Malura desvia o olhar para o chão, um tanto angustiado pela situação em que seu amigo se encontra, mas tenta aliviar o clima com um sorriso.
Malura
- Não parece que você já não conseguiu erguer as barreiras da cidade sozinho, apenas com o seu poder.
Yul o observa e esboça um leve sorriso.
- Eu gostaria de ter partido naquele dia.
Malura o encara com seriedade.
- Não diga isso. Você é meu amigo, e nunca quis vê-lo sofrer. Ouvir isso me machuca.
Yul olha ao redor, buscando algum consolo.
- Você sabe que é verdade. Naquele dia, eu perdi tudo. Não deveria ter feito aquilo; foi a partir de então que minha situação se tornou insustentável.
Malura baixa a cabeça, refletindo.
- Isso ainda te atormenta, não é? Ele era seu mundo e sua razão para continuar de pé.
Yul solta um sorriso melancólico.
- Ele era meu tudo, e a culpa pelo que aconteceu me consome.
Malura
- Você precisa deixar esse dia para trás, amigo.
Yul fixa o olhar nele.
- Fala isso como se você não tivesse perdido quem mais ama e seus poderes no mesmo dia.
Malura
- Já se passaram dois anos, cara. É hora de superar.
Yul
- Estou vivendo à minha maneira, não quero que ninguém me veja definhar aos poucos.
Malura
- Eu desejaria que houvesse uma cura para isso.
Yul
- Infelizmente, não existe cura. Então, vou viver meu último dia da minha forma.
Malura esboça um sorriso.
- Nos seus últimos dias, antes de partir, me devolva aquilo. Assim, pelo menos, terei saúde.
Yul
- Eu te avisarei, mas quando o dia chegar, você saberá que já estarei morto.
Malura
- Por que não deixa as pessoas descobrirem o que você tem?
Yul
- Porque, no final das contas, não quero descobrir a cura apenas perto da minha morte. Isso não vale a pena.
Malura coloca a mão em seu ombro, sorrindo, e se afasta, caminhando até seu carro. Ao entrar, reflete sobre como seu amigo o faz chorar ao relembrar os momentos que tiveram juntos. Só de pensar que ele vai morrer, seu coração aperta. Ele liga o carro e parte dali, carregando o peso da consciência e pensamentos angustiantes.
Yul se dirige até a árvore próxima à sua casa e senta-se no chão. Ele observa as folhagens, o vento suave e as pessoas passando, perdendo-se em seus pensamentos enquanto fecha os olhos, sentindo a umidade do ar.
Sheng se aproxima dele.
- Não sabia que gostava de meditar.
Yul se assusta.
- Caramba, você está tentando me matar antes do tempo?
Sheng
- Não, mas seria um pouco engraçado.
Yul
- Engraçado em que sentido?
Sheng dá um sorriso de canto.
- Bom, você morrer sem ser por sua doença.
Yul
- Pelo jeito você estava ouvindo minha conversa com meu amigo.
Sheng
- Na verdade, não estava ouvindo. Apenas parei para prestar atenção em como você estava triste ao falar.
Yul
- O pior é que tudo isso eu sou obrigado a suportar.
Sheng
- Seu amigo é meio maluco, mas não sabia que foi você quem ergueu as barreiras com seu poder.
Yul
- Minha missão como general era fazer tudo ao meu alcance para estabelecer as barreiras para a guerra.
Sheng
- Foi nesse dia que você o perdeu, não foi?
Yul
- Na verdade, pedi tudo. Foi o dia em que minha doença se manifestou por completo e eu perdi meu amado.
Sheng
- Qual é a sua doença? O que você tem?
Yul ri.
- Gostaria de saber, mas ninguém sabe se é uma doença ou uma maldição de família. O que sabemos é que, segundo a tradição, é uma maldição.
Sheng olha para o céu.
- Quando você diz “nós”, se refere a você e seu amigo maluco?
Yul
- Tenha mais respeito pelo Malura. Ele é o líder e meu amigo há anos.
Sheng
- Eu o respeito, mas ele não parece tão controlado como o vi com você durante aqueles anos no bar.
Yul começa a rir.
- Ele é realmente meio doido, por isso digo que ele não parece capaz de controlar e comandar uma capital inteira.
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Atualizado até capítulo 122
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