Capítulo 7 : O Cerco à Everia
Quando Eryndor e seus homens finalmente avistaram as muralhas do castelo de Everia, havia algo de errado. Bandeiras negras tremulavam ao vento, e uma coluna de fumaça subia para o céu.
Eles chegaram tarde demais?
Os portões estavam fechados, e gritos de batalha podiam ser ouvidos do outro lado das muralhas.
O ar estava denso com o cheiro de fumaça e o ruído de aço contra aço. Quando Eryndor e seu destacamento chegaram ao sopé das muralhas de Everia, a visão que encontraram foi de puro caos. Os portões estavam selados, mas hordas de soldados sombrios, os lacaios de Malakai, tentavam escalá-los com ganchos e escadas improvisadas. Chamas lambiam a base das torres, e os arqueiros sobre os parapeitos lutavam para repelir o ataque implacável.
— “Capitão Thorne! O que faremos?” — gritou Gareth, ofegante após a cavalgada frenética.
Eryndor apertou o punho ao redor do cabo de sua espada, sua mente correndo para encontrar uma solução. Não podiam simplesmente esperar do lado de fora enquanto o castelo caía. O olhar dele varreu os arredores e parou em uma pequena entrada lateral parcialmente escondida por escombros. Era uma passagem usada pelos guardas para patrulhas secretas.
— “Ali!” — ele apontou para o portão lateral. — “Vamos abrir caminho até aquela entrada! É nossa melhor chance de entrar sem sermos esmagados.”
Com uma determinação renovada, Eryndor liderou o grupo em uma investida feroz. Os cavaleiros abaixaram suas lanças, atravessando o mar de inimigos que se concentravam em romper os portões principais. O barulho ensurdecedor da batalha os envolvia, e o sangue respingava como chuva ao redor deles.
A Invasão ao Castelo
Após uma luta brutal para alcançar a entrada lateral, Eryndor e seus homens conseguiram forçar passagem. Dentro dos muros, a situação não era melhor. O pátio estava tomado por soldados inimigos, enquanto os defensores de Everia eram gradualmente empurrados para trás. O eco de gritos, o clangor de espadas e o crepitar de fogo preenchiam o ar.
Eryndor sabia que precisava chegar até o salão do trono — era lá que o rei Arin estaria tentando organizar a defesa final. Mas, acima de tudo, ele estava preocupado com Lady Lirien. O presságio sombrio que ele havia visto antes não lhe saía da cabeça. Cada momento perdido era um risco à vida dela.
— “Gareth, leve metade dos homens para o salão principal e ajude o rei,” — ordenou Eryndor. — “Eu levarei o restante para procurar Lady Lirien. Não podemos permitir que ela caia nas mãos de Malakai.”
— “Entendido, capitão,” — Gareth respondeu com um aceno, antes de liderar seu grupo em direção ao centro do castelo.
Com os homens que lhe restavam, Eryndor avançou pelos corredores estreitos e opressivos, encontrando resistência a cada esquina. Os seguidores de Malakai eram incansáveis, parecendo lutar como se estivessem possuídos por uma força sobrenatural. Eryndor abriu caminho através deles, guiado apenas por sua determinação e pelo desejo de proteger Lirien.
O Confronto no Salão de Espelhos
Após uma série de corredores e escadas em espiral, Eryndor e seus cavaleiros chegaram ao Salão de Espelhos, um dos lugares mais belos do castelo, agora transformado em um cenário de destruição. Fragmentos de vidro cobriam o chão como um manto de estrelas quebradas, refletindo a luz tremeluzente das tochas. No centro do salão, cercada por três seguidores encapuzados, estava Lady Lirien.
O coração de Eryndor parou por um momento. Lirien empunhava uma adaga, tentando manter seus captores à distância. Seus olhos encontraram os dele, e por um breve instante, ele viu uma mistura de alívio e medo.
— “Lirien!” — ele gritou, avançando com sua espada erguida.
Os seguidores se viraram para enfrentar o novo adversário, entoando cânticos arcanos em uma língua profana. Um deles levantou a mão, e uma onda de energia negra disparou em direção a Eryndor. Ele mal teve tempo de erguer seu escudo, sendo jogado contra a parede com um impacto brutal.
— “Eryndor, cuidado!” — Lirien gritou, sua voz tremendo.
Sentindo a dor explodir em suas costas, Eryndor se levantou com dificuldade. Ele sabia que não podia desistir agora. Em um movimento rápido, lançou sua espada em direção ao seguidor que conjurava a magia. A lâmina perfurou o peito do homem, interrompendo o feitiço e fazendo-o cair morto no chão.
Com um rugido, ele avançou para os dois restantes. O combate foi intenso, as lâminas cintilando sob a luz trêmula enquanto Eryndor lutava com todas as suas forças. Por fim, conseguiu desarmar um deles, enquanto o outro fugia para a escuridão dos corredores.
Com o perigo imediato passado, ele correu para Lady Lirien. Ela ainda segurava a adaga com mãos trêmulas, mas seus olhos brilhavam com determinação.
— “Você está bem?” — ele perguntou, sua voz baixa e preocupada.
— “Sim, graças a você,” — ela respondeu, sua voz quase um sussurro. — “Mas precisamos chegar ao rei. Eles estão atrás de algo... algo que pode destruir Everia.”
O Último Reduto
Com Lady Lirien ao seu lado, Eryndor liderou seus homens pelos corredores em direção ao salão do trono. O castelo estava em um estado de desespero, com soldados e cidadãos lutando para repelir os invasores. Ao chegarem ao salão, encontraram o rei Arin defendendo-se ferozmente ao lado de Gareth e dos poucos cavaleiros que restavam.
No centro do salão, uma figura alta e imponente envolta em uma capa negra observava o caos ao seu redor com um ar de desdém. Era Malakai em pessoa, seus olhos ardendo como brasas enquanto ele conjurava um feitiço poderoso.
— “Parem-no!” — gritou o rei Arin. — “Se ele completar o encantamento, estaremos todos perdidos!”
Eryndor sabia que aquele era o momento decisivo. Com um rugido de guerra, ele avançou em direção ao feiticeiro sombrio, sua espada brilhando como prata pura. Malakai, percebendo a investida, ergueu suas mãos e lançou uma onda de sombras que engoliu o salão. Tudo se tornou um turbilhão de escuridão, e Eryndor sentiu como se estivesse sendo puxado para um abismo sem fundo.
— “Não! Não vou deixar que vença!” — ele gritou, lutando contra a força que o arrastava.
Mas então, uma luz suave brilhou através da escuridão. Lady Lirien, segurando o medalhão que havia dado a Eryndor, estava recitando uma antiga prece. A luz cresceu, empurrando as trevas para trás, e Malakai gritou de raiva, sua magia enfraquecendo.
Aproveitando o momento de fraqueza, Eryndor saltou para a frente e cravou sua espada no peito do feiticeiro. Um grito ensurdecedor encheu o salão, e uma onda de energia explodiu, lançando todos ao chão.
Quando o silêncio finalmente retornou, Eryndor se levantou, ofegante. O corpo de Malakai havia desaparecido, deixando apenas um rastro de cinzas. O castelo estava salvo... por enquanto.
O Amanhecer de Uma Nova Aliança
Enquanto o sol nascia no horizonte, iluminando as muralhas devastadas de Everia, Eryndor e Lady Lirien caminharam juntos até os jardins, agora manchados pela batalha. O reino estava a salvo, mas ambos sabiam que a ameaça de Malakai não havia sido totalmente destruída.
— “Obrigado por salvar minha vida,” — disse Lirien, virando-se para Eryndor com um sorriso triste.
— “Eu prometi que voltaria,” — ele respondeu, segurando sua mão. — “E cumpri.”
Mas, no fundo, ele sabia que a sombra de Malakai ainda pairava sobre o reino. Uma nova batalha se aproximava, e desta vez, ele não enfrentaria apenas inimigos externos, mas também os próprios segredos que o reino escondia.
O presságio sombrio ainda não havia sido completamente dissipado, e Eryndor sabia que, para proteger Lady Lirien e Everia, teria que se preparar para enfrentar o que estava por vir.
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Atualizado até capítulo 26
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