13 - Rafael Compton

No dia seguinte Rafael e Nicolas iniciaram a sua corrida. Rafael estava ansioso e ao mesmo tempo nervoso com o futuro treinamento que teria com Miguel.

- Você está bem Rafael? - Perguntou Nicolas para o amigo.

- Ansioso na verdade eu admito.

- Eu entendo você, ser treinado por Miguel. Se Juriciel já castigava, era rígido demais nem imagino o que Miguel poderá fazer.

- Obrigado Nicolas ajudou muito.

- A desculpa eu não queria.

- Haha tudo bem. - Rafael começou a rir. - Sério está tudo bem mesmo você me ajudou a relaxar e estou de devendo uma.

- De verdade?

- De verdade obrigado Nicolas.

- Não há de que Rafael.

Os dois estavam chegando no convento. Juriciel estava parado na entrada como sempre fazia, mas algo estava errado. Miguel não estava ao lado do caído apenas Juriciel os esperava com os braços cruzados e a expressão séria.

- Ué. - Disse Rafael confuso. - Onde está Miguel?

- É mesmo ele deveria estar já aqui.

- Rafael! - Disse Juriciel e o Nefilin o olhou atentamente. - Na parte sul no início da floresta, seu treinamento será lá então, continue correndo.

- Tudo bem então.

Rafael se despediu de Nicolas e Juriciel e continuou correndo. Ele deu a volta pelo convento e ao completar estava na entrada da floresta.

O convento era uma das habitações da cidade que está ligava imediatamente a floresta e em seguida a cadeia de montanhas que dividia a cidade de Alameda dos Anjos com Ribeirão City.

O Nefilin continuava correndo pisando nas folhas secas, o sol começava a nascer iluminando completamente a floresta. Após alguns minutos Rafael percebeu a frente um campo aberto e naquele campo estava Miguel. O arcanjo estava usando sua armadura completa sem o seu elmo, suas asas eram visíveis em suas costas e ele olhava para Rafael com seriedade e os braços cruzado. - Será que todos os anjos nos recebem assim com a cara séria? - Pensou o jovem e continuou a correr.

Ao chegar Rafael cumprimentou Miguel e o arcanjo continuava com a expressão séria em sua face o que intimidou um pouco Rafael.

- Bom dia. - Disse Miguel relaxando e descruzando os braços. - Seu treinamento começa agora preparado?

- Sim estou! - Disse Rafael com firmeza.

- Ótimo. Me acompanhe.

Miguel se afastou adentrando mais ao campo e Rafael o seguiu. O lugar era espaçoso percebeu o Nefilin, o campo aberto ficava bem no centro da floresta. A frente, nas laterais o restante das árvores podia ser visto dando continuidade à floresta. No meio da clareira uma grande pedra branca podia ser vista e ao lado da pedra Rafael pode ver as espadas de madeira que Juriciel o havia entregado como parte do seu treinamento.

- Pegue as espadas. - Disse Miguel parando próximo a pedra. Rafael pegou a espada e se posicionou a frente de Miguel e o olhava atentamente esperando o restante das instruções. - Agora me ataque! Quero ver como estão suas habilidades para assim eu poder saber o que posso passar a você.

- Tudo bem então como quiser. - Rafael se posicionou a frente e o olhava atentamente. O arcanjo ficou parado olhando atentamente para o Nefilin.

- Pode vir quando quiser!

Rafael se aproximou e atacou Miguel com as espadas, o arcanjo desviou o corpo um pouco para o lado e o Nefilin passou sobre ele ficando em suas costas. Rafael aproveitou a deixa e girando os eu corpo rapidamente desferiu outro golpe contra Miguel que desviou o corpo um pouco para o lado contrário voltando a posição inicial e novamente Rafael estava à frente de Miguel o olhando surpreso. Miguel por sua vez estava com a expressão neutral e seu olhar estava fixo adiante e não em Rafael. O Nefilin olhou para a direção onde Miguel olhava, mas não via nada. O arcanjo aproveitando a deixa estendeu o braço direito e deu um peteleco na orelha do Nefilin e o mesmo soltou um grito de dor deixando as espadas caírem e levou sua mão até a orelha.

- Ai, isso doí!

- Sua função é me atacar não olhar para outra direção.

- Mas eu pensei que...

- Não pensou nada! No campo de batalha tem que estar atento cem por cento a luta e no seu oponente, jamais deve desviar a atenção!

- Tá bem...

- Ótimo agora pegue as espadas e volte a me atacar!

Rafael assentiu e voltou a pegar as espadas, se posicionando o Nefilin voltou a atacar o arcanjo.

                                   ***

- Voltamos irmã. - Disse Uriel que chegava ao convento junto com Fanuel.

- Bem-vindos de volta arcanjos. - Disse uma das irmãs a Irmã Cecilia.

- Boa noite irmã Cecilia. - Respondeu Fanuel e a irmã o cumprimentou.

- Ué, mas e o senhor Miguel?

- A ele está treinando Rafael. - Respondeu Uriel.

- Treinando Rafael?

- Sim isso mesmo de agora em diante ele é novo treinador dele, então ficaremos sem Miguel. Se algo sério acontecer ele vira nos ajudar.

- Entendo e que bom para Rafael ser treinado pelo anjo guerreiro.

- É espero que ele sobreviva.

- Sobreviva? - A irmã olhou surpresa para Uriel.

- Uriel. - Disse Fanuel repreendendo o irmão. - O que ele quer dizer irmã, é que Miguel é muito rígido e não será nada fácil para Rafael.

- A sim que bom. - Disse ela aliviada.

- Realmente não é nada fácil. - Disse uma voz cansada e que se esforçava para falar em um tom alto e claro.

Todos viraram na direção da voz e viram Rafael, ele estava todo sujo e com algumas partes das roupas rasgadas. Ao seu lado estava Miguel ainda trajando sua armadura. O arcanjo estava com o braço em volta da cintura do Nefilin o ajudando a ficar de pé.

- Realmente você castigou ele. - Respondeu Uriel e Miguel apenas sorrio.

- Eu vou te ajudar Rafael. - Disse Fanuel o ajudando. Ele o passou o braço em volta da cintura dele tomando o lugar de Miguel que se afastou um pouco. - Vamos para casa, tome um banho, coma e descanse.

- Pelo menos um anjo não me recebe com um olhar sério. - Pensou Rafael e ele assentiu.

- Ótimo vamos lá.

- Boa noite irmã e arcanjos.

- Boa noite Rafael. - Respondeu a irmã Cecilia e Fanuel se afastou levando Rafael com cuidado.

- O que você fez para deixar ele daquele jeito? Posso perguntar.

- Nada de mais Uriel.

- A maneira como ele estava me faz questionar isso.

- Eu apenas pedir para ele me atacar, e eu desviei dos golpes apenas isso.

- E também mexeu com ego dele o fazendo se esforçar tanto e não lhe atingiu nenhum golpe certo? - Miguel ergueu o polegar direito e começou a sorrir. - Como você é mal Mmau Miguel

  \*\*\*

Duas semanas haviam se passado e o treinamento de Rafael continuava. Ele ainda não havia conseguido acertar nenhum golpe em Miguel que o incentivava a continuar o atacado.

Era o fim da tarde, Miguel estava com a sua armadura olhando para o horizonte. Rafael estava usando apenas uma calça moletom preta, estava todo sujo, suado e com a respiração muito ofegante. Ele se apoiava nas espadas e olhava atentamente para Miguel.

- Porque eu não consigo acertar ele? - Se perguntou o jovem. - Porque?

Se posicionando novamente ele correu na direção de Miguel e o atacou, novamente o arcanjo desviou dos golpes e Rafael continuava investindo. Em uma das oportunidades Rafael atacou Miguel com rapidez que o Nefilin se desequilibrou e caiu de cara no chão. Ficando em pé novamente ele continuou atacando e o arcanjo desviou. Rafael gritou de frustração e continuou atacando o arcanjo. Miguel pareceu perceber algo de estranho e olhou para Rafael enquanto o mesmo o atacava.

Miguel continuava evitando os golpes de Rafael, mas agora o arcanjo continuava o olhando curioso. Os golpes de Rafael não eram como antes estavam mais rápidos e precisos. - Exatamente como Juriciel havia dito. - Pensou o arcanjo enquanto ainda desviava. - Vamos ver até aonde ele consegue ir.

Rafael continuava atacando Miguel e o mesmo continuava se defendendo. Os ataques se intensificaram a cada segundo, a ponta da espada passou a centímetros do rosto de Miguel e a surpresa era visível na face do arcanjo. Rafael continuava o atacando e agora Miguel não se esquivava dos ataques do Nefilin deslocando o corpo alguns centímetros para o lado. Miguel era obrigado agora a dar passos se não quisesse ser atingindo por Rafael.

Rafael continuava o atacando e agora Miguel era obrigado a recuar, aproveitando a deixa como havia aprendido com Juriciel. Rafael se aproximou e continuava atacando Miguel que se desviava de seus golpes. - Ele está melhorando a cada segundo, ele... - Miguel agora olhava surpreso para Rafael. O arcanjo pensava que estava tendo alucinações, mas anjos não tem alucinações. Miguel continuava surpreso enquanto era atacado por Rafael. Ele não estava mais vendo o jovem apenas de calça e sem camiseta. Miguel agora via Rafael com uma armadura de bronze que cobria todo o seu corpo, asas e ao invés de espadas de madeira o Nefilin estava com espadas de verdade.

- Rafael meu irmão!

Aproveitando a deixa novamente Rafael atacou Miguel e as espadas atingiram a face e o tronco do arcanjo e se despedaçaram como se estivessem atingindo uma rocha.

Rafael ficou parado e ofegante. Miguel estava sem reação.

- Demorou...mas eu consegui! - Disse Rafael ofegante.

- Realmente conseguiu mesmo! - Disse uma voz atraindo a atenção de Rafael e Miguel. - Parabéns Rafael. - Disse o Arcanjo Uriel aparecendo na clareira junto com Fanuel, Juriciel e Nicolas.

- Parabéns pelo seu esforço Rafael. - Disse Fanuel.

- Realmente você tem se esforçado bastante. - Disse Juriciel e em seguida ergueu o polegar.

- Foi demais o que você fez Rafael. - Dizia Nicolas. - De repente você começou a se mover tão rápido que quase não pude ver nada cara.

- Eu...eu...

- Você lutou bem Rafael e realmente merece os parabéns. - Disse Miguel tocando o ombro do jovem que o olhava surpreso.

- Eu fui mesmo tão bem assim?

- Sim e como foi.

- Que bom agora eu posso fazer uma coisa que estou querendo fazer a muito tempo?

- Claro o que seria?

- Isso aqui! - Largando o que restou das espadas no chão o corpo de Rafael ficou mole o mesmo caia em direção ao chão. Os demais vieram correndo e Miguel segurou o corpo de Rafael o impedido de cair no chão.

- Tudo bem. - Disse o arcanjo tranquilizando a todos. - Ele está apenas dormindo.

Todos ficaram aliviados ao verem Rafael dormindo profundamente nos braços de Miguel.

- Ele se esforçou demais merece um descanso. - Disse Fanuel e todos assentiram.

- Então vamos indo. - Disse Miguel.

Todos assentiram e caminharam em direção ao convento.

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