A Verdade Oculta

Patrícia percorreu a loja de roupas, observando cada detalhe com um olhar crítico. Ana Clara a seguia de perto, mantendo a compostura enquanto tentava antecipar o que Patrícia faria a seguir.

"Esses vestidos," disse Patrícia, pegando um deles e olhando para Ana Clara com desdém, "são realmente horríveis. Você realmente acha que alguém compraria isso?"

Ana Clara manteve a calma, respondendo educadamente. "Esses vestidos são de uma coleção muito popular. Nossos clientes geralmente gostam bastante deles."

Patrícia arqueou uma sobrancelha. "É mesmo? Talvez você não conheça o suficiente sobre moda para entender o que é realmente bom."

Ana Clara sentiu a picada das palavras de Patrícia, mas respirou fundo. "Eu estou aprendendo, Patrícia. Estou aqui para entender todos os aspectos do negócio."

Patrícia deu um sorriso frio. "Claro, claro. Mas tenho certeza de que alguém como você, uma simples funcionária, não tem muita influência nas decisões importantes, não é?"

Ana Clara sorriu gentilmente, sem revelar a verdade. "Eu apenas faço o meu trabalho o melhor que posso."

Enquanto Patrícia continuava a passear pela loja, pegando roupas e fazendo comentários mordazes, Ana Clara manteve-se firme, respondendo com paciência e profissionalismo. Ela sabia que Patrícia estava tentando provocá-la, mas não deixaria que isso a afetasse.

"Você não tem ambição, Ana Clara?" perguntou Patrícia de repente. "Você se contenta em ser apenas uma vendedora pelo resto da vida?"

Ana Clara encontrou os olhos de Patrícia. "Eu acredito em trabalhar duro e crescer com a experiência. Todos começam de algum lugar."

Patrícia deu uma risada sarcástica. "Bem, talvez um dia você consiga algo melhor, mas, por enquanto, parece que está presa aqui."

Nesse momento, o gerente da loja, Sr. Almeida, aproximou-se das duas. "Ana Clara, como estão as coisas por aqui?"

"Estamos bem, Sr. Almeida," respondeu Ana Clara, mantendo seu tom calmo.

Patrícia virou-se para o gerente com um olhar calculista. "Sr. Almeida, você deve ser o responsável por essa loja. Gostaria de saber se não é possível encontrar alguém mais qualificado para me ajudar. Parece que Ana Clara não entende muito sobre moda."

O gerente franziu o cenho, desconcertado pela rudeza de Patrícia. "Ana Clara é uma funcionária muito dedicada, senhora. Tenho certeza de que ela está fazendo o melhor para atendê-la."

Patrícia bufou, impaciente. "Talvez. Mas acho que vou continuar minhas compras em outro lugar. Esta loja claramente não está à altura dos meus padrões."

Ela virou-se abruptamente e saiu da loja, deixando Ana Clara e o Sr. Almeida em um silêncio desconfortável. Ana Clara sentiu um misto de alívio e exaustão.

"Não se preocupe com isso, Ana Clara," disse o Sr. Almeida gentilmente. "Algumas pessoas simplesmente não sabem como tratar os outros."

Ana Clara sorriu, agradecida pelo apoio. "Obrigada, Sr. Almeida. Vou continuar com o meu trabalho."

Mais tarde naquele dia, enquanto Ana Clara se preparava para fechar a loja, ela refletiu sobre o encontro com Patrícia. O trabalho na loja era apenas o primeiro passo de muitos que ela daria em direção ao seu novo futuro.

Enquanto caminhava para casa, Ana Clara não pôde deixar de pensar no que o futuro reservava. Ela sabia que Patrícia ainda tinha muito mais cartas na manga, mas também sabia que tinha o apoio de sua família e amigos para enfrentar qualquer adversidade.

E, acima de tudo, Ana Clara sabia que a verdade sobre sua identidade ainda estava oculta. E, quando chegasse a hora certa, essa verdade mudaria tudo.

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