O novo emprego

Ana Clara acordou determinada a dar um novo rumo à sua vida. A festa de boas-vindas havia sido um sucesso, mas os eventos com Eduardo ainda pesavam em sua mente. Ela sabia que precisava se fortalecer e se afastar definitivamente do passado. Decidiu então tomar um grande passo: pedir um emprego na empresa da família.

Tomou café da manhã com João, que estava ciente de seus planos e a apoiava incondicionalmente. "Você está pronta para isso, Ana," ele disse, encorajando-a. "É hora de você mostrar a todos, e a si mesma, do que é capaz."

Ana Clara sorriu para o irmão, sentindo-se reconfortada por seu apoio. "Obrigada, João. Eu preciso fazer isso, não só por mim, mas também para provar que sou mais do que Eduardo me fez acreditar."

Depois do café, ela foi até o escritório de seu pai. Ricardo estava ao telefone, mas assim que a viu, encerrou a chamada rapidamente e a recebeu com um sorriso caloroso. "Filha, o que te traz aqui tão cedo?"

Ana Clara respirou fundo e sentou-se na frente da mesa do pai. "Pai, eu estive pensando... Quero um emprego na empresa da família. Quero trabalhar, aprender e crescer profissionalmente."

Ricardo a olhou com surpresa e orgulho. "Você tem certeza, Ana Clara? É uma grande responsabilidade."

"Eu sei, pai," disse ela, determinada. "Mas eu preciso disso. Preciso provar para mim mesma que posso fazer algo significativo com minha vida. Quero contribuir para a empresa e aprender tudo o que puder."

Ricardo assentiu, emocionado com a determinação da filha. "Estou muito orgulhoso de você, Ana Clara. Sempre soube que você tinha um grande potencial. Mas, para entender realmente todos os aspectos da nossa empresa, você precisa começar do zero. Acho que o melhor lugar para você começar é como vendedora de roupas em uma de nossas lojas."

Ana Clara ficou um pouco surpresa, mas logo compreendeu a sabedoria das palavras do pai. "Começar como vendedora? Isso não vai ser fácil, mas eu aceito o desafio."

Ricardo sorriu. "Ótimo. Quero que você conheça todos os serviços da empresa, desde o atendimento ao cliente até a gestão. Assim, você terá uma visão completa e será capaz de tomar decisões informadas no futuro."

Nos dias que se seguiram, Ana Clara começou seu treinamento na loja de roupas. Ela se dedicou ao trabalho, aprendendo cada detalhe do negócio. Desde o estoque até o atendimento ao cliente, Ana Clara demonstrou uma dedicação e uma ética de trabalho que impressionaram seus colegas e supervisores.

Patrícia, por outro lado, continuava a observar tudo de perto. Ela soube da decisão de Ana Clara e, embora não demonstrasse, sentia uma crescente inveja e descontentamento. Sabia que precisava agir rapidamente se quisesse evitar que Ana Clara se estabelecesse de vez e ficasse ainda mais próxima de Eduardo.

Uma tarde, Ana Clara estava na loja quando seu telefone vibrou. Era uma mensagem de Lucas, convidando-a para jantar. Ana Clara sorriu ao ler a mensagem, sentindo-se feliz com o apoio constante de Lucas.

Naquela noite, depois do trabalho, Ana Clara encontrou-se com Lucas. Ele a ouviu atentamente enquanto ela falava sobre seu novo emprego e os desafios que enfrentava. "Você está fazendo um ótimo trabalho, Ana Clara. Estou muito orgulhoso de você," disse Lucas, segurando sua mão.

Ana Clara sentiu uma onda de gratidão. Com o apoio de sua família e amigos, e agora, com um novo propósito na empresa da família, ela estava mais forte e confiante do que nunca. Estava pronta para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente e construir uma vida de sucesso e realização.

No dia seguinte, Ana Clara chegou à loja animada e preparada para mais um dia de trabalho. Estava organizando uma prateleira de roupas quando ouviu o som de saltos altos ecoando pelo chão. Virou-se para ver Patrícia entrando na loja, com um olhar determinado e um sorriso enigmático no rosto.

Patrícia caminhou lentamente até Ana Clara, parando a poucos passos dela. "Bom dia, Ana Clara," disse ela, a voz carregada de uma calma assustadora. "Vim fazer algumas compras. Acho que você pode me ajudar, não é?"

Ana Clara sentiu um frio na espinha, mas manteve a compostura. "Claro, Patrícia. Em que posso ajudá-la?"

Patrícia sorriu, mas seus olhos não demonstravam nenhuma simpatia.Ana Clara engoliu em seco, sem saber exatamente o que esperar. Sabia que algo estava por vir, algo que Patrícia havia planejado meticulosamente. E, embora estivesse preparada para enfrentar os desafios, uma parte dela não podia deixar de sentir um arrepio de antecipação e medo.

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