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Cheguei á discoteca e fui logo recebido pelos meus lacaios favoritos que me vieram fazer o relatório de como tinha corrido a noite até eu ter chegado.

- O Xiang saiu daqui a pouco, ele esteve a ver a contabilidade e estava tudo em ordem, continuando a faturar assim ele diz que no fim do mês podemos vir a ter um bónus!- ele disse-me entusiasmado quase aos pulinhos. Não liguei nenhuma ao que ele me tinha dito sobre o bónus, nunca me tinha faltado dinheiro, eu fazia o que fazia porque Dei me tinha dito que Xiang estava a ficar demasiado cansado e precisava de alguém de confiança, por isso eu tinha-me voluntariado para o ajudar, mas no final das contas acabei por ficar mais tempo do que o previsto.

Entrei no escritório e deitei-me no sofá. Será que o idiota ainda lá estava sozinho á espera da perua? Ri sozinho, eu estava a dar demasiada importância a um nerd daqueles, mas só para prevenir liguei para a nossa governanta. Ela atendeu o telefone, eu ouvia o som da televisão ligada perto dela, ela estava na cozinha de certeza a ver as novelas da noite que a faziam chorar feita uma arrependida.

- Ling estás na cozinha?- perguntei de olhos fechados a esfregar com os indicadores as minhas têmporas.

- Sim patrão, o que precisa?

- O pão sem sal está ainda na sala?- perguntei enquanto começava a roer as unhas.

- Pão sem sal?- ela perguntou-me confusa.

- Sim, o filho da perua…

- Da sua futura madrasta?- ela perguntou fazendo-me levantar de um pulo.

- Madrasta?!- perguntei com o coração os pulos. Ela com certeza estava enganada no que estava a dizer, sim, era isso. Eu não tinha sido informado de nada, ela estava já a ver demasiadas novelas.

- Falei demais...- ouvi ela sussurrar do outro lado.

- Ling, fala de uma vez, conta-me o que sabes! Juro que te despeço!

- Bem, a senhora A'costa hoje quando cá veio foi para ser apresentada como noiva do seu pai, pensei que já sabia menino…

Noiva...Aquela simples palavra estava a complicar-me com o sistema nervoso de uma maneira que eu nem tinha imaginado que conseguisse haver. Fui direito ao mini bar que o Xiang me tinha oferecido e procurei pela bebida mais forte que eu podia encontrar, bebi quase meia garrafa de vodka preta, mas nem isso me conseguiu acalmar, muito menos embebedar...

- É impossível...ele não ia fazer uma coisa dessas á minha mãe...não pode...- caí de joelhos no chão com lágrimas de raiva no chão. Peguei no meu telémovel e liguei para ele um monte de vezes, mas ele nem me atendeu, provavelmente a nossa governanta já o tinha informado do seu deslize, mas eu ia atrás dele, ia acabar por conseguir falar com ele e ele ia ter de me explicar o que se estava a passar.

- Se eles casarem vou ser irmão do pirralho…!- quase dei um grito quando me apercebi da gravidade da situação. Até áquela altura eu não tinha ainda sequer pensado na consequência do casamento deles, mas depois é que me veio essa ideia á cabeça... Levantei-me e encostei-me ao mini bar quase sem fôlego, liguei de novo para minha casa.

- Passa-me ao pirralho!- disse a Ling, mas ela começou a gaguejar.- O que foi agora, porra?!!!

- Ele...bem...ele adormeceu no sofá…Não o queria estar a acordar...-ela respondeu com voz trémula.

- Mas ele pensa que está onde?!- gritei- Eu daqui a pouco já aí estou!

Desliguei a chamada e saí do escritório a correr, mandei mensagem a Xiang a dizer que tinha um problema familiar para resolver e que no dia seguinte para o compensar ia ficar todo o dia na discoteca, ele nem ia precisar de vir trabalhar. Dei ligou-me passado alguns segundos.

- O que se passa?- ele perguntou preocupado.

- Não quero falar agora Dei, preciso de resolver umas coisas lá em casa, falamos depois…

- Mas...

- ...Não há mas nem meio mas, deixa-me resolver isto, preciso de ter isto resolvido senão vou dar em doido!

Dei acabou por desistir e desligar a chamada, no dia seguinte eu ia ligar para ele para lhe contar o que se tinha passado, mas naquele momento eu precisava de falar com o Jin, precisava de saber o que a perua da mãe dele afinal queria do meu pai!

Cheguei a casa ainda com o coração aos pulos, entrei em casa sem mesmo me importar se estava ou não a fazer barulho, Ling já se tinha recolhido ou estava escondida para não me enfrentar. Estávamos eu e Jin sozinhos, com um assunto importante para resolver.

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