cap 3

**𝔸𝕘𝕟𝕖𝕤 ℂ𝕒𝕤𝕥𝕚𝕝𝕙𝕠**

- Não. - me apoio em sua mão. - Estava vindo da fonte. - digo, enquanto passo a mão sobre o meu braço para secá-lo

-Ah, por isso da roupa molhada. - afirma, um leve sorriso de canto brincando em seus lábios.

O sorriso, que fez aparecer sua covinha.

Apenas uma, no lado direito.

Aquele sorriso era familiar, um toque de reconhecimento que eu não conseguia explicar.

A covinha que aparecia no lado direito era particularmente intrigante.

Ou atraente.

Seu rosto exibia traços que me eram vagamente conhecidos. A pele avermelhada, marcada pelo sol, os olhos azul-escuro, os cabelos claros caindo desordenadamente sobre a testa, e as poucas sardas que pontilhavam o rosto, tudo parecia carregar uma memória distante.

Ele era alto, com músculos bem definidos sob a camiseta justa, e uma tatuagem discreta visível, mas que não dava para saber o que era sob a manga arregaçada da camisa xadrez.

- Acho que a ela não gostou de você. - diz, apontando para a vaca.

- Eu percebi. A propósito, obrigada.

- Não foi nada, é melhor ter cuidado da próxima vez.

- Não ia adivinhar que ela não iria com a minha cara. - falo, mostrando a blusa rasgada pelo arame. - Bem, tenho quer ir e obrigada mais uma vez.

- Não quer que eu te acompanhe?

- Não, acho que nem uma vaca vai aparecer de novo para correr atrás de mim. - digo, virando-me para seguir meu caminho.

Mesmo com a ajuda, ele ainda era um estranho. Ou talvez, não totalmente, pois algo nele me era vagamente familiar.

- Até mais. - diz ele, o tom irônico não passando despercebido.

Eu sabia que aquele “até mais” era uma formalidade, até porque não o veria novamente.

...

Abro a porta e entro na cozinha, onde o aroma do almoço pairava no ar, acolhedor e tentador.

Minhas roupas, encharcadas e sujas, e a blusa rasgada pelo arame davam um contraste marcante com o ambiente.

- Meu Deus! O que aconteceu? - pergunta Flora, assustada ao me ver.

- Não me diga que… - começa Katarina, com uma expressão mais sarcástica do que de preocupação.

- Sim, uma vaca correu atrás de mim. - interrompo, tentando agilizar a explicação.

- Eu avisei para não ir. - Katarina diz, sorrindo diante da situação.

Flora se apressa a verificar as panelas e, preocupada, me recomenda um banho para evitar um resfriado.

- Vem. - Katarina me chama.

Subo até meu quarto com ela.

- Que sem sorte você. - ela comenta, sorrindo, enquanto tira algumas roupas da minha mala.

- Que sorte a minha, que o dono da vaca apareceu bem na hora. - digo, tentando manter o bom humor.

- Mentira! Me conta mais. - Katarina se aproxima, curiosa.

- Ele só me ajudou e parou a vaca, só isso. - do de ombros, sorrindo para a empolgação dela.

- Ah, pelo menos ele te ajudou. Qual era o nome dele?

- Não sei.

No momento não pareceu importar.

- Agnes! Tinha que perguntar pelo menos qual era o nome do seu príncipe. - diz Katarina, com um sorriso travesso.

- Ah, claro. Eu nem vou vê-lo de novo. - balanço a cabeça.

Embora ele fosse um colorido aos olhos, com aqueles músculos rígidos, eu sabia que não haveria outro encontro.

Seria somente mais uma história para contar em una roda de amigos.

Após pegar a roupa que Katarina escolheu para o almoço, ela tinha essa mania que era levemente chata, desço para terminar os preparativos e tomo um banho.

Katarina ainda gostava de me mimar, mesmo sabendo que já estava na casa dos 23.

Ela amava roupa e tudo que envolvesse moda, por isso se formou em estilista.

O que me fazia pensar o quanto éramos diferentes.

Já tinha sua própria loja e exalava ar moderno, quem a visse jamais diria que gostava de fazenda e que passava maior parte do tempo lá, pois morava na cidade vizinha com seu namorado.

Me deito e fecho os olhos o cansaço do dia se misturou com a tranquilidade, enquanto eu me entrego ao descanso.

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