Capítulo 5: Nas Sombras da Floresta Veldran
Após dias de viagem em direção ao norte, o destacamento chegou às proximidades da Floresta de Veldran, um lugar envolto em mistério e superstição. As árvores altas e retorcidas formavam um emaranhado que mal deixava a luz do dia penetrar, e o som de folhas farfalhando parecia sussurrar segredos sombrios aos ouvidos dos cavaleiros. Era ali que, segundo os relatos, o mal começava a se manifestar.
Eryndor ordenou que o grupo parasse para montar acampamento em uma pequena clareira antes de adentrar a floresta propriamente dita. Enquanto os homens armavam suas tendas e acendiam fogueiras para se aquecer, o capitão sentou-se um pouco afastado, observando a escuridão que se aprofundava ao redor. O ar estava impregnado com um cheiro de terra úmida e algo mais... algo metálico, que lhe causava um calafrio.
— “Capitão Thorne,” — chamou Gareth, um cavaleiro experiente, aproximando-se com uma expressão grave. — “Os batedores que enviei voltaram com notícias preocupantes. Encontraram rastros de sangue e marcas de luta na entrada da floresta, mas nenhum sinal dos corpos. Parece que foram... arrastados para dentro.”
Eryndor franziu a testa, o queixo contraído em concentração. — “Então é verdade. Algo está à espreita aqui.”
Enquanto ponderava seus próximos passos, um grito estridente ecoou pela floresta, cortando o silêncio da noite como uma lâmina. Eryndor se levantou de um salto, sua mão instintivamente indo ao cabo da espada. O grupo imediatamente se armou, os olhos arregalados de medo enquanto esperavam que algo emergisse das sombras.
Antes que pudessem reagir, figuras encapuzadas e sinistras surgiram entre as árvores, suas vestes negras se misturando com a escuridão. O olhar vazio de seus olhos brilhava em um tom demoníaco, e símbolos arcanos pulsavam em suas peles como se fossem marcas vivas.
— “Seguidores de Malakai!” — gritou Gareth, erguendo seu escudo.
Eryndor sentiu o sangue gelar em suas veias. Eram apenas lendas contadas nas tavernas... mas agora, estavam ali, tão reais quanto a lâmina que ele empunhava. Ele ergueu sua espada e gritou ordens aos seus homens.
A batalha que se seguiu foi feroz e caótica. Eryndor, montado em seu cavalo, liderou a investida com bravura, sua espada cortando através das fileiras dos inimigos. O clangor do metal ressoava pelos ares enquanto as lâminas se cruzavam, e os gritos de agonia eram abafados pelos feitiços que os seguidores de Malakai lançavam, transformando o chão em um campo de fogo e escuridão.
Gareth lutava ao seu lado, bloqueando golpes com seu escudo enquanto Eryndor abria caminho pela linha de frente inimiga. Em meio à confusão, uma das figuras encapuzadas levantou um cajado negro, entoando palavras em uma língua antiga. Uma rajada de energia arcana disparou em direção a Eryndor, que mal teve tempo de erguer sua espada para bloquear o ataque. A força do impacto o lançou ao chão, seu corpo impactando contra a terra fria.
Atordoado, ele tentou se levantar, mas uma figura sombria estava sobre ele em um instante, um punhal prestes a cravar em seu peito. Em um movimento desesperado, Eryndor girou o corpo e derrubou seu oponente, enfiando sua lâmina na garganta do inimigo. O sangue quente respingou em seu rosto enquanto ele arfava, tentando recuperar o fôlego.
Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, os cavaleiros conseguiram repelir o ataque. Os seguidores de Malakai, percebendo que haviam perdido o elemento surpresa, recuaram para a escuridão da floresta, desaparecendo tão rapidamente quanto haviam surgido.
— “Todos estão bem?” — Eryndor gritou, sua voz rouca.
Alguns cavaleiros haviam caído, mas a maioria havia sobrevivido. Contudo, o cansaço e o medo estavam estampados em seus rostos.
— “Isso foi apenas um teste,” — disse Gareth, limpando o sangue de sua espada. — “Eles estavam apenas nos sondando.”
Eryndor assentiu, sabendo que seu companheiro estava certo. Aquela era apenas a primeira de muitas batalhas que enfrentariam. Malakai estava testando suas defesas, estudando suas fraquezas. Mas ele também sabia que o pior ainda estava por vir.
Enquanto a noite avançava e os homens tentavam descansar, Eryndor se afastou do acampamento, buscando um momento de solidão. Ele sacou um pequeno medalhão de prata que Lady Lirien lhe dera antes de partir, um símbolo de proteção. Segurando-o firmemente, ele sussurrou uma prece silenciosa.
Mas enquanto ele olhava para o medalhão, uma voz gélida parecia sussurrar em sua mente: “Você não pode protegê-la, cavaleiro. Nem a si mesmo.”
Eryndor olhou ao redor, sentindo um arrepio percorrer sua espinha, mas não havia ninguém ali. Talvez fosse apenas o cansaço... ou talvez o verdadeiro inimigo já estivesse mais próximo do que ele imaginava.
O presságio sombrio pairava sobre ele como uma nuvem carregada, e Eryndor sabia que, para salvar o reino — e talvez a si mesmo — ele teria que enfrentar não apenas os seguidores de Malakai, mas também seus próprios demônios.
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Atualizado até capítulo 26
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