Uriel continuou voando e Lúcifer o seguia. O arcanjo sombrio olhou para trás e avistou que Fanuel também os estava seguindo. Um sorriso era visível na face de Lúcifer mostrando o quanto ele estava gostado daquela situação.
- Não caia nas provocações dele Fanuel. – Disse Miguel ao lado de seu irmão o que surpreendeu tanto a ele como Lúcifer. O sorriso na face do Arcanjo sombrio desapareceu e agora ele olhava para Miguel e Fanuel com fúria.
Eles continuaram voando e perceberam que Uriel os direcionava para fora de cidade indo em direção a região sul e se aproximavam das cadeias de montanhas.
- Esperto meu irmão, muito esperto. – Comentou Miguel e Fanuel o olhou curioso.
- Por que diz isso Miguel?
- Ele está se afastando da cidade para preservar os morados e está indo para uma região montanhosa. Um lugar onde ele tem vantagem meu irmão.
- Realmente... – Disse Fanuel olhando em volta mostrando estar surpreso. – Esperto mesmo Uriel.
Após uns minutos Uriel pousou no topo de uma das montanhas. O local estava completamente deserto e em volta algumas árvores e rochas eram visíveis.
Lúcifer pousou em seguida ficando a frente de Uriel e segundos depois Miguel e Fanuel pousaram ficando nas costas de Lúcifer.
- Então serão os três contra mim? – Perguntou o arcanjo sombrio olhando para cada um dos anjos. – Vai ser uma luta equilibrada, mas gostei podem vir quando quiserem.
O corpo de Lúcifer começou a brilhar, uma luz negra que ofuscou os arcanjos os obrigando a cobrirem os seus olhos com as mãos para se protegerem da luz. Quando a luz se dissipou Lúcifer estava trajando sua armadura negra completa com elmo em forma de dragão, em seu peito três asas brancas com uma grande risca no meio das asas as dividindo e informando que Lúcifer era mais um arcanjo e um dos sete primeiros. Em sua cintura uma bainha negra junto com o cabo de uma espada de cor dourada era visível. – Agora estou pronto, podem vir quando quiserem!
- Não. – Disse Fanuel atraindo a atenção de Lúcifer. – Você não vai lutar contra nós três Lúcifer!
- A não Fanuel? – Perguntou a Estrela do amanhecer.
- Não você não vai.
- Vai lutar apenas com Uriel. – Respondeu Miguel atraindo agora a atenção de Lúcifer.
- Somente com ele? – Perguntou novamente o anjo sombrio.
- Sim somente com ele.
- Então se é somente contra ele que irei lutar por que vocês dois estão aqui?
- Para ficar de olho em você!
- Olho em mim? – Lúcifer levou a mão sobre o próprio peito fingindo estar chocado.
- Você não joga limpo, então viemos para ficar de olho em você. Se alguns dos seus vermes que você chama de demônios interferirem eu e Fanuel daremos um jeito neles. Só iram lutar você e Uriel apenas os dois!
O corpo de Uriel começou a brilhar e Lúcifer olhou em sua direção, assim como o processo que aconteceu quando Lúcifer materializou sua armadura o arcanjo sombrio e os demais arcanjos precisaram proteger os olhos. Quando a luz se dissipou Uriel estava usando parte de sua armadura, apenas suas pernas, braços e a cintura estavam revestidos pela a armadura. Na sua cintura de Uriel sua espada a Chama Dourada era visível.
- Sério que você vai lutar comigo usando apenas isso Uriel? – Perguntou Lúcifer mostrando estar decepcionado.
- Não preciso mais do que isso para enfrenta-lo Lúcifer!
- Se você diz, mas...você parece muito seguro de si Uriel, parece que acha que já tem a vitória em suas mãos.
- Está enganado. – Lúcifer o olhou curioso. – Eu não estou seguro de mim, o que também não quer dizer que estou com medo. Apenas confio em minhas habilidades e sei que posso lhe dar com você Lúcifer.
- Então vamos ver se pode mesmo lhe dar comigo Uriel. – Segurando o cabo de sua espada lentamente Lúcifer a desembainhou e apontou a lamina vermelha em direção a Uriel. – Vamos ver se pode mesmo me vencer.
- Então vai usar o Satã Sabre não é? – Uriel imitou o gesto de Lúcifer retirando sua espada e a aponto na direção do arcanjo sombrio. As chamas da espada queimavam intensamente e Uriel estava em posição de ataque. – Já que é assim eu ire...
- Usar a Chama Durada! – Disse Lúcifer concluindo a frase por ele.
Os se encaram por mais alguns segundos e então partiram para o ataque.
***
Juriciel ainda estava no pátio olhando atentamente em volta e alerta. O caído estava atento a tudo que acontecia no convento e nas casas locais.
- Er... Juriciel? – Chamou Rafael e o caído continuou na mesma posição.
- Diga Rafael.
- Você saberia dizer o porquê Uriel estava agindo daquela forma assim que viu Lúcifer?
- Então você percebeu?
- Na verdade todos nós percebemos! – Juriciel virou-se e atrás de Rafael estava Nicolas e as irmãs que olhavam com atenção e ao mesmo tempo com curiosidade para o caído. – Poderia nos dizer o porquê daquilo se souber é claro?
- Sim eu sei o motivo. – Ao dizer essas palavras todos olharam esperançosos para Juriciel. – E posso dizer sim o porquê!
- Então?
- Uriel se sente responsável pelo que aconteceu com a humanidade.
- Responsável? – Perguntou Nicolas e Juriciel assentiu. – Como assim responsável?
- Como sabem, Lúcifer se rebelou quando Deus anunciou que iria criar a humanidade a sua imagem e semelhança. O ciúme foi o que levou Lúcifer a se rebelar e Miguel junto com alguns anjos banirão Lúcifer e seus aliados. – Todos assentiram e Juriciel continuou a falar. – Após ter sido expulso Adão e Eva foram criados e viviam no Jardim do Éden, até que Lúcifer convenceu Eva a comer o fruto proibido e assim foram expulsos do jardim.
- Sim disso todos nós sabemos. Mas no que Uriel se sente culpado em relação a isso?
- A culpa dele Nicolas é o fato de Lúcifer ter encontrado o Jardim do Éden!
- Dele ter encontrado o Jardim do Éden?
- Sim! Lúcifer se disfarçou de anjo, Uriel pensava que era um anjo novo que tinha acabado de ser criado, mas aquele anjo na verdade era Lúcifer e Uriel disse a ele onde ficava o Jardim do Éden e assim...o restante já sabem.
- Nossa... – Disse Rafael e os demais assim como ele olhavam Juriciel de queixo caído.
- Após a humanidade ser expulsa Uriel se sentiu culpado por seu erro. Uriel é capaz de ver muitas coisas, seus olhos são bem aguçados e afiados quase como os de um águia. Mas ele não foi capaz de ver o disfarce de Lúcifer e assim, ele assumiu a culpa pelo que aconteceu com a humanidade. Quando foram expulsos Uriel se voluntariou para cuidar da árvore da vida até o dia do Juízo final, ficando de fora dos acontecimentos aqui na terra e ficando isolado de tudo e de todos. E agora que viu Lúcifer a raiva o dominou e ele está procurando uma maneira de se redimir pelo que fez com a humanidade.
- Pobre Arcanjo Uriel... – Disse a Madre e os demais assentiram.
***
Uriel e Lúcifer atacavam um ao outro com ferocidade. As espadas dos dois se chocavam e ambos continuavam lutando.
- Até que para quem ficou parado por anos você continua em forma Uriel. – Disse Lúcifer enquanto atacava Uriel.
- Faço de suas palavras as minhas! – Respondeu Uriel. As chamas de sua espada aumentavam e aquele ocorrido deixou Lúcifer preocupado.
Um pequeno grupo de demônios observava a luta a distância. Eram dez demônios no total. Tinham a pele vermelha e três deles possuíam chifres. Um deles era maior que os demais com quase dois metros de altura, e dois eram menores quase do tamanho de anões. Os demônios se moviam com cautela e se posicionaram nas costas de Uriel e o olhavam atentamente.
Uriel continuava lutando com Lúcifer. O arcanjo sombrio começou a lhe desferir uma sequência de ataques e Uriel se defendia sem problemas dos ataques de Lúcifer. Ao perceber uma brecha o arcanjo aproveitou o momento para atacar Lúcifer. Nesse momento os demônios apareceram e estavam prestes a atacar Uriel pelas costas quando algo parecendo com um raio passou entre eles os dizimando em segundos um por um. Quando o último demônio foi destruído Miguel guardava novamente sua espada na bainha e olhou na direção de Lúcifer.
- Já disse a luta é entre vocês dois, ninguém irá intervir, se tentar eu e Fanuel iremos impedir!
- Isso mesmo! – Disse Fanuel e outros dois demônios estavam caídos sobre seus pés. – A luta é apenas de você e Uriel Lúcifer, não você e seus demônios contra ele.
Lúcifer serrou os dentes e um sorriso era visível no rosto de Uriel. Ele continuou atacando Lúcifer que se defendia com dificuldades de seus golpes.
- Ora quem diria que vocês iram fazer esse favor a mim e se reunirem para que eu possa exterminá-los de uma vez me poupando o trabalho de ter que os reunir. – Ao escutarem a voz de Tehom os anjos e Lúcifer olharam chocados para todos os lados tentando procura-la. – Agora que estão reunidos posso destruir todos de uma vez só!
- Maldição ele tinha que aparecer agora! – Disse Lúcifer mostrando estar irritado.
- Odeio admitir. – Dizia Uriel. – Mas tenho que concorda com você, ele tinha que aparecer logo agora?
- Morram!
Toda a montanha começou a tremer e os anjos e o arcanjo sombrio abriram suas asas e se preparavam para voar quando algo os puxou para o chão, era uma força tão forte como o magnetismo de um poderoso imã atraindo metal.
- Droga... o que é isso? – Disse Uriel com dificuldades.
- Meu...corpo... – Disse Fanuel. – Não consigo mexer o meu corpo.
- Nem eu... – Afirmou Miguel.
Lúcifer olhava em volta irritado e tentava em vão se livrar daquela atração que o mantinha junto com os arcanjos no chão.
A pressão aumentava e em segundos chamas negras eram vistas à frente dos quarto, as chamas aumentavam e se dirigiam em suas direções.
- Uriel.... – Disse Miguel com dificuldades e seu irmão olhava atentamente para as chamas. – Uriel?
- Não consigo. – Disse o arcanjo. – Não consigo controlar essas chamas, essa criatura está anulando os meus poderes.
- E continuarei anulando até virarem cinzas!
O céu começou a escurecer e pressão sobre os arcanjos aumentava, segundos depois começou a chover e as chamas negras começaram se apagar aos poucos.
- URIEL! – Disse Tehom irritada.
- Eu não estou fazendo nada... ele continua me bloqueando.
- Não pode impedir a mim de salvar meus filhos! – Uma voz onipotente era ouvida pelo local. – Não pode impedir a mim!
- Pai! – Disseram os arcanjos em uníssono.
- Seus filhos? Lúcifer não é mais o seu filho então deixe que ele morra! – Lúcifer olhou em volta mostrando estar mais irritado. A chuva continuava caindo mais forte e logo toda as chamas haviam sido apagadas. A pressão os sobre quatro havia sumido junto com as chamas e todos podiam se mover livremente. – Por que salvou a Lúcifer também? – Perguntou Tehom irritada. – Porque diga?
- O que faço não lhe diz respeito! – Uma luz começou a brilhar e todos cobriram o rosto com as mãos Lúcifer aproveitou a deixar e se afastou desaparecendo.
- Isso não vai ficar assim, não vai!
Quando a luz se dissipou e os arcanjos retiram as mãos do rosto e olharam em volta surpreso.
- Lúcifer se foi! – Disse Uriel rompendo o silêncio.
- Sim ele se foi meus filhos.
- Pai... – Disse Miguel.
- Obrigado. – Continuou Uriel.
- Obrigado por tudo! – Complementou Fanuel.
- Não há de que meus filhos.
- Vamos antes que preocupemos mais as irmãs! – Disse Uriel e todos assentiram.
Os arcanjos abriram suas asas e voaram de volta para o convento.
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Atualizado até capítulo 35
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