CAPÍTULO 07

Já era noite e íamos sair de manhã cedo. O dia todo pensei se deveria mandar uma mensagem para Sofia, mas fiquei com medo de que ela não me respondesse e também não sabia o que mandar.

Eu estava deitado no sofá da sala quando Hoon e Suho entraram e se sentaram nas poltronas.

 — Já fizeram as malas de vocês? — Suho pergunta.

 — Está tudo pronto! — respondo me esticando no sofá.

 — Já sim, mas vou ajudar o Tae, sabem como é… — diz ele com o celular na mão mostrando a conversa com Taeyang.

Ainda não tinha jantado, então decidi ir em um restaurante que eu sempre ia.

 — Eu vou sair para comer, alguém quer ir junto? — Falei já saindo da sala —.

 — Já comemos… — Suho respondeu sem me olhar.

 — Beleza, já vou indo.

Antes de ir, vou ao meu quarto me trocar. Coloco um moletom preto, uma calça escura, boné, máscara e luvas. Precisava sair assim toda vez que iria em algum lugar público era meio chato mas, no restaurante que eu sempre vou, os donos sempre me acolheram. Eu vou quando está na hora de fechar, porque assim não tem perigo de haver algum fã ou imprensa. E a comida daquele restaurante é de dar água na boca!

Peguei a chave do carro, desci para o estacionamento e fui para o restaurante.

Quando estacionei meu carro, o senhor Doyun já estava me esperando na porta do restaurante, então, desci do carro e fui em direção a ele com a cabeça baixa.

 — Boa noite, Senhor Shin! Cheguei tarde? — perguntei estendendo a mão para ele.

 — Boa noite, menino! Claro que não... Vamos, entre. — ele me pede com um sorriso.

Ele entrou primeiro que eu, eu ficava olhando para fora caso aparecesse alguém. Enquanto isso, o Sr. Shin fechava todas as janelas, cortinas e por último veio e trancou a porta atrás de mim.

A Sra. Shin estava ali com duas pessoas, eu ainda estava de cabeça baixa. Não estava entendendo o porquê do senhor Shin não ter me dito que haviam pessoas lá dentro.

Quando a senhora Shin percebeu que eu estava incomodado, logo quis se explicar.

 — Jae, fique tranquilo, essa aqui é minha filha... E essa é a amiga dela… — ela diz apontando para as duas meninas que estavam comendo na mesa do restaurante.

 — Filha! Você veio ver o papai… — vi o Sr. Shin Doyun passar por mim e ir abraçar a filha.

Eu ainda olhava para baixo mas, pude perceber que ela abraçou o pai e logo depois fez reverência e começou a se apresentar.

 — Olá, é um prazer! Meu nome é...

Quando escutei aquela voz, toda a minha tensão e desconforto foi embora. Meu coração começou a acelerar e então não me contive! tirei tudo o que estava tampando o meu rosto e mãos, ficando a mostra e mais tranquilo. A Shin Sofia estava aqui, então me senti à vontade.

 — Shin Sofia! Sem essa formalidade...

Eu tinha esquecido que a amiga dela não sabia sobre a nossa possível amizade e também não sabia se a Sofia queria compartilhar isso com todos. Mas, quando fui perceber já tinha contado tudo. Todos entenderam a nossa amizade, até a Hanom que era uma fã do grupo. Às vezes ela ficava me olhando com uma cara estranha e me perguntava se eu realmente era real.

Estávamos todos na mesa conversando, já tínhamos comido e já estava ficando tarde.

 — Pessoal, me desculpem... — me levantei já fazendo reverência. — Já está tarde e eu preciso ir.

 — Sim, você está certo Jae! Pode ir na paz querido. — Sra. Shin se levanta e vai abrindo a porta.

 — Vocês duas querem carona ou vão ficar mais? — pergunto olhando para a Sofia.

 — Claro, queremos sim! — ela levanta e sai puxando a Sofia. — Vamos amiga...

Nos despedimos do Senhor e da Senhora Shin e seguimos caminho.

 — A casa de quem é mais perto? — pergunto para as duas meninas.

Eu olho pelo retrovisor e a Hanom levanta a mão com muita animação. A Shin Sofia também sentou atrás.

Hanom colocou o telefone dela no GPS do meu carro e logo cheguei em frente a uma casa de aparência antiga mas muito bonita.

 — É aqui? — pergunto para a mais nova e mais animada.

 — Sim! Muito obrigado, tá? E leva a minha amiga com segurança para casa.

 — Sem sombra de dúvidas...

Eu esperei a Hanom entrar e logo dei partida.

Faziam uns três minutos que estávamos andando e um enorme silêncio tomava conta do carro e então decidi parar ali, no meio da rua mesmo.

 — O que houve? — A Sofia pergunta quebrando o silêncio.

 — Shin Sofia, você está chateada com algo que eu fiz? — me viro para ela já que ainda estava no banco traseiro.

 — Não estou. — responde ela com uma voz confusa.

 — Então, porque não senta aqui na frente? — Falei olhando bem nos olhos dela. — Quero conversar com você, e assim é estranho... Pelo que eu me lembre, não sou taxista.

Assim que terminei de falar ela logo desceu e veio para a frente. Me passou seu endereço e seguimos caminho.

Quando chegamos, era uma casa pequena mas moderna, tinha uma cara de ser bastante ocidental, era murada mas pelo portão dava para ver que tinha muitas plantas e flores ao redor da casa.

 — Bom... Obrigado por me trazer! — ela agradece.

 — Sabe que não incomodou em nada... — Ainda estávamos no carro e eu olhava para casa. — Então, a senhorita mora sozinha?

Falei me virando para ela, a luz fraca do poste refletia sobre ela. Não conseguia evitar de olhar cada detalhe da Shin Sofia e cada vez que eu prestava atenção nela, eu ficava mais admirado com tanta beleza.

Eu tinha ficado quieto apenas aproveitando o momento para lhe observar, mas então num movimento rápido ela ficou muito próxima do meu rosto. Meu coração disparou e eu não sabia o que ela queria com aquilo.

 — Também vai dizer que é estranho e perigoso para uma jovem morar sozinha? — ela pergunta com os olhos estreitos.

 — Não... Claro que não! Acho incrível uma mulher ser independente... — Ela se afasta e eu consigo controlar a minha respiração. — Você vai amanhã, não é?

 — Gente, eu esqueci de fazer a mala! — Ela faz uma cara de espanto e eu caio na gargalhada. — Ei, não é pra rir!

 — Já parei... Não vou tomar mais o seu tempo, pode ir, nos vemos amanhã!

 — Está bem... Boa noite! — ela se despediu saindo do carro.

 — Boa noite...

Espero ela entrar e dou partida no carro.

Chego em casa e todos já estão dormindo, tomei um banho e fui me deitar.

 — Essa viagem vai ser ótima para me aproximar dela...

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