Capítulo 13

No dia seguinte, na parte da tarde, Mariana desce as escadas arrumada para sair com sua mãe e encontra ela já sentada no sofá.

Maria: Pronta?

Mariana: Só vou na cozinha pegar alguma fruta pra eu ir comendo. Volto logo.

Assim que ela sai da sala, a porta principal é aberta e Maria Luiza entra de vez.

Luiza: Mamãe...

Maria: Filha!

Luiza vai até a mãe com um sorriso no rosto e se joga em seu colo lhe abraçando e beijando sua bochecha.

Luiza: Que saudades!

Maria: Eu também estava morrendo de saudades, meu amorzinho. Como foi a lua de mel?

Luiza: Perfeita! Mãe, não estou conseguindo falar com a minha irmã.

Maria: Por que?

Luiza: Eu não sei, mãe. Eu mando mensagem, ligo e nada chega para ela. Eu e Mariana nos falamos todo dia, por mensagem ou por ligação e nem ontem, nem hoje consegui falar com ela. A senhora já falou com ela esses dias?

Maria: Até antes de você chegar eu falei com ela...

Luiza: Então por que eu não consigo? Será que terei que ir em Portugal só para...

Mari: O que você vai fazer em Portugal, sua doida? kkk

Luiza que está de costa para onde Mariana estava, arregala os olhos ao reconhecer a voz da irmã. Ela que ainda estava sentada no colo da mãe, da um pulo e se vira para a irmã. Mari está com um sorriso no rosto, enquanto segura um pequeno cacho de uva que está comendo.

Mari: E então? kk

Luiza: Mari!

Ela corre até a irmã se jogando em seu colo. Mariana já esperava que ela fizesse isso e se mantém firme para que ambas não caiam com o impacto.

Mari: Finalmente eu voltei, Luh. Finalmente estou de volta para ficar pertinho da nossa família.

Luiza: Ah, mana. Como eu sonhei com esse dia.

Mari: Ele se realizou kkk. Agora você não quer descer? Você está pesada, sabia? kk Não é mais a minha bebezinha.

Luiza: Quero ficar com você para descontar todo tempo perdido.

Mari: Eu também quero, meu amor.

Luiza desce do colo da irmã e as duas vão para onde a mãe que observava as duas com um sorriso no rosto.

Luiza: Quando você chegou? Por que não me falou nada? A senhora sabia disso, mãe?

Maria: Fui pega também de surpresa, filha kk

Mari: Ninguém sabia da minha volta. Eu consegui terminar tudo. A única pessoa que sabia era o Chico, por que liguei para ir me buscar no aeroporto. Cheguei ontem antes do café da manhã, também peguei os dois de surpresa kk. E em relação de você não consegui falar comigo, é por que ontem mal peguei no celular e também mudei o número. Se eu te mandasse mensagem, você ia saber na hora que estava aqui.

Luiza: Só vou te perdoa, por que você voltou kk

Mari: E o Fred?

Luiza: Ficou banhando. Chegamos agora pouco, só tomei banho e vi para cá. Já estava começando a ficar preocupada, Mari.

Mari: Desculpe kkk

Luiza: Para onde vocês vão todas arrumadas?

Maria: Vamos no orfanato. Pela manhã nós compramos algumas coisas para as crianças e vamos deixar.

Mari: Quer ir?

Luíza: Claro! Só vou mandar mensagem para o Fred, só pra ele não ficar preocupado.

Maria: Então vamos, minhas bebezinhas.

Mari: Bebezinhas, mãe? kk

Maria: Vocês sempre serão as minhas bebezinhas kk

As irmãs fazem caretas, mas logo sorrem juntamente com a mãe. Alguns minutos depois elas decidem finalmente ir para o orfanato. O carro estava cheio de coisas, brinquedos, roupas, produtos de higiene, sem falar em algumas cestas básicas que elas já haviam mandado logo cedo. Ao chegarem no orfanato, elas são recebidas pelos abraços das crianças. Maria e Luiza, apresentaram Mariana para as crianças e também para as funcionárias de lá. Maria, Mariana e Maria Luiza, junto com os demais funcionários carregaram as coisas do carro para dentro do orfanato. Elas podiam ver os olhinhos dos pequenos brilhando quando viram que também tinha brinquedos. Depois que organizaram tudo, elas vão para o pátio distribuir os brinquedos e também aproveitaram para brincar com eles. Mari estava feliz ao ver as crianças felizes, mas seu sorriso some do rosto quando ela escuta um choro de um bebê que faz seu coração despertar.

Maria: Está tudo bem, filha?

Mari: Tem algum bebê aqui, mãe?

Maria: Até a última vez que vi, não tinha, mas...

Luíza: Estou escutando um chorinho e parece desesperado.

Mari: Eu também!

Mariana se levanta e sai a procura de onde vinha esse choro. Sua mãe e irmã também vão logo atrás. A medida que elas caminham, o choro vai ficando mais forte, um choro de bebê, um choro desesperador. Mari avista de longe uma moça tentando acalmar o bebê, a criança já estava vermelha de tanto chorar. No impulso, ela se aproxima e pega a bebê do colo da moça.

Mari: O que aconteceu?

Mulher: Eu também não sei.

Mariana ao sentir a pequena menina em seus braços, sente algo estranho em seu coração, algo que nunca sentiu antes. Um instinto que ela não conhecia foi acionado. Com calma e delicadeza, ela foi acalmndo a a menina. Aos poucos o choro desesperado da bebê foi cessando.

Mari: Está tudo bem, princesa.

A mulher que estava com a bebê, solta um suspiro alivida com a calmaria da criança. Mariana ia conversando com a menina que lhe olhava curiosa. Maria e Luiza observavam tudo sem falar nada.

Mulher: Obrigada, senhora! Eu já estava ficando desesperada, não sabia o que fazer.

Luiza: Faz tempo que ela está aqui?

Mulher: Chegou tem cinco dias. Os pais morreram em um acidente de carro e ninguém quis ficar com a bebê. Nesses cinco dias foram desafiadores. Quando ela está acordada, só chora. A senhora foi a primeira pessoa que ela conseguiu ficar mais calma.

Mari: Esse é o leite dela?

Mulher: Sim! A senhora quer dar?

Mariana apenas concorda com a cabeça e quando a moça entrega a mamadeira com leite, ela dá para a bebê que sugava tudo com urgência.

Mari: Vai com calma, bonequinha. Você pode se engasgar.

Maria: Ela tem quantos meses? Ela tem nome?

Mulher: Tem nome sim, senhora. Ela se chama Olivia e tem 3 meses.

Luíza: Qual o seu nome?

Mulher: Joana!

Mari: Joana, é você que está responsável por essa princesinha?

Joana: Sim, senhora!

Luíza: Acredito que ela é o único bebê nesse orfanato. Aqui tem tudo que ela precisa?

Joana: Não, senhora! Ela só chegou com uma bolsa com algumas roupas. Nós que já compramos uma lata de leite e essa mamadeira.

Mari: Joana, antes de irmos embora, vou te passar o meu número caso precise de algo, é só me ligar. E não se preocupe, amanhã mesmo a Olivia terá tudo que precisa.

Joana: Obrigada, senhora!

Depois que a pequenina mama tudo, ela acaba dormindo no colo de Mariana. Joana leva elas até uma cama e Mari com cuidado coloca a pequena sobre a cama, mas no mesmo momento ela acorda com uma carinha de choro. Ver aquela carinha, vez o coração da Mari cortar em pedacinhos e no mesmo momento ela a pega novamente no colo.

Mari: Não precisa chorar, meu amor.

Maria: Acho que ela gostou de você, filha

Luíza: E você dela.

Mariana não diz nada, apenas sorrir e volta a sua atenção para a pequena que já tinha voltado a dormir tranquilamente em seu colo.

Olivia 3 meses.

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