Capítulo 3

— Gosta do teu quarto? — Ana pergunta-me encostada à moldura da porta.

— Adoro, aprecio muito o que estão fazendo por mim. — respondo com um sorriso enorme.

— Pare de agradecer o tempo todo. — Ele ri e corre para se sentar na cama de casal. A colcha é linda e de cor creme com detalhes dourados — Nós amamos muito você.

— Não consigo evitar. Vocês são dois anjos e eu também os amo muito.

— Somos dois anjos que vão ficar furiosos se você não for ao chuveiro e depois jantar. — Ele estica a língua e eu rio — O Jaime vai exibir-se com o jantar, por isso…

— Eu nunca recusaria comida e você sabe. — Eu me lembro dele engraçado.

— Ir contigo a um restaurante é um filme de terror. — Esconde — Você comeu três vezes mais do que José ... — ele fica quieto no meio da frase para evitar me deixar desconfortável e eu nego com a cabeça, minimizando.

— Comédia três vezes mais do que José terminou a frase para ele. — Não me sinto desconfortável que você fale sobre o passado, ele é superado.

— Você realmente superou isso? — impressionou a pergunta — O que eles tinham era muito forte…

— Foi, mas acabou. — Eu encolho — Agora o que eu quero é trabalhar para ajudar meus pais e quem sabe? Talvez encontrar o amor.

— O meu cunhado era um idiota por te deixar ir — zangado masculino. — Você é uma grande mulher.

— Claro que sou presumo, mas depois rio. — Então o seu marido quer-me como assistente.

Quando me disseram que José era um tirano, eles não estavam mentindo. Após dizer que ela não o amava, ele enlouqueceu e nos expulsou do escritório quase.

Meus ovários estão encolhidos de medo com os gritos daquele selvagem, que aparentemente está destruindo seu escritório em mil pedaços, a julgar pelos ruídos horríveis ouvidos.

— Este homem vai ter um ataque cardíaco se continuar assim, vai deixá-lo continuar? — Pergunto ao Jaime enquanto caminhamos até ao seu verdadeiro escritório, que fica do outro lado do corredor.

— Eu não posso dizer ou impedi-lo de fazer alguma coisa, é o proprietário. — Suspiros — A única pessoa que poderia tirá-lo desse estado é você, e acontece que você acabou de dizer as piores palavras que você poderia ter encontrado.

— Está a insinuar que a culpa é minha? — Estou a arder de indignação. Esta é a única coisa que estou a perder, que todos acreditam que a porra da sua personagem se deve a mim

— Não estou a insinuar, é um fato. — responde tenso enquanto abre a porta do seu escritório para me deixar passar.

O vice-escritório é menor, mas acolhedor. Há também uma mesa para mim a poucos passos da mesa principal que, como o outro escritório, tem uma grande janela com vista para Londres.

— A culpa não é minha, Jaime. Acabei de dizer a verdade. — defendo-me.

— Eu sei. — Ele tenta sorrir para mim, mas a sua tristeza e preocupação com a atitude do irmão é evidente. Você não é culpado por não o amar mais, mas você deve dizer a ele porque é um golpe muito baixo para ele.

— Por quê? — Atrevo-me a perguntar — Por que isso afeta tanto você?

— Lexa, não acredito que até hoje não percebe o que significaste para ele. — Ele olha para mim com desânimo antes de continuar.

— A pior coisa que poderia ter acontecido com ele é que você parou de amá-lo, ele me disse quando você o deixou. Não sabe quantas noites ele chorou por te ter perdido, e a Lise ajudou-o a sair daquela colisão, mas é óbvio que ele não era o mesmo de novo.

— Sinto muito por ele. — murmúrio.

Eu tento não ser afetada, mas isso acontece e não posso deixar de me sentir muito mal. Apesar de tudo, não odeio, pelo menos já não.

— No entanto, eu não posso me sentir culpada, ele me traiu. Espero que um dia ele receba ajuda e possa superá-la, porque nunca poderá viver em paz.

— Esperemos, caramba, esperançosamente. — Balance a cabeça e recupere a sua atitude normal. Ele esfrega as mãos e me diz que é hora de trabalhar.

Por fim, vou fazer o que me interessa e o que vim buscar!

Eu te acompanho na minha mesa, onde eu estou com um computador, um telefone com fio e uma agenda com uma bela caneta esferográfica, um presente de boas-vindas do meu cunhado. Isso me dá as indicações do que eu tenho que fazer, que é basicamente agendar reuniões, cuidar de seus almoços, comunicando-o a outras áreas da empresa pelo interfone. Também o acompanharei às suas reuniões fora da empresa ou realizadas na sala de reuniões para tomar notas, entre outras funções.

Em suma, terei mais atividades do que na Alemanha  sendo a secretária de um traumatologista a quem prezo muito e que, se for honesto, sentirei falta.

Ele é uma pessoa bonita, fácil de tratar e, acima de tudo, fiel ao seu parceiro de vida por mais de trinta anos: sua esposa, como ele diz a ela. Eu tenho as portas abertas em seu escritório quando ele decide voltar, e é claro que vou, mas também vou gostar deste trabalho que promete ser comovente e importante.

A manhã passa calmamente e sem mais choques. José deixou a empresa após destruir seu escritório, o que me incomoda muito, porque o povo pobre terá que levantar tal desastre.

Jaime me escuta atentamente quando sugiro algumas estratégias para tornar a comunicação interna da empresa mais oportuna, rápida e segura, já que, assim como a boa comunicação que sou, sou, detecto algumas falhas neste assunto, que existem desde antes de eu sair.

— Essa ideia do nosso próprio aplicativo para enviar a informação é ótima! — exclama o meu amigo — Embora seja necessário ver se José aprova, ele está relutante com as ideias dos outros.

— Mas você diz que é basicamente o presidente. Não te devia importar.

— Oh, claro que se importa. — Contradiz-me —. Ele raramente vem para a empresa, mas eu não posso mover um peão fora do tabuleiro sem o consultar.

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