Capítulo 4 – O Primeiro Sinal
O sol já havia desaparecido completamente quando Erick e Agnes deixaram a caverna. A floresta parecia diferente: o silêncio agora era profundo, como se até o vento tivesse sido expulso.
Erick carregava o manto branco da Ordem Silenciosa, dobrado nos braços, e a espada antiga pendia em suas costas. Ao contrário do que esperava, ela não parecia pesada. Era como se estivesse destinada à sua mão.
— Sente isso? — perguntou Agnes, andando ao seu lado. — O ar… parece morto.
Erick assentiu, o olhar fixo à frente. Não disse uma palavra durante todo o caminho de volta. Desde que tocara o manto, algo dentro dele havia despertado — como se lembranças que não eram suas tentassem emergir, como ondas quebrando contra a consciência.
Ao chegarem à entrada do vilarejo, sentiram o cheiro.
— Fumaça? — murmurou Agnes.
Correram pela estrada de terra até a primeira casa. A porta estava aberta, os móveis revirados, e não havia ninguém dentro. Nem som. Nem vela. Nem respiração.
— Onde está todo mundo? — disse Erick, ofegante.
Subiram para a praça central. Lá, a capela antiga estava em chamas. As chamas não eram naturais — dançavam como serpentes, sem consumir a madeira. E na frente da igreja, marcado com sangue, estava o mesmo símbolo do olho com as cruzes.
Agnes cobriu a boca.
— Eles já sabem que você voltou.
Erick caiu de joelhos. Seu lar, sua vila, sua infância… tudo ameaçado.
— Isso é culpa minha.
— Não — disse uma voz atrás deles.
Ambos se viraram. Um homem alto, de pele escura e olhos como carvões acesos, observava-os do alto da torre do sino. Vestia um manto vermelho, rasgado nos ombros, com uma cruz invertida no peito. Ao seu lado, duas figuras encapuzadas o acompanhavam.
— Você só fez o que era inevitável, Benedictus — disse o homem. — Era questão de tempo até a linhagem despertar. Nós apenas viemos dar as boas-vindas.
Erick levantou-se, apertando o punho da espada.
— Quem é você?
— Me chamam de Malach, arcanista da Queda. Sou aquele que selou seu avô no silêncio, e agora, o arauto da tua ruína.
Agnes puxou a adaga, firme.
— Se você tocou em alguém dessa vila, vai pagar.
Malach riu.
— Já está pago, pequena. Suas orações não foram ouvidas. Este vilarejo pertence agora ao vazio.
Erick sentiu algo dentro de si despertar — não era raiva comum. Era memória de guerra. Vozes antigas sussurravam orações esquecidas. Ele vestiu o manto branco.
— Se é guerra que vocês querem... então que seja como antes.
Erick levantou a espada. O símbolo da Ordem brilhou em seu peito, e uma luz antiga, de séculos esquecidos, iluminou a praça.
As sombras recuaram por um momento. Mas Malach sorriu.
— Então dançaremos, último dos puros. Vamos ver se a fé ainda pode cortar carne.
...
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by Oltz
cwb
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Atualizado até capítulo 33
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