Yul despertou pela manhã, sentindo-se enjoado e com os efeitos da ressaca da noite anterior. Ele se levantou, decidiu preparar seu café da manhã e, ao fazer isso, notou uma carta sob a porta. Ao pegá-la, as palavras escritas a fizeram ficar nervoso, levando-o rapidamente ao banheiro para vomitar antes de retornar à cozinha.
Um toque na porta interrompeu seus pensamentos. Ao abrir, ele encontrou Sheng, que lhe ofereceu um leve sorriso.
- Parece que alguém está enfrentando uma ressaca.
Yul revirou os olhos ao ouvir isso.
- Estou razoavelmente bem, dentro do possível.
Sheng acomodou-se no sofá e notou algumas marcas na superfície, sorrindo ao decidir provocar Yul.
- Então, parece que alguém se divertiu bastante ontem à noite.
Yul quase engasgou com o café.
- De jeito nenhum, eu jamais faria isso no sofá.
Sheng levantou-se e aproximou-se dele.
- Por que não? Ou será que você estava apenas se enganando?
Yul respondeu:
- Você me lembra dos meus amigos, que sempre se interessam demais pela minha vida pessoal e amorosa.
Sheng olhou para ele, demonstrando dúvida.
- E o que isso tem a ver com a parte amorosa?
Yul explicou:
- Meu marido e eu tínhamos uma aparência semelhante, mas a única diferença era que eu era mais sério, enquanto ele tinha uma personalidade um tanto excêntrica.
Sheng indagou:
- Como assim, excêntrico? Isso é um tanto peculiar.
Yul respondeu:
- Vamos dizer que ele não se comportava de maneira convencional, mesmo sendo de origem nobre.
Sheng comentou:
- Você possui um histórico repleto de honras, mas isso é sério.
Yul continuou:
- Vicenzo era um espírito livre; ele costumava dizer que a vida era única e deveríamos aproveitá-la ao máximo.
Sheng fez uma observação:
- Então você se atraía por um "bad boy", por assim dizer.
Yul olhou para ele, um tanto cético.
- Ele não era um bad boy; ele se inclinava mais para o lado do conhecimento do caminho tortuoso.
Sheng ponderou:
- O que é um caminho tortuoso é bastante relativo.
Yul serviu-se de mais café.
- Ele gostava de beber, se relacionar com qualquer um, tinha tatuagens, fumava e desprezava a parte de ser bonzinho. Ele sempre fazia com que eu deixasse meu orgulho de lado.
Sheng constatou:
- Portanto, você era diferente antes.
Yul balançou a cabeça em negativa.
- Não, sempre fui um pouco mal-humorado e sério. Vincenzo, por outro lado, era diferente. Ele adorava me fazer rir e brincar; sempre dizia que eu deveria parar de tentar ser perfeito para minha família e simplesmente viver, já que eu era incrível e meus poderes eram capazes de devastar uma cidade.
Sheng perguntou:
- Como ele era?
Yul sentiu os olhos se encherem de lágrimas, mas ainda assim sorriu.
- Ele era deslumbrante. Seus olhos negros eram profundos e intensos, e seu cabelo castanho, curto, o tornava ainda mais encantador. As tatuagens em seu corpo, adornando todos os seus músculos, eram simplesmente impecáveis.
Sheng percebeu que o assunto o deixava emocionalmente abalado.
- Como ele faleceu? Não parece justo que você carregue essa punição.
Yul segurou a caneca com firmeza.
- Prefiro não falar sobre a morte dele. Não quero reviver isso nunca mais.
Sheng insistiu:
- Mas você precisa abordar isso para se libertar do peso da culpa.
Yul respondeu:
- A diferença é que eu carrego a culpa e sempre estarei preso a isso.
Sheng, perplexo, afirmou:
- Por que você não quer discutir isso? A culpa é sua.
Yul levantou-se, elevando a voz.
- Porque eu não devo satisfação a você! Quer saber demais, mesmo eu afirmando que não revelarei tudo.
Sheng ficou estático, sem acreditar na grosseria que Yul demonstrava. Ele se aproximou do amigo, olhando em seus olhos e percebendo que ele se controlava para não chorar, tremendo, mas não de raiva.
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Atualizado até capítulo 122
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