Consegui dormir duas horas antes de ter de sair para trabalhar. Era a minha vez de ir para a discoteca. Tomei um banho rápido e mudei de roupa. Desta vez, como gerente da discoteca Bronze eu tive de vestir o meu fato e gravata,não era coisa que eu gostasse muito, mas no final da noite estar assim vestido fazia-me ser um íman para as mulheres...Todas queriam estar a sós comigo e isso muita vez era irritante.
Antes de sair do quarto espreitei pela janela do meu quarto e vi que o carro da perua ainda lá estava, mas já era muito tarde, porque é que ela ainda não tinha ido embora?!
Desci as escadas irritado e com os meus sapatos na mão, espreitei cá para baixo: só o idiota estava na sala sentado ainda no sofá.
- A tua mãe?- perguntei-lhe quando cheguei á sala. Ele não me respondeu, estava de phones nos ouvidos e com o nariz enfiado num livro de fantasia. Chamei ele novamente, mas continuei sem ter resposta, peguei na almofada decorativa do sofá e atirei-lha fazendo os óculos de nerd dele voarem. Ele assustou-se e pareceu finalmente ter dado pela minha presença.
- Onde está a tua mãe?!- perguntei já irritado. Ele procurou os óculos e meteu-os tirando o cabelo negro da frente dos olhos.
-Não sei, acho que foi jantar com o teu pai.- ele respondeu numa voz baixa.
- Mas já são onze horas!
- E que mal tem? Precisam da tua aprovação para sair?- ele perguntou-me de repente deixando-me espantado, aquele nerd de vez em quando esquecia-se de qual era o lugar dele.
- O pirralho ganhou coragem?- perguntei-lhe enquanto me fui aproximando dele lentamente, ele corou imenso e encolheu-se no sofá com medo de mim.
- Saiu-me sem querer, desculpa Jung!- ele pediu metendo os braços cruzados levantados á frente da cara para se proteger, isso fez-me lembrar dos nossos tempos na universidade.
- Se não fosse eu saber que eles podem voltar a qualquer momento desfazia-te com as minhas mãos!- rosnei-lhe, ele baixou um bocadinho os braços e depois ainda a medo falou.
- Vais sair?
- Vou trabalhar. Porquê?!
- Só perguntei…
- Queres vir? Tenho a certeza que posso arranjar-te companhia feminina, amanhã já nem vais querer ter esse ar de nerd...- comentei. Sentei-me no sofá e calcei os meus sapatos, mas ele não me respondeu. Olhei para ele de novo e ele manteve-se calado.
- Não vens?
- Não, a minha mãe vai querer que eu esteja aqui quando ela chegar...- ele disse com um ar tão obediente que me fez estremecer. Como eu odiava meninos da mamã!97
- Credo homem! Mas és algum bébé para teres de ficar aqui á espera dela quando ela nem a jantar fora te levou?!- ele encolheu os ombros.
- Não, mas ela ia ficar apavorada se não me visse aqui, ela só me tem a mim na vida dela...
Aquela resposta que aquele fedelho me deu fez-me amolecer por segundos: eu também queria ter uma relação assim com o meu pai, eu tinha tentado durante algum tempo depois do desaparecimento da minha mãe, mas cheguei á conclusão que para ele eu tinha sido o motivo dela partir, por isso hoje em dia andávamos quase sempre em guerra, eu devia imenso ao Dei por me ter aturado na minha pior fase quando a minha mãe se foi embora. Éramos pequenos ainda, mas as nossas famílias eram amigas, por isso o meu pai deixava-me com Min frequentemente. Talvez fosse por isso que eu não tivesse daído um completo desastre.
- Bom para ti, eu vou trabalhar.
- Mas não comeste nada...- ele disse-me com um olhar tímido, parecia preocupado.
Que raio ele queria agora?!Dar-me comida á boca?
- Problema meu, não te metas onde não és chamado!
Saí de casa e ainda fiquei um pouco cá fora na entrada da casa com o olhar perdido na minha mota. O meu pai ainda não tinha chegado, provavelmente o jantar dele ia ser terminado em algum hotel e aquele tipo ia ficar lá em casa sozinho, sem ninguém, feito um cão idiota á espera que a mãezinha o viesse buscar…
A roer-me por dentro entrei novamente em casa.
- Liga para ela e vê se eles regressam hoje.- disse-lhe. Ele olhou para mim e pegou depois no telemóvel dele.
- Ela não atende.- disse-me olhando preocupado para o telemóvel dele.
- Ela está bem, deve estar ocupada com ele...- disse-lhe, mas aquilo não saiu exatamente da maneira que eu queria, pois Jin olhou para mim com uma cara como se eu tivesse dito alguma blasfémia.
- Não era isso que eu queria dizer, estava a dizer que estão no jantar…
Jin pareceu relaxar mais um pouco, pegou no livro dele e olhou para mim do género "vais sair, ou não?".
Acabei por sair batendo a porta. Nerd esquisito…!
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Comments
Bruna carla Pereira
oi
2024-11-22
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