Escondido nas sombras

A festa continuava em seu ritmo animado, mas Ana Clara não conseguia se livrar da inquietação causada pela breve aparição de Eduardo. Lucas estava sempre por perto, garantindo que ela se sentisse segura e protegida.

Enquanto a noite avançava, Ana Clara decidiu que era hora de se retirar. A intensidade dos eventos recentes a deixara exausta, e ela precisava de um momento de tranquilidade. Avisando discretamente a Lucas, ela saiu pela porta lateral da mansão, buscando um pouco de ar fresco.

Eduardo, que fingira sair, estava escondido nas sombras. Ele observou cada movimento de Ana Clara, sua raiva e frustração crescendo a cada segundo. Quando ela finalmente se afastou o suficiente da mansão, ele a seguiu, silenciosamente, até um beco escuro e isolado.

Antes que Ana Clara pudesse reagir, Eduardo a agarrou pelo braço e a puxou para dentro do beco. Ela tentou gritar, mas ele tapou sua boca com a mão, forçando-a contra a parede.

"Você pensou que podia se livrar de mim tão facilmente?" sussurrou ele, com uma voz cheia de veneno. "Você acha que pode simplesmente voltar para a sua vida de princesa e me deixar para trás?"

Ana Clara, com o coração batendo acelerado, tentou se soltar, mas Eduardo a segurava com força. "Me solta, Eduardo! Você não tem o direito de fazer isso!"

Eduardo riu, uma risada amarga e cruel. "Direito? Eu era seu marido! Você é minha, Ana Clara, e sempre será. Você não é nada sem mim."

As palavras de Eduardo eram como facas, cada uma cravando-se profundamente no coração de Ana Clara. Mas ela se recusava a deixar o medo dominá-la. "Eu não sou sua! E nunca mais serei. Eu sou mais forte do que você pensa."

"Forte?" Eduardo zombou. "Você não passa de uma garota mimada que correu de volta para o papai quando as coisas ficaram difíceis. Você nunca será nada sem o seu dinheiro."

Ana Clara sentiu as lágrimas se acumulando, mas se recusou a deixá-las cair. "Eu não preciso do meu dinheiro para ser alguém. E não preciso de você para ser feliz."

Eduardo a empurrou contra a parede com mais força, sua raiva transbordando. "Você vai se arrepender de me deixar, Ana Clara. Eu vou fazer você pagar por cada momento que me humilhou."

Antes que pudesse ir mais longe, uma voz firme interrompeu a cena. "Solte-a, Eduardo."

Lucas surgiu na entrada do beco, seus olhos brilhando de determinação. Eduardo hesitou, surpreso pela intervenção inesperada.

"Lucas, não se meta nisso," rosnou Eduardo. "Isso é entre mim e Ana Clara."

"Não mais," disse Lucas, aproximando-se com calma, mas com uma ameaça velada em cada passo. "Você já causou dor o suficiente. Deixe-a ir agora, ou vai se arrepender."

Eduardo olhou de Lucas para Ana Clara, percebendo que estava em desvantagem. Com um último olhar de ódio para Ana Clara, ele finalmente a soltou e se afastou.

"Isso não acabou, Ana Clara," murmurou ele antes de desaparecer na escuridão.

Lucas correu até Ana Clara, envolvendo-a em seus braços protetores. "Você está bem?"

Ana Clara, tremendo, apenas assentiu. "Obrigada, Lucas. Eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado."

"Você está segura agora," disse ele suavemente. "Eu não vou deixar ninguém te machucar."

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