**𝔸𝕘𝕟𝕖𝕤** **ℂ𝕒𝕤𝕥𝕚𝕝𝕙𝕠**
A luz do sol, filtrada pela fresta da janela, tocava suavemente meu rosto, acordando-me de um sono profundo. Abri os olhos e, com um leve sobressalto, me lembrei onde estava.
Reclinei-me novamente, olhando para o teto enquanto o canto do galo anunciava que o dia começara, trazendo uma onda de nostalgia.
O aroma do café fresco me puxou da cama.
Depois de me arrumar, desço sentindo o aroma do café permear a casa, e o som familiar do relógio na sala, com seu tique-taque regular, marcava a manhã ainda cedo.
- Bom dia! - chamei ao entrar na cozinha.
- Bom dia, querida. - respondeu minha mãe com um sorriso caloroso.
- Pai! - exclamei ao vê-lo.
Sempre atento e exemplar, meu pai tinha estado ocupado no dia anterior com a plantação.
Era o meu exemplo.
- Como está minha princesa? - perguntou ele ao me abraçar.
- Estou ótima, pai. - respondi, sentindo-me profundamente em casa.
A presença da minha família sempre me proporcionava um sentimento reconfortante, como se eu pudesse voltar sempre que o mundo se desmoronasse ao meu redor.
- E como andam as coisas na cidade grande? - ele perguntou, enquanto tomava um gole de café.
- Tudo bem. - respondi. - Uma correria como sempre.
Menti, ou talvez não.
A verdade era que as coisas estavam incrivelmente estressantes e sobrecarregadas.
O trabalho de quem opta por se formar em agronomia não é fácil, e atualmente estava provisoriamente ensinando na Universidade de Agronomia onde havia me formado.
Era um sonho realizado, mas não o de ser professora; este era apenas um desvio na estrada dos meus próprios anseios.
Eu sabia que era capaz de mais, e que um dia retornaria à fazenda para realmente exercer minha paixão pela agronomia, a área onde meus verdadeiros talentos poderiam brilhar.
...
- Katarinaa. - gritei da sala.
- O que foi?
- Por que não vamos à fonte?
A fonte estava em nossas terras, de onde surgia o rio que passava pelas demais propriedades. O local era um pouco afastado e exigia atravessar um pasto de vacas.
- Agora? Não vai dar, temos que ajudar a Flora com a comida.
- Sério? Quem vem almoçar aqui hoje? - perguntei, sabendo que isso significava ajudar.
- Os Antonellis.
- Não me diga que ainda fazem isso todo mês?
Era uma tradição familiar: todos os meses, nos reuníamos para almoçar juntos, alternando as casas.
Flora, a cozinheira e amiga de longa data, apareceu na porta da cozinha.
- Meninas, não precisam me ajudar.
- A gente quer, Flora. - Katarina estreitou os olhos para mim, indicando que eu ajudaria.
- Ela não quer ir comigo à fonte, Flora, então eu vou e quando voltar ajudo vocês. Pode ser?
- Claro, querida. - respondeu Flora com um sorriso carinhoso.
Flora era um amor de pessoa, e eu a apreciava profundamente.
- Fugindo, né? - ouvi Katarina comentar enquanto saía apressada pela porta da sala.
...
Caminho um pouco até passar pelo pasto, que estava vazio, o que foi um alívio.
Segui pela trilha e, pouco tempo depois, cheguei à fonte. O lugar quase não havia mudado; parecia ainda mais bonito.
A água cristalina fluía calmamente, rodeada por árvores verdes que davam acesso à mata. O som suave da correnteza e a visibilidade dos pequenos peixes na água criavam uma cena mágica.
Mergulhei de corpo inteiro na água fria, sentindo o frescor envolver minha pele. Fiquei ali por alguns minutos, imersa na tranquilidade e na beleza do lugar, antes de voltar.
Retornei pelo mesmo caminho até o pasto.
Quando passei pela cerca e caminhei até a metade, avistei uma vaca sozinha me observando com curiosidade.
O frio na espinha foi imediato.
- Calma, garota! - falei, tentando acalmar a vaca com passos largos em minha direção.
Balançando os braços em uma tentativa inútil de afastá-la, comecei a correr. A cerca estava próxima, e eu precisava atravessá-la sem me ferir.
O som do chocalho de metal no pescoço da vaca aumentava, indicando que ela também corria atrás de mim. Ao tentar passar pela cerca em desespero, minha blusa se engancha no arame farpado, e eu caí ao chão.
- Não, não... - murmuro, tentando continuar apesar do emaranhado.
- Ou, ou, calma.
De repente, uma voz forte e grave interrompeu a situação.
Ao olhar vejo um homem com um chapéu, parado diante de mim com os braços abertos, impedindo a vaca de se aproximar.
Ele passou uma corda ao redor da cabeça do animal, fazendo carinho para acalmá-lo.
A vaca, ainda desconfiada, se afastou lentamente, presa pela corda que ele havia colocado.
Soltei a respiração que havia prendido sem perceber.
- Perdida? - o homem perguntou, arqueando as sobrancelhas enquanto me ajudava a levantar com um gesto de mão estendida.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Carmem Lùcia Pimenta
OLHA 🌞 A VACA 🐄 TE AJUDANDO /Heart/
2025-03-20
1
Carmem Lùcia Pimenta
VACA 🐄 🐮 🐄 peraeguidora
2025-03-20
1
Carmem Lùcia Pimenta
MISERICÓRDIA 😂 😂 😂 😂
2025-03-20
1