Capítulo 11

-Por que Deus? Por que você faz isso comigo?... É porque nunca dei mais de 2 reais no cesto das esmolas na missa? Deus, você sabe que naquele momento eu era só um estudante tentando sobreviver... senhor... eu quero chorar... 😭😭

Mathew continuava reclamando em seu escritório, a notícia daquela viagem acompanhado de seu deslumbrante chefe o deixou mais abalado do que gostaria, não é que Mathew odiasse Daniel, pelo contrário, ele desejava estar cada vez mais perto dele, e isso se tornava mais difícil à medida que passavam o tempo juntos. Daniel era bom e carismático, algo que Mathew sempre dizia, clarooo os outros funcionários não pensavam assim, alguns até o tinham apelidado de “ogro da moda” e constantemente faziam alusão a esse apelido com uma brincadeira ou outra. No entanto, Daniel, ao estar perto de Mathew, era completamente diferente, era nobre, carismático, sério mas doce (até certo ponto) e não, Mathew não odiava a ideia de ir em uma viagem com ele. Mas ele não queria que Daniel descobrisse quem ele era, e perder não apenas seu emprego, mas o alfa que sua lua clamava por ela a cada minuto de cada hora perto do alfa. Suspirou resignado enquanto arrumava tudo para sair para seu apartamento e depois para o aeroporto, a porta foi aberta sem nenhuma autorização do Ômega.

-Está pronto?... precisamos ir, senhor Lujan...

-CEO... Mas, já?... Quero dizer, minha bagagem e meus documentos...

-O voo será no meu jato privado e quanto à bagagem, podemos comprar algumas peças de roupa em Los Angeles, não há tempo, a reunião com o presidente da fábrica é em 3 horas, mal temos tempo para chegar. Só estaremos dois dias e três noites lá, não é necessário uma grande mala... vamos depressa, senhor Lujan.

Após dizer isso, Daniel saiu do pequeno escritório, nunca olhou para o rapaz, evitando seu olhar envergonhado o tempo todo. Como era possível que há poucos minutos estivesse prestes a beijá-lo? Ele não entendia nada, estava frustrado e até desesperado por ter que ir com ele nessa viagem, mas não podia negar que era um excelente negócio, até mesmo um homem como Daniel sabia perfeitamente separar os interesses de negócios dos interesses pessoais, mas desta vez estava lhe custando bastante.

Entrou em seu escritório frustrado para pegar os documentos, continuava a pensar no que estava acontecendo e pulou quando a porta foi aberta.

-Ah, estou indo... Negócios são negócios 😖

-Sim, você enlouqueceu, já era, Daniel Lombardo está louco, rezemos por sua alma... 😪

-Ah, é você... Droga, Isak...

-Esperava alguém mais?

-O quê? Não.. não, é só que estou prestes a sair para o cais, bem, tenho que ir, nós temos, porque nós temos, entende? É obrigatório! Eu não planejei ouvir, não planejei nada recentemente, tenho me comportado bem!... Eu não, ele, ele que conseguiu, o negócio e agora temos, porque temos, ambos... Entendeu?

-Sim, entendi... não grite, está claro que você tem que ir, não espere, têm que ir... O que há de mau nisso, Daniel?

-Isak... Eu... Há pouco tempo, estive, estive prestes a beijar o senhor Lujan...

-O quê? Mathew? Seu assistente... Como?

-Não sei... não sei, droga!... É algo que simplesmente aconteceu... não é como se de repente eu soubesse... ele estava aqui tão perto, vi sua boca e algo dentro de mim pediu, me pediu para beijá-lo, mas não é como outras vezes... não sei como explicar, droga... O que diabos está acontecendo comigo? Ele nem sequer tem um maldito cheiro! E ainda por cima é um garoto! Eu nunca desejei um garoto antes... também não é como se ele cheirasse a algo... Por que ele me deixa tão malditamente louco? 😤

-Bem... não devemos esquecer que Mathew é um rapaz muito bonito, inclusive é delicado, parece mais um Ômega que um beta...

-Isak, isso é idiota, eu nem mesmo gosto dele, é só esse meu impulso de querê-lo... possuir até me cansar, deve ser porque não faço sexo há 4 anos, nem mesmo tive um maldito cio... mas mesmo que eu quisesse, eu não posso, sei bem que nem mesmo poderia corresponder, como homem eu não sirvo... mas... ahhh, eu não sei mais nada! 😩

-Não se estresse, Daniel, o que acontece é normal, digo, Mathew é um beta lindo, é normal que você se sinta atraído, é normal que muitos o olhem, até mesmo aqui muitos o olham, Javi do RH, ele gosta, até mesmo Arteaga, a alfa de Relações Públicas o olha com desejo, haha bom, confesso que até mesmo eu acho ele um tipo bonito e gosto dele, sei que o amor beta/alfa é difícil, mas se ele me desse uma chance eu...

-Não... não, não ele ... as relações aqui estão proibidas, você sabe... e ele... Sério que tantas pessoas o querem? Eu nem sabia, não tinha notado... não o imagino com alguém...

Isak apenas olhou para Daniel e sorriu, quão cego era seu amigo, que tolo por não perceber que já havia sucumbido ao que jurara nunca se ajoelhar, o destino.

Não devia dizer nada, não lhe correspondia, e também, por que não?, queria dar a Daniel um golpe de humildade e ver se assim, finalmente, o alfa hiperdominante Daniel Lombardo poderia se apaixonar e finalmente se estabilizar, era incrível que aos 29 anos Daniel só tivesse brincado com alguns betas e alfas sem se importar com os sentimentos de ninguém, apenas sorriu e desejou-lhe sorte.

-Vamos, eu os levo ao cais.

Disse Isak e saiu do escritório, lá fora Mathew já os esperava com uma pasta de documentos nas mãos, ao encontrarem seus olhares com os de Daniel, ambos desviaram o olhar e coraram, Isak pensou que era engraçado quando nenhum dos dois queria enfrentar seu destino inevitável, ambos subiram no carro e Isak, ao olhar para Daniel com os olhos fixos no garoto, quis brincar um pouco mais.

-Mathew... não te disse, mas hoje você está muito bem... (disse Isak sorrindo) a cor azul desse terno fica muito bem em você...

-O quê? Sério? Obrigado, senhor Isak... (corado)

Daniel olhou para o rapaz com dúvida.

“O quê? O que diabos? Por que ele fica corado com o comentário do Isak? Ele gosta? Não... é impossível...!”

Era o que Daniel pensava enquanto clicava a língua irritado e olhava pela janela, Isak voltou a sorrir maliciosamente e olhou pelo retrovisor para o rapaz corado.

-Sabe, Mathew... eu estava me perguntando, bem, na verdade é algo que muitos na empresa se perguntam... você, tem alguém?

-"O quê? Não! Eu... não tenho (envergonhado)

-É um alívio saber, se é assim... Você poderia? ou bem, se você quiser, quando voltar de sua viagem... Poderíamos sair para tomar algo juntos? Talvez um café ou uma copa...

-Você pode parar de flertar com meu assistente e apenas dirigir, droga? Eu quero chegar a tempo, ou se o seu flerte é urgente, me deixe aqui para eu poder pegar um maldito táxi (Irritado).

-Hahaha desculpe, desculpe... bom, deixarei isso para depois... Mathew, pense sobre isso.

Mathew se virou nervoso e corou enquanto assentia, Daniel observou o gesto e apertou os punhos enquanto olhava para Isak com raiva pelo retrovisor, chegaram depois de 10 minutos, Daniel desceu do carro furioso, embora não soubesse por que estava tão irritado, mas sentia irritação só de olhar para Isak, Mathew desceu atrás deles, mas o ambiente estava tão tenso que, ao olhar para suas mãos, notou, tinha esquecido o portfólio.

-Senhor, me dê um minuto, vá na frente... esqueci algo.

-"O que você disse?... Ei... Senhor Lujan! Droga, vamos nos atrasar...

Daniel saiu correndo atrás de Mathew, enquanto este abria a porta traseira do carro e se abaixava para pegar o portfólio no chão do veículo, então Daniel chegou atrás dele, correndo meio suado e ofegante, resmungando de raiva, odiava se atrasar, virou o olhar e viu o garoto agachado procurando o portfólio no chão daquela van e então o viu, sob seu paletó, sob sua camisa semitransparente, a tatuagem de borboleta que o mesmo Ômega tinha 4 anos atrás... ficou mudo e voltou a ouvir em sua cabeça.

"encontramos nosso Ômega".

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