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Essa Freira Não É Santa

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Capítulo 05

No dia seguinte, Catarina acordou cedo e animada.

Ana: Meu Deus, quanta animação! Bom dia, irmã.

Catarina: Bom dia, irmã Ana! Sacode essa poeira e vamos levantar, porque hoje o dia será incrível!

Ana: Amém! Posso saber o motivo dessa felicidade toda?

Catarina: Finalmente vamos voltar a ensaiar! Estava com saudades das minhas meninas!

Ana sorriu.

Ana: Sim, aquelas crianças trazem ainda mais luz para este lugar.

Depois de prontas, as duas saíram para tomar café da manhã com as outras freiras.

Rufina: Hoje é dia de entregar agasalhos e sopa para os nossos irmãos em situação de rua. Precisamos ajudar nossa irmã Maria no preparo das refeições. Quem está livre para fazer isso?

Duas irmãs levantaram a mão.

Rufina: Maravilha!

Romeu juntou-se às freiras para o café da manhã, e Catarina observou como ele já havia cativado todas elas em tão pouco tempo.

Ana: Irmã, você vai precisar de alguma ajuda com as crianças hoje? Eu vou ajudar na limpeza, mas se precisar, estou à disposição.

Catarina: Não será necessário, irmã. As meninas já estão mais comportadas.

Ana: Comportadas? Até parece que eu não sei que você é responsável por 50% da bagunça!

Catarina: Ah, que isso, irmãzinha!

Ana riu e chamou a atenção de todas.

Ana: Para começarmos o dia de forma ainda mais graciosa, nossa irmã Catarina vai usar o dom que Deus lhe deu e nos presentear com uma canção!

Catarina olhou para ela surpresa, mas logo levantou da cadeira e começou a cantar. As freiras batiam palmas no ritmo da canção, enquanto Romeu observava Catarina com atenção e um sorriso de canto. Após o café da manhã, todas foram cumprir suas tarefas e Catarina dirigiu-se à sala de canto. Com o tempo, as alunas foram chegando e cada uma delas recebia um abraço caloroso de Catarina.

— Professora Catarina! Que saudade!

Catarina: Eu também estava com saudades, meu amor.

Ela levantou sua aluna e a encheu de beijos.

Assim, todas foram chegando e em pouco tempo a sala já estava cheia.

Quando estava prestes a fechar a porta, Romeu chegou e Catarina ficou surpresa.

Catarina: Romeu…

Romeu: Posso assistir à aula?

Catarina: Ah… sim, claro!

Ele entrou e as meninas ficaram olhando para ele.

Romeu: Olá, meninas!

Elas gritaram "Olá!"

Catarina: Meninas, este é o doutor Romeu. Ele ficará conosco no convento por um tempo. Vamos dar boas-vindas a ele!

Elas gritaram "Seja bem-vindo, doutor Romeu!"

Romeu: Obrigado! Obrigado!

Ele fez uma reverência e as alunas riram.

Catarina: Bom, vamos começar? Perdemos três dias de aula e isso é muita coisa. Então vamos lá!

Catarina começou a aula de canto e Romeu assistiu como ela conduzia bem as alunas. Após um tempo de aula, chegou a hora do intervalo.

Catarina: Agora vamos beber água, lanchar e depois voltamos para a sala… lembrem-se, em fileira, marchando como soldados!

Catarina tentava colocar ordem, mas na hora do intervalo era sempre a mesma confusão.

Romeu: Alguém disse soldado?

Ele se levantou em posição de soldado e começou a marchar. As meninas formaram uma fila atrás dele e o seguiram cantando.

Catarina ficou observando perplexa.

Catarina: Como ele conseguiu…?

Ela seguiu atrás deles e logo as meninas já estavam sentadas à mesa.

Catarina começou a servi-las e Romeu a ajudou.

Catarina: Romeu, não precisa fazer isso…

Romeu: Eu quero ajudar! Não gosto de ficar parado. Aqui vocês não têm muitas demandas relacionadas à saúde, então posso ajudar de outras formas.

Ela sorriu enquanto ele continuava ajudando.

Após o lanche, ensaiaram mais um pouco e as meninas foram liberadas, mas uma permaneceu na sala.

Romeu: Como é o seu nome princesa?

Melissa: Meu nome é Melissa, mas pode me chamar de Mel…

Romeu: Princesa Mel, a mais doce e delicada de todos os reinos!

Melissa sorriu timidamente.

Enquanto Melissa olhava pela janela, Romeu se aproximou de Catarina que estava organizando algumas coisas na sala.

Romeu: Os pais dela sempre demoram para buscá-la?

Catarina: Ah não! A Mel eu quem levo… e, ela não tem pais, mora em um orfanato.

Romeu: Ela é órfã…

Catarina: Sim.

Romeu: Você sempre a leva só depois de arrumar a sala?

Catarina: Na verdade não. É que a Mel sempre almoça aqui antes de eu deixá-la na escola. Mais tarde o carro do orfanato vai buscá-la junto com os outros alunos que estudam lá.

Romeu: Entendi… Então do orfanato apenas ela participa das aulas de canto?

Catarina: Sim… A verdade é que no orfanato há mais meninos do que meninas, e só damos aulas para as meninas… porém as outras são menores e ainda não têm idade suficiente. Quem sabe no próximo ano venham mais alunas de lá…

Romeu: Entendi.

Melissa interrompe.

Melissa: Professora Catarina?

Catarina se aproximou de Melissa.

Catarina: O que foi, meu amor?

Melissa: O tio Romeu é o seu namorado?

Catarina olhou para trás, suplicando a Deus que Romeu não tivesse escutado aquilo.

Romeu estava assobiando e de costas, fingindo não ouvir.

Catarina: Não, meu amor, eu sou freira. Você esqueceu?

Ela sussurrou.

Catarina: Freiras não têm namorados… Não diga isso de novo, Mel, por favor, ou vai me colocar em encrenca.

Melissa: Mas você é bonita, não é velha como a tia Rufina… tinha que ter um namorado.

Romeu soltou uma risada sincera, e Catarina segurou o riso.

Catarina: Meu amor, você não pode chamar a irmã Rufina assim. Ela pode escutar e ficar brava.

Melissa: Ai não, não quero que ela fique brava comigo!

Catarina: É só você nunca mais repetir isso que a irmã Rufina nunca ficará brava.

Melissa: Tá bom!

Catarina: Jura de miudinho?

Melissa: Juro de miudinho!

Elas entrelaçaram os dedos e Catarina fez cócegas em Melissa.

Depois de um tempo, todos estavam almoçando. Catarina chegou à cozinha com Melissa já pronta para ir à escola. Após o almoço, elas estavam saindo quando Romeu as chamou.

Romeu: Catarina, mel!

Melissa: Tio Romeu!

Ela correu para abraçá-lo.

Melissa: Já estava com saudade!

Romeu: Eu também! Por isso vou acompanhar vocês duas. Vou te levar de carro para a escola hoje.

Melissa: Oba!

Catarina foi até eles e segurou a mão de Melissa.

Catarina: Vamos mel, ou vai acabar se atrasando.

Melissa: Espera, professora! O tio Romeu vai com a gente de carro!

Catarina olhou para ele.

Catarina: Ah, não precisa, Romeu. Fica a cinco minutos daqui, mas obrigada!

Romeu: Maravilha! Então vamos a pé mesmo.