-Carol, eu definitivamente me sinto extremamente ridículo!
-Você está lindo! Quer dizer, linda hehehe.
-Carol, chega, é muita maquiagem!
-Calma, é o preço de perder!
O que tinha de mau em usar peruca e maquiagem? Ou até um lindo vestido que modelasse suas curvas? Apenas uma razão, Mathew era um garoto.
Mathew Lujan era um garoto Ômega, melhor amigo de Carolina Richsten, a Ômega que justamente agora o fazia vestir aquela roupa por causa de uma aposta perdida.
-Você disse que faria, iria me acompanhar!
-Simmm, mas como seu parceiro homem! Não como uma garota, eu me sinto tão ridículo, pareço um daqueles palhaços de cruzeiro! O que é isso atrás? Parecem implantes!
-Você está caçoando de mim, Mathew? São suas nádegas! Seu convencido!
-Oh deus... eu estou mesmo com um traseiro grande, não estou? Hahaha
-Hoje você vai ser a sensação! Vai ter muitos alfas e ômegas naquela festa! Talvez você até encontre alguém.
-Você sabe que nada disso me interessa...
-Chato! Vamos, vamos, está ficando tarde!
A Ômega saiu daquela linda casa, olhou por cima do ombro para seu melhor amigo que agora caminhava até o carro todo desajeitado, os saltos definitivamente não eram para ele, de alguma forma chegou ao veículo enquanto a garota ria muito só de lembrar do jeito que ele andava.
-Você precisa andar direito se não quer ser a piada da noite hahaha.
-Essas coisas malditas, como vocês conseguem andar nisso? Meus pés estão doendo pra caramba!
-Você é muito reclamão! Mas se você achar um bom alfa, vai me agradecer depois! Vamos, se concentra, ok!
Mathew apenas fez uma cara feia e se olhou naquele espelho, com certeza ninguém diria que era um garoto, amaldiçoou sua genética por fazê-lo tão delicado, porque justamente agora parecia uma garota, ele era bonito, sabia disso, mas agora com a peruca ruiva e os olhos cor de pêssego, estava extremamente atraente, o vestido caía muito bem e até os implantes nos seios eram do tamanho perfeito para exibir uma boa figura.
-Ei, gênio, e se der para perceber o que eu tenho entre as pernas? Ou pior! Como vou fazer para urinar? Terei que entrar no banheiro feminino? Oh meu deus!
-Mathew hahaha em primeiro lugar, não vai dar para notar nada, você tem um pequenininho, amigo... em segundo, faça xixi normalmente, não é como se você fosse mostrar para todo mundo! E sim, você vai ter que entrar no banheiro feminino, você é uma garota agora! Dããã..
-O que você disse? Eu.. eu... não tenho um pequenininho, é normal, padrão! Não sei que tipo de monstros você vê, mas o meu é padrão!
-Hahaha tá bom, tá bom, o que você diz, amigo... Vamos, chegamos.
O garoto desceu do carro com toda a elegância de uma dama que conseguiu, tentando não balançar nos saltos e com o minivestido que vestia, ao descer e ajustar a delicada peruca, pôde sentir alguns homens e até algumas mulheres alfa olhando, Carol sorriu de orelha a orelha
-Isso aí, amigo, vamos arrasar na paquera hoje! Quem sabe até você perde a virgindade...
-Eu desisto...
-Não, não espera, Math, por favor... só uma hora, tá bom, por favor, só uma hora...
Mathew apenas respirou fundo enquanto olhava nos olhos escuros da Ômega
-Só uma hora, ok! E não me dê nada para beber nem comer, não quero ter vontade de ir ao banheiro, nunca entrei em um banheiro feminino!
-Feito!! Vamos.
Carol entrou de mãos dadas com Mathew enquanto notava que todos os olhares se voltavam para o garoto, sorriu, sabia que ele era bonito, mas como mulher era ainda mais.
-Eles estão nos olhando demais...
-Carol... como vou me chamar? Eu não sei... como vou me chamar?
-Umm, Mathy...
-Não brinca comigo...
-O quê?
-Poderia pelo menos ser menos óbvio?
-Vamos, Mathew, aqui ninguém te conhece, nem os verá novamente depois desta noite, só se divirta...
Mathew ainda não estava totalmente convencido, embora se o encarassem directamente, era um Ômega bonito ainda mais vestido de mulher, entrou na mansão nervoso enquanto os olhares se fixavam nele, ou nela, pois nesse momento Mathew era uma garota.
Na mesma mansão chegava Daniel Lombardo, o diretor executivo das indústrias de design mais procuradas da América Latina, dedicavam a maioria de suas indústrias ao design de roupas e calçados, onde trabalhavam alguns dos designers mais exclusivos do setor, Daniel era um alfa, um alfa Hiperdominante, todos que o conheciam sabiam que Daniel era uma pessoa difícil e diferente, ele nunca havia tido um relacionamento público, se tinha tido aventuras, as mantinha muito bem escondidas, também não era um alfa que estivesse em escândalos ou na boca do povo, se sua foto saía na seção social era somente para reiterar algum de seus designs ou seu sucesso no mundo da moda. Não se falava de sua família nem de suas amizades, seu círculo social se reduzia a ele e Isak, seu melhor amigo e coordenador de comércio em sua companhia, fora isso Daniel não tinha nenhum interesse nas pessoas, era frio, indiferente e arrogante, ele repetia para si mesmo que "nunca se apaixonaria por ninguém" jurava que o amor era uma perda de tempo e que o destino, e o laço dos parceiros destinados era uma bobagem, mesmo que sua mãe e pai fossem Ômega e alfa destinados ele jurava que isso nunca aconteceria com ele e que poderia viver perfeitamente sozinho pelo resto da sua vida, até ria do destino dizendo que nunca se ajoelharia frente a ele ou à deusa lua, Daniel era um alfa egocêntrico e volúvel.
Entre suas preferências em parceiros, ele apenas procurava aventuras de uma noite, e jamais saía com garotos, somente mulheres betas ou alfas, se alguma vez se apresentava diante dele uma Ômega ele simplesmente a rejeitava mesmo que fosse linda, porque queria evitar sentir-se atraído por uma feromona, evitar a marca e o nó, e sobretudo porque Daniel tinha a condição de "Hipersensibilidade feromônica", condição que havia trazido amargura e dor à sua vida. Daniel simplesmente queria evitar complicações e compromissos em sua vida, por isso seu lema sempre foi "não Ômegas, não garotos, somente garotas", repetia sempre para si mesmo, e jurava que sempre seria assim, ele nunca se apaixonaria, nunca, por ninguém, ninguém nunca o apaixonaria e poderia jurar isso.
Desceu do carro com arrogância, olhou ao redor a festa que ele mesmo havia organizado para encontrar "novos talentos" em sua empresa, ao longe viu a garota que chamava bastante a atenção, Carolina Richsten, filha de Marlon Richsten um famoso designer Canadense dos anos 2000, sua única filha Ômega era bastante reconhecida no meio por seus designs contemporâneos apresentados na Alemanha e Ucrânia, era um elemento que lhe convinha em sua casa de modas sem dúvida, sorriu e pegou uma taça para se aproximar de forma sedutora da garota, seu lema era não Ômegas mas a queria em sua casa de modas então um pouco de flerte não faria mal, os negócios estavam em primeiro lugar afinal de contas e fazia o que fosse necessário para consegui-los, mesmo que isso implicasse em flertar com algo que ele não tolerava, Ômegas... chegou até onde a Ômega sorria para os alfas que se apresentavam, sorriu e fez um gesto de brinde, Carolina sorriu enquanto levantava a taça
-Boa noite senhorita, está se divertindo?
-CEO Lombardo... estou me divertindo, obrigada! E o senhor? Está como esperava desta reunião?
-Agora sim, alguns convidados são mais agradáveis que outros 😉
-Se os outros o ouvissem certamente ficariam tristes, hehehe
-É por isso que só disse a você, senhorita hehehe
O alfa continuou falando da maneira mais sedutora possível, Carolina conhecia de cor e salteado a história do alfa, sabia de suas preferências e de seu caráter, em seu mundo ele era um alfa difícil e diferente, apenas sorriu enquanto dava atenção dispersa às suas palavras, ao perceber que Mathew não estava ao seu lado, ficou um pouco alarmada
-Está tudo bem, senhorita? -perguntou o alfa ao notar a garota inquieta.
-S.. sim, desculpe CEO é só que minha amiga... não a vejo.
-Amiga?
-Uma ruiva, olhos claros, é a primeira vez que a trago a uma reunião…
-Entendo, se quiser, pode ir procurá-la...
-Mil desculpas CEO Lombardo, volto num instante.
Carol saiu correndo enquanto Daniel apenas concordava, o perfume de jasmim da garota era agradável, mas como sempre não despertava absolutamente nada nele, e até era incômodo e irritante para Daniel. Em contrapartida, olhava para as mulheres alfa que tinha ali, muitas eram bonitas, claro, menos delicadas que as Ômegas, mas belas afinal. Tirou do bolso um cigarro e suspirou para sair e fumá-lo na varanda, assim também aproveitaria para respirar o ar fresco e tirar de seu nariz a mistura de aromas que o incomodavam, até o ambiente já o estava deixando tenso. Já tinha observado alguns novos talentos e pedido ao seu secretário que investigasse as condições em que esses talentos trabalhavam, depois disse a Marc, seu secretário, que aproveitasse a festa enquanto ele saía para a varanda fumar. Ao cruzar a porta da varanda, a brisa noturna acompanhada da luz da lua refletiu a figura bela e delicada daquelas longas e nuas pernas, das ancas e nádegas pronunciadas, e o vento que remexeu os cabelos ruivos levando consigo sua fragrância, o aroma de doce de leite que chegou ao seu nariz e que o parou de imediato, sentiu seu corpo mover-se involuntariamente até chegar onde estava a garota, e encontrar-se de frente com os olhos cor de pêssego, com seus lábios vermelhos como as maçãs proibidas do paraíso, com seu nariz delicado, quis falar mas estava mudo, apenas sorriu para cumprimentar e assim marcar seu primeiro encontro.
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Atualizado até capítulo 21
Comments
adoro um bl🌚
então ele já deu pra ela-?/Chuckle/
2024-11-28
0
Erica Jesus
aquele alfa ogro e arrogante que, num passe de mágica senta, rola e dá a patinha. 😂😂😂😂
2024-11-26
3
Maria Gabriely
Concordo, e olha que sou mulher 🤣🤣 mas odeio andar de salto alto 😂😂
2024-11-21
1