...Após a morte do seu avô, Erick que já questionava o porquê dos sonhos, e decide ir falar com a sua amiga Agnes para tentar entender isso com ela....
Criada numa família pobre e vista por maus olhos no vilarejo, Agnes era a filha única de Ivan e Olga dois camponeses que por não terem o conhecimento do uso de armas, eram dados como inúteis, além de fracos, eram camponeses que não conseguiam ter uma boa colheita, assim não tendo um bom estoque de comida.
Agnes sempre foi pró-ativa, esperta e corajosa, quando era pequena se aventurava com Erick na floresta, assim ela teve um bom contato com arcos e espadas e isso trouxe uma facilidade no manejo de qualquer arma.
Agnes e Erick sempre foram muito amigos desde infância, sempre o ajudou, protegeu até mesmo acolheu por um certo tempo, com isso veio a enorme consideração que ambos tiveram um com o outro.
Após um tempo Erick encontra Agnes e fala sobre os seus sonhos
— Você não acha estranho isso? Logo após a morte do meu avô isso começar a aparecer? — disse Erick, olhando para o chão, com a voz carregada de inquietação.
— Pode ser que exista alguma ligação... Mas como você vai resolver isso? — respondeu Agnes, arqueando uma sobrancelha. Ela cruzou os braços e encostou-se a uma árvore próxima. Os olhos castanhos pareciam mais atentos do que o normal.
— Não faço ideia... Mas eu preciso fazer algo para parar com isso. Esses sonhos não são normais. Tem sangue, uma igreja queimada, e vozes... vozes que me chamam pelo nome. — Erick levou a mão à cabeça, pressionando as têmporas.
Agnes ficou em silêncio por alguns segundos. Ela observava o amigo com preocupação. Os olhos dele estavam fundos, com marcas de noites mal dormidas.
— Seu avô... ele era devoto, não era? Sempre ia à capela, falava de anjos e de sinais, essas coisas.
— Sim. Ele dizia que algumas pessoas nascem marcadas por Deus... mas também dizia que o inimigo sempre sabe quem você é antes de você saber. Eu achava que era só loucura de velho.
— Talvez não seja — disse Agnes, se aproximando. — Talvez... você tenha herdado mais do que os livros dele. Talvez esse “dom” ou maldição venha de sangue.
— Eu achei um símbolo nos papéis que ele deixou. Parecia um olho com três cruzes dentro. Quando toquei, tive um vislumbre — uma mulher de branco, com olhos vazios, chorando sangue.
Agnes sentiu um arrepio subir pela espinha.
— Isso parece coisa de seita antiga. Ou coisa da igreja... daquelas que foram apagadas da história.
— Eu pensei o mesmo. Por isso vim até você.
— Erick, se há algo real nisso, a floresta talvez guarde alguma pista. Lembra da caverna atrás da colina dos pinheiros? Aquela que a gente achou quando tinha dez anos?
— Lembro... seu pai proibiu a gente de voltar lá.
— Pois é. Ele disse que “coisas impuras se escondem onde o homem esqueceu de rezar”. Aquilo nunca me saiu da cabeça.
Erick respirou fundo, e pela primeira vez em dias, sentiu o peito se aliviar um pouco.
— Você viria comigo?
Agnes sorriu, mas havia algo sombrio em seus olhos.
— Sempre. Até o fim.
Eles partiram ao entardecer, levando apenas uma tocha, uma adaga e os papéis antigos deixados pelo avô. A floresta parecia mais silenciosa do que o normal, como se até os animais soubessem que algo se aproximava.
Ao longe, as nuvens tomavam a forma de asas. E o sino da capela, que estava quebrado há anos, tocou sozinho pela primeira vez.
---
Nos siga para mais 😴
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 33
Comments