Capítulo 05

Francisca responde:

- Eu rezo diariamente pra ela largar aquele homem e aqueles remédios. Antes disso tudo ela era tão boa, centrada, tinha um objetivo. Muito triste ver como o vício, e más companhias a transformou em outra pessoa.

- Fico triste também, não conheço mais a minha irmã. Lembro que a última vez que conversei com ela, tava totalmente fora de si e quase dopada, falava coisas desconexas. Depois soube que ela tava chapada, agora não sei com que droga. Disse Vicente.

O doutor Souza entra no quarto para examinar Vicente, e falar sobre o tratamento de rapaz:

- Sinais vitais normais, quanto aos seus exames, precisamos conversar sobre o próximo passo no seu tratamento.

- Claro, pode ser agora? O rapaz responde muito preocupado com o seu estado de saúde. O médico continua o assunto:

- Segundo os seus exames, a sua doença progrediu e será necessário um transplante de medula óssea. Os medicamentos reduziram o número de células cancerígenas. No entanto, nas últimas semanas ocorreu um aumento das mesmas.

O rapaz engole em seco, e pergunta:

- Transplante? Mas, isso pode demorar e se eu não tiver como esperar?

- Seu nome estar incluso em primeiro lugar na lista de espera, mas até encontrar um doador compatível. Iremos fazer algumas sessões de quimioterapia, e outros remédios.

- Me diga doutor Souza, eu vou morrer não é?

- Não pense assim, vamos encontrar um doador, Vicente. Estar precisando de um psicólogo?

- Talvez, preciso sim.

- Vicente nós já estamos em busca de um doador, vamos encontrar logo logo. Temos que ser pacientes, visto que seu tipo sanguíneo é um pouco difícil de encontrar.

- O que me resta é ser paciente, algo que ironicamente eu já sou um.

- Isso mesmo, vamos encontrar. Daqui a pouco uma enfermeira irá trazer seu soro. Já liguei para sua mãe para avisar sobre.

- Tudo bem, ela tem saber.

Voltando para o interior, Murilo Alencar diretor do hemocentro recebeu uma ligação de um hospital particular renomado. No qual, estão buscando um doador compatível para um paciente que estar precisando urgentemente de um transplante de medula. O médico tem trinta e dois anos, e assumiu o posto de diretor há um ano. O profissional responde:

- Vou fazer uma busca, mas já adianto que talvez não encontarei esse tipo, AB- é raro aqui na cidade.

Doutor Souza:

- Mas faça a busca, é muito importante. A vida de um paciente meu depende muito disso, doutor Alencar.

- Vou fazer um esforço, Dr. Souza. Disse Murilo.

- Qualquer atualização ligue para esse número, ok?

- Claro, me der uns três dias. E farei um levantamento. Tenha um bom dia, Dr. Souza, até breve.

A ligação é encerrada e o mesmo liga para a recepção:

- Deuza, me envie os arquivos de doadores mais recente e frequentes do hemocentro.

- Sim, senhor. Responde a recepcionista.

A mesma faz uma busca, encontra alguns arquivos e manda para seu chefe. Que ler os documentos e encontra dois doadores compatíveis:

- Que sorte, doutor Souza. Dois compatíveis.

Algumas horas depois, Murilo ler mais um pouco os dados, e constata que um dos doadores não tem mais idade para doar. E, sobrou apenas uma mulher:

- Letícia Dornelles Souza, 23 anos. Doadora desde os vinte anos, compatível. Bingo, vou enviar logo isso pro velhote.

O rapaz liga para o número, mas ninguém atende. Ele deixa um recado:

- Olá, sou Murilo Alencar do hemocentro de Costa Nunes, interior do estado. Encontramos um doador, me retorne com urgência e anexe os documentos de quem receberá essa doação. Boa tarde.

Letícia fez a doação de sangue, e voltou pra casa. Algumas pessoas ficavam olhando pra ela e cochichando:

- Bando de fofoqueiro, deviam arrumar o que fazer.

Valentina esbarra na jovem e fala:

- Que bom que encontrei você aqui, quero te falar uma coisa.

Letícia revira os olhos e diz:

- Não tenho nada para falar com a senhora, com licença.

A megera a segura pelo braço:

- Tem sim, menina. Olha, fique longe do meu filho, viu. Se não quer que seu amado pai perca o emprego, não atrapalhe a vida de Rodrigo de novo, sua desclassificada!

- Como é quê é? Devia dizer isso pro seu filho, ele que fica atrás, me importunando no meu trabalho, na rua. Se eu pudesse nunca mais ia olhar na cara dele, avise pra ele me deixar em paz. E me larga sua cobra, agora.

Ela puxa seu braço de uma vez e continua:

- Do seu filho e de vocês, eu quero distância!

Valentina fica brava ao saber que o filho mentiu pra ela de novo:

- Rodrigo, mentiroso. Vou dar um jeito nisso, agora.

A jovem chega em casa, e sobe direto para seu quarto. Troca de roupa, e veste uma roupa confortável para ficar em casa. Cibele envia uma mensagem:

- Oi, amiga. Vou dar uma passadinha aí.

Letícia responde:

- Agora? Preciso descansar amiga, doei sangue hoje.

Cibele:

- Vou passar aí, mais tarde. No final da tarde, umas seis e meia.

Letícia:

- Tudo bem, vi o rolê que foi ontem.

Cibele:

- Você perdeu, Lê. Foi muito louco, devia experimentar. Na próxima, você não vai escapar.

Leticia rir:

- Será? Sempre dou jeitinho, amiga.

Em São Paulo, a assistente do doutor Souza ouve o recado. E avisa ao seu chefe:

- Encontram o doador pro senhor Vicente, doutor.

Dr. Souza:

- Nossa que rápido, vou retorne a ligação e transfira pra minha sala. Ok?

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