dia de visita

é dia de visita aqui no presídio vejo alguns detentos saindo . Me sinto triste, não tenho a minha mãe para vir me visitar , o meu irmão não escreveu e nem procurou saber de mim depois que fui preso a única pessoa que vem me ver quando dá é a Laura .

estou andando confuso ultimamente não sei o que sinto pela Laura . não sei se é paixão ou amor , só sei que troquei o que mais queria na vida por um momento, e só sei que não vou conseguir seguir em frente sem a Carol queria o perdão dela , mas durante o julgamento ela me olhava com nojo e repulsa .

De cabeça baixa sinto as lágrimas caírem um arrependimento bate . Sinto falta de ar, acho que estou começando a ter uma crise de ansiedade , estou numa cela sozinho , os agentes penitenciários não permitiram que misturasse com os outros , aqui dentro eles tem a leis deles e pelo que soube uma dessas leis é a seguinte .

Eles não aceitam homens que agridem mulheres . Filhos que batem nos pais e estupradores , quando cheguei aqui fizeram um corredor e começaram a me colocar apelidos horríveis , os agentes tentaram colocar ordem , mas sei como é esse negócio é difícil conter mesmo . não tive a chance de tomar banho de sol , por enquanto acredito que deve ser esse período de adaptação.

— Thiago coutinho ! tem visita para você ! Por favor , vire de costas e sem nenhum movimento brusco — o agente penitenciário diz e algema a minha mão .

Fico feliz em saber que alguém veio me visitar depois de um mês . Sem receber cartas e nenhuma notícia de ninguém abaixo a cabeça como é ordenado e caminho olho para o lado e sorrio vejo a Laura embaixo olhando para os outros curiosa .

o agente abre o portão e tira as algemas da minha mão . No pátio a Laura vem correndo com os olhos marejados, ela pula no meu colo e me beija , sinto olhares para nós dois , mas não ligo , estou muito feliz de verdade ela veio me visitar alguém se importa comigo seguimos para um lugar perto da parede assim posso me encostar.

— sentir tanto a sua falta amor , estava contando as horas e os dias — Laura diz toda animada.

— eu também senti ! E gostaria de agradecer por estar do meu lado — digo .

— não precisa agradecer ! Estarei aqui sempre que precisar — Laura diz e me beija .

Abro a marmita que a Laura trouxe e sinto o cheiro de comida boa . Sinto saudades da comida sem ser de presídio, a comida daqui é horrível e sem gosto nenhum , deito no colo da Laura que faz carinho na minha cabeça enquanto observo o seu rosto .

— queria que o divórcio saísse logo ! Assim posso fazer uma visita íntima para você — Laura diz .

— sabe que não precisa fazer isso ! é policial, tem um bom emprego , um bom salário e não precisa se submeter a essa humilhação — digo .

— não é humilhação ! estou fazendo por amor porque te amo , e sei que vamos passar por isso juntos — Laura diz .

— Laura ! Ficarei seis anos preso , tem noção disso? Tem noção do que é seis anos ? é muito tempo — digo sério .

— sim tenho ! E mesmo assim ficarei do seu lado porque te amo — Laura diz .

Pego um prato porque estou com fome nao consegui comer nada desde que pisei aqui nesse inferno . saboreio essa comida deliciosa que a Laura fez , um sarapatel e mandioca frita com arroz bem solto e um macarrão, ela trouxe biscoitos e cigarros é incrível como aprendemos a fumar para se livrar do tédio .

— queria falar uma coisa ! Gostaria de oficializar o nosso relacionamento depois do divórcio com a Carol — Laura diz .

— sério ? E porque iria se casar com um homem igual eu ? Sabe o que fiz e mesmo assim fica comigo — digo .

— do jeito que fala , parece que não quer se casar comigo , porque não diz logo a verdade ? é simples é só dizer não ! — Laura diz irritada .

Termino de apreciar a minha comida e lambo os dedos e olho bem nos olhos da Laura que agora se cala .

— estou saindo de um casamento e estou preso , nem assinei o divórcio e está falando em casamento, isso assusta qualquer homem Laura — digo .

Ela ri na minha cara e as pessoas em volta ficam nos olhando. O que me faz ficar vermelho de vergonha , olho para ela sem entender nada .

— sabe Thiago , não queria falar de jeito nenhum (risos) mas a fila andou para a Carol e para o seu irmão , vi os dois outro dia juntos ela estava linda num vestido vermelho com uma fenda da coxa até o pé , estava rindo e muito feliz e o seu irmão também ! O que me fez pensar que os dois podem estar tendo um caso — Laura diz irônica.

Essa notícia me pega de surpresa, é como se tivesse levado um soco no estômago. Não acredito que a Carol teria essa coragem de se envolver com o meu irmão, tomado pelo ódio dou um soco na parede, mas a vontade era de dar na cara do Rodrigo.

— está mentindo ! A Carolina que conheco jamais se envolveria com o meu irmão — digo com ódio .

— e por qual razão iria mentir ? pensa mesmo que mentiria para você ? Vi com os meus olhos os dois no carro , se não me engano o carro do seu irmão é um BMW ? Pois é estava eu fazendo uma blitz semana passada e pah ! Vi os dois no carro batendo o maior papo e sorridentes — Laura diz .

A raiva nesse momento me consome tento o máximo possível me controlar porque sei que posso machucar a Laura sem querer e sei que ela está fazendo isso para me provocar e me fazer odiar a Carol . porque a mesma sabe que tenho sentimentos pela minha ex e talvez isso deixe a Laura muito irritada e com ciúmes .

— vou matar o Rodrigo com as minhas próprias mãos , e depois vou matar a Carol aquela vadia — digo com raiva .

— não vai matar ninguém ! O que fizemos não foi o bastante ? Vai ficar quieto e não vai estragar a sua vida por causa da Carol o que vai fazer é levanta a sua cabeça e seguir a sua vida esquece a Carol e foque em si mesmo — Laura diz .

Tomado pela fúria e pela raiva seguro no pescoço da Laura . E aperto forte e falo no seu ouvido .

— jamais será igual a Carol ! E vou matar os dois assim que sair daqui — digo e olho nos olhos da Laura que está vermelha.

Os detentos se aproximam com toda raiva e me puxam . Sinto chutes e socos sendo direcionados para mim em seguida de vários palavrões até que um agente penitenciário chega e separa a briga , sinto o gosto amargo do sangue na minha boca e quando olho para o lado a Laura se levanta assustada e chorando e vai embora .

após todo o tumulto causado no pátio somos levados para uma sala . Onde explico tudo que aconteceu por horas depois de muita conversa vou para um quarto pequeno com outros detentos com raiva porque sei que estou de castigo e é muito provável que fique sem visita e sem poder sair da cela , assim que chego os outros detentos vão para as celas que são individuais e separadas e entro na minha cela .

O quarto é pequeno tem uma cama uma pia e um vazo pequeno. Agora só me resta saber quantos dias ficarei aqui nesse quarto pequeno .

— ficará de castigo sem visita e sem poder sair da cela , e será liberado quando o coordenador permitir, mal chegou e já está causando briga — o agente penitenciário diz e sai .

Com raiva dou um soco na parede e sinto a minha mão doer . Deito na cama e fico pensando no que a Laura disse sobre o meu irmão com a Carol assim que sair daqui irei resolver isso com eles vou matar se ela não for minha mão será de mais ninguém porque vou acabar com a vida dela com esse pensamento me deito e vou dormir.

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