

 — Minha filha... Você finalmente está em casa!

Meu pai vem me abraçar e vejo seus olhos cheios de lágrimas. Ele nunca gostou de hospitais e não ter ido me visitar o deixou magoado, então, decidi passar essa noite na casa deles.

 — Vamos filha, o seu quarto está arrumado para você! — minha mãe fala.

Jaehyun nos acompanha até o meu quarto.

Ele está quieto desde o dia em que tudo aconteceu. Está distante e sempre ao telefone. Meus pais vão para a cozinha do restaurante e então temos um momento para conversar. Eu deito na cama e o olho enquanto ele caminha pelo quarto.

 — Seu quarto é lindo... Faz tempo que não dorme aqui? — pergunta ele dedilhando uns livros da estante na parede.

 — Jaehyun? — o chamo.

 — Pode falar... Você está bem? — ele se aproxima e senta no chão ao lado da minha cama — Se quiser, eu faço...

 — Por favor…— o interrompo. — O que está acontecendo? Você esteve todos os cinco dias comigo, mas eu senti que sua mente não estava naquele hospital! Você está distante e sempre recebendo ligações...

Ele se levanta e eu percebo uma preocupação em seus olhos.

 — Eu prometo pra você que tudo vai se resolver e quando isso acontecer eu conto tudo que está acontecendo agora... Está bem? Vamos falar de coisas boas? — ele me dá um sorriso lindo — O que tem pra fazer aqui?

Eu aponto para uma caixa que ficava ao lado do espelho.

 — Quer me ver na época da escola?

 — Ótima ideia! — Ele se anima rapidamente.

Me sento no chão ao lado dele e começamos a olhar a minha caixa de fotos.

 — Aqui tem fotos desde quando vim de fato morar na Coréia... Olha, essa é a minha foto de escola preferida! — mostro uma em que estou na frente da minha árvore favorita do parque da escola.

 — Você era linda de uniforme! — ele disse olhando mais fotos.

 — Sei... Tenho fotos com alguns colegas de escola, inclusive o Kang Junseo está aí!

 — Você estudou com aquele cara? — Ele faz a maior cara de deboche possível.

 — Estudei sim… Por que? — perguntei curiosa.

 — Eu também estudei com ele! — ele coça a nuca.— Estranho…

Pego a caixa e procuro bem no fundo uma sacola azul com o emblema da minha escola de ensino fundamental.

 — Essa com certeza foi a melhor época pra mim... Eu tinha amigos incríveis! — Estico o pacote para o Jaehyun.

Nesse momento ele pega o pacote e fica em pé olhando as fotos.

 — Ei, eu também quero ver! — Ele levanta ainda mais as mãos. — Abaixe as mãos...

 — Está com medo de ter alguma foto…— ele não termina a frase.

Nesse momento ele congela.

Ele pega uma foto na mão e o pacote cai das mãos dele deixando todas as fotos se espalharem pelo chão do quarto.

 — O que foi? Por quê parou de falar? — o encaro preocupada.

Ele se senta na cama e assim eu consigo pegar a foto da mão dele.

 — Não vejo nada demais nessa foto... Por que ficou assim?

Era uma foto bem antiga. Estávamos eu, Junseo e o Tokki sentados embaixo da minha árvore favorita com um bolo de aniversário.

 — Sofia... O que estavam comemorando neste dia? — ele pergunta sério.

 — O Tokki iria mudar de escola, e como ele era meu melhor amigo pedi a minha mãe para fazer o seu bolo preferido, já que o aniversário dele era em setembro e ele foi embora em julho...

 — E o que aconteceu com ele? — ele pergunta com a respiração falhada.

 — Esse dia foi a última vez que vi ele... O Kang Junseo disse que ele se mudou para outra cidade.

De repente Jaehyun tira o celular do bolso e aparenta estar procurando algo.

 — Veja!

Ele me entrega o celular com uma foto...

Uma foto do mesmo dia em que fizemos a despedida para o Tokki.

Uma foto no mesmo lugar.

A única diferença é que na foto em que ele me mostrou estavam somente eu e Tokki. Diferente da foto que eu tenho, ele tinha um sorriso imenso no rosto. Aquela foi a primeira e última vez que vi o sorriso que Tokki tanto escondia.

A primeira vez que eu entendia o sentimento chamado "amor" foi com o Tokki. Não sabia seu nome e nem sobre sua vida, morávamos em busan e por vários ataques de colegas desagradáveis o Tokki se mudou antes de comemorarmos seus nove anos de idade. Eu fiquei mais de três meses sem me alimentar, senti muita falta dele e sempre fiquei pensando se um dia ele voltaria e cumpriria a promessa de me pedir em namoro. 

 — Não... Não é possível! — sinto lágrimas vindo nos meus olhos. — Como que... Eu não entendo...

 — Sofia... Eu sou o Tokki!

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