VIVI

...Vivi ...

Lembro como hoje o nosso primeiro dia de aula na mesma escola. Os meus pais já queria me colocar na mesma escola que o meu irmão Renan, mas devido a todo o trauma estavam receosos com as mudanças que poderiam acontecer para mim.

Mas quando isso finalmente aconteceu, foi o dia que minha vida mudaria mais uma vez após a perda dos meus pais, pois passei a morar com meus padrinhos Paulo e Lisandra e meus primos Robson e Renan depois daquele acidente e toda a minha rotina foi mudada repentinamente.

Como os meus pais faleceram, eu não tinha mais ninguém além deles e o meu avô, que conheci pouco antes daquele acidente e o mesmo não teve condições de ficar comigo e também eu não ia querer, afinal não o conhecia direito. Os meus pais tinham deixado meus oadrinhos como meus responsáveis legais na ausência deles, parecia até que sabiam o que ia acontecer e confesso que foi minha redenção.

Meus padrinhos insistiam que eu deveria mudar para a escola dos meninos, pois facilitaria a nossa logística do dia a dia e também era considerada a melhor escola na nossa cidade.

Eu não tinha muita escolha, e doía me afastar das pessoas que eu convivia, era perder novamente quem amava. Mas a terapia me ajudou muito e eles só queriam o melhor para mim.

Meus padrinhos sempre me deram de tudo, não me faltava nada, eu que me sentia uma pessoa intrusa entre eles e procurava ao máximo não dar trabalho. Não pedia nada, eles quem insistiam em escolher algo ou quando precisar pedir.

Eles tinham sempre uma exigência comigo, mas igualmente aos meninos: valorizar a oportunidade de estudar em boas escolas, visando sempre um futuro bom e comigo, meu padrinho sempre dizia que ao chegar na maioridade eu irei gerir uma empresa e um patrimônio.

Eu ria porque de onde tirarei dinheiro para ter uma empresa? A casa que meus pais moravam era minha e meus padrinhos não venderam, mas alugaram para com o aluguel adquirir minhas coisinhas pessoais e não me sentir envergonhada em ter que pedir dinheiro a eles. Isso chateava eles, mas era o meu jeito.

Com tempo da faculdade chegando, perguntei se ele me autorizava abrir mão de fazer ela agora, a faculdade, e me deixar trabalhar.

De tanto insistir me deixou trabalhar na empresa um horário e eu juntava meu dinheiro, gastava com o necessário e não o incomodava muito. mas jamais deixar de fazer a faculdade.

Eu procurava sempre ajudar a minha madrinha e ser obediente, pois queria dar orgulho a memória dos meus pais e a eles. Eu amo tudo sobre administração e Cálculos. Vira e mexe resolvia uns bo's que surgiam na empresa do meu padrinho. Ele ficava doidinho. Orgulhoso, dizia sempre Que eu seria muito boa na administração da minha empresa. O meu padrinho era uma pessoa incrível.

Quase os matei quando pedi permissão aos meus irmãos, para is chamar de pai e mãe.

Ele insistia também para eu aceitar logo a vaga de ir para o exterior quando Renan fosse para fazer alguns cursos que aperfeiçoarão os meus conhecimentos para me tornar uma CEO mais capacitada do que já sou na empresa.

Robson passou 2 anos fora e comanda uma empresa do meu padrinho e Renan já trabalha também com o pai e iria auxiliá-lo para futuramente assumir também uma empresa.

Já eu, meu tio me queria na empresa principal. Eu achava loucura dele, pois tinha medo que isso causasse problemas entre mim e os meninos. E também me perguntava o porque de tudo isso.

Tinha medo principalmente do Robson encrencar. E por falar nele, ele e Renan São os homens que eu amo demais e como irmãos, mas ele insistia em me incomodar e causar problemas com meu gato. Leo morria de ciúmes.

Outro motivo para não querer viajar para essas especializações era o fato de como eu e o Leo ficaríamos por esse tempo longe um do outro já que o Leo iria primeiro que nós para se especializar tambem.

Não me via longe dele, planejavamos casar e ele se ver livre também da pressão dos seus pais. Leo repetia que abria mão da empresa por nós dois, mas eu não quero que chegue a nada disso.

Os pais dele não aceitavam o nosso relacionamento e implicavam comigo. Leo não escondia deles que estamos juntos, mas tinha hora que era complicado.

 Até pensei em terminar tudo, pois eu sei o quanto mamãe sofreu longe dos pais dela quando fugiu com papai e eu sabia que meu pai, apesar deles serem muito felizes, ele se sentia mal por ela ter perdido o contato com eles. Sei que ela sentia falta deles. Não queria isso para o Leo. E me sentir culpada. Mas Leo dizia que um dia eles iam ter que aceitar.

Lembrei dos dias que passamos na casa do Vovô e da vovó. A vovó quase não deixava a mamãe sozinha, querendo saber tudo que ela e nós vivemos, mimando a mamãe. Nem sabíamos que ali seria uma despedida. E no carro? Eu atrás com os meus livrinhos de desafios de Cálculos, sim, sempre fui apaixonada por números, e eles se declarando. Como eles se amavam!

- minha rosa linda, minha vida não teria sentido sem vocês duas.

- nem a minha meu amor. Se fosse para voltar no tempo, eu faria tudo novamente.

- Aí quando crescer quero um amor igual vocês. Eu amo tanto vocês.

- Filha, papai e mamãe tem tantos planos para você, mas contra seu coração nós nunca iremos interferir. Vamos te orientar, mas o coração da gente quando ama, ninguém pode mudar.

😭😭😭😭😭😭😭

Eu amo tanto o Leo. Acho que nunca vou conseguir substituir esse amor. Se e que pode ser feito isso ne?

Já tentei me relacionar novamente, mas infelizmente não consigo seguir. Ainda mais com esse pedacinho nosso que não me permite esquecê-lo de maneira nenhuma. Será o segredo do meu coração!

Meu pai tem esperado por mim para assumir a empresa, mas, como voltar a conviver onde todos sabemos que nos aconteceu. Fui humilhada porque? porque não tinha a mesma classe social que o Leo e sua família.

Ah Leo, como te amo. Nunca vou esquecer você! Porque? Porque meu Deus? Essa dor nunca passa, nunca.

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