Tento desviar o assunto, mas senhor Greg insiste:
- Me diz, Letícia? Eu sei que ele te fez mal, dona Jucelina me disse que viu o que ele fez com você.
Respiro fundo na linha:
- S-Sim, ele foi no meu trabalho me encher o saco. E depois tentou me agarrar, quando estava voltando pra casa. Mas, eu pisei no pé dele e acertei um chute nas partes baixas dele.
Gregorio:
- Se eu pego esse desgraçado, ele que me espere.
Letícia:
- Pai, por favor, eu te peço não faça nada contra ele. A família dele manda e desmanda na cidade, o senhor sabe. Rodrigo pode prejudicar muito o senhor, não quero que sofra por minha causa. Ouviu, pai?
Gregorio:
- Ele não pode fazer isso com você, Letícia. Eu te avisei pra não se envolver que esse moleque! Ouvi, e não farei nada, porém, tenho pensado que não seria melhor nos mudarmos daqui. O que acha?
Letícia:
- Pra onde pai?
Gregorio:
- Pra Campinas, o que acha? Lá é maior, você terá mais oportunidades que aqui.
Letícia:
- Mas, o senhor disse que nunca ia sair daqui?
Gregorio:
- Vou me aposentar esse ano, quero paz e tranquilidade. E também, quero que você tenha uma vida assim também e mais oportunidade pra trabalhar no que realmente gosta.
Letícia:
- Vou pensar pai, tô tão acostumada aqui. Desde bebê vivo em Costa Nunes, mas se mudar não seria novidade.
Greg:
- Amanhã, conversamos melhor. Qualquer coisa me liga, tranque tudo e cuidado. Beijo, tchau.
Leticia:
- Tá bom, cuidado aí também. Até amanhã, tchau.
A chamada termina, e vou preparar a janta. Depois de um tempo, comi e fui assistir um filme. Acabei a pegar no sono no sofá da sala, estava muito exausta.
Após uma noite tranquila, e sem sonhos. Desperto com o som estridente do meu celular, desligo e faço um esforço pra levantar. Abro a janela e sinto um vento muito frio, parece que o inverno aqui chegou um pouco mais cedo.
Em seguida, fecho a mesma e vou pro banheiro fazer as minhas higienes matinais. Desço e vou fazer o café, o meu pai chega um tempinho depois:
- Bom dia, Letícia. Como você estar?
- Bem, graças a Deus. Dormi feito uma pedra, como foi o trabalho do senhor?
Tento desviar o assunto, não quero logo de manhã ter que falar sobre ontem. Meu pai responde:
- Foi tranquilo, apenas ficamos na delegacia. Aquele lixo te machucou?
Reviro os olhos e retruco:
- Não, pai. Que saco, hein. Não queria falar sobre isso.
- Se ele encostar um dedo em você de novo, eu esqueço quem eu sou e acabo com ele. Vou subir, tomar um banho, e dormir um pouco. Cuide-se, qualquer coisa estou lá em cima.
Lembro que vou sair e aviso a ele:
- Ah, pai. Eu vou sair daqui a pouco, vou no hemocentro.
- Quer que eu te deixe lá?
- Não precisa, o senhor precisa descansar. Eu sei me defender, pai.
- Qualquer coisa me liga, Letícia. Tenha cuidado, não quero ir preso por homicídio.
Meu pai tem cada uma, mas conhecendo senhor Greg, ele é capaz de matar Rodrigo. Se o mesmo tentar fazer algum mal contra mim; e falando nesse idiota, não já vai casar? Não entendo porque, esse traste não me esquece, a já sei. Me ver como uma propriedade dele ainda, que nojento, tenho pena da mulher que vai cometer o erro de casar com aquela peste.
Termino de me servir com um pão recheado com mortadela que meu pai trouxe da padaria, antes de vir pra casa. E pego a minha caneca preferida, que tem um gato estampado na mesma. Coloco leite e café. Tomo meu café da manhã, e em seguida escovo os meus dentes.
Pego a minha mochila pequena de couro sintético bege, nela estão os meus exames sanguíneos mais recentes e mais alguns documentos pessoais. Guardo o meu celular e fone de ouvido na mesma, visto o casaco devido ao frio. Me olho no espelho, vejo o meu look, composto com uma calça jeans clara reta, um coturno bege, uma blusa cacharrel com mangas compridas branca, e o meu casaco bege por cima. Passo um batom nude, abro a porta e saio a fechando.
Caminhos uns dez minutos, e chego ao hemocentro de Costa Nunes. Uma enfermeira chamada Luísa me reconhece:
- Bom dia, Letícia. Como estar, menina?
- Bom dia, dona Luísa. Vim fazer a minha doação, e a senhora como vai?
- Estou bem, a minha filha vai casar. Cê soube?
- Não, que a sua filha seja muito feliz.
- Obrigada.
- Tenho que ir fazer coleta de exames. Até mais, Letícia.
- Até, dona Luísa.
Me direciono a recepção, e sou atendida por Deuza que diz:
- Bom dia, Letícia. Como vai?
- Bom dia, Deuza. Aqui os exames, será que dar pra me encaixar pra doar hoje. A minha folga, né, amanhã não vou ter tempo.
- Claro, vou ver aqui no sistema.
Ela digita um pouco e o telefone dela toca. A mesma atende:
- Alô, bom dia. Hemocentro Regional de Costa Nunes, com quem eu falo?
A ligação continua e a mesma diz:
- Vou direcionar a ligação para a sala do doutor Murilo Alencar, ok?
Ela direciona a ligação para o telefone do diretor do hemocentro, e depois continua me atendendo:
- Desculpa, aí Letícia. É que a Tina não veio hoje, e tô bem sobrecarregada.
- Sem problemas, Deuza.
Continua a digitar e logo ela avisa:
- Tem vaga pra agora mesmo, aqui a sua senha? Vão chamar você para medir a sua pressão, ok. E depois, irá pra sala de coleta.
Recebo a senha, e logo sou chamada. Após essa pequena triagem, sou encaminhada para a sala de coleta. Outra enfermeira me atende, conheço ela também, é a Clotildes:
- Pronta, Letícia?
- Sim.
Ela inicia a coleta, colocando um acesso para fazer a doação. Fico sentada a apertar uma bolinha de borracha pequena, depois disso pego o meu celular e vou ver as redes sociais. Cibele postou vários storys na balada, bêbada, a minha amiga é louca, era pra isso que ela queria me levar junto?
Enquanto isso em São Paulo, Vicente acorda e estar a tomar café. A sua mãe foi para casa e quem estar o acompanhando é Francisca, a governanta e ex-babá dele. A quem ele considera a sua segunda mãe:
- Coma tudo, Vicente.
- Vou tentar, mas tá difícil.
Ele se alimenta e após isso assiste televisão. Dona Francisca questiona:
- Tudo bem, Vicente?
Tenta desviar o assunto:
- Estou bem, Fran.
- Não minta, Vicente.
- Estou com medo, hoje o médico vem falar sobre os exames que fiz ontem. O resultado de alguns saiu.
- Tenha fé, meu filho, Deus vai curar você. Nunca perca as esperanças, Vicente. Estamos aqui com você.
- Obrigada, Fran. Como estar, Alice?
Francisca franze o cenho, tenta desconversar:
- Tá bem, Vicente. Tá em casa, ainda dormindo essa hora.
- Ela já largou daquele lixo, tal de Hugo Mantovani?
- Já sim, meu filho.
- Tem certeza?
Na verdade, sua irmã Alice Bayond tem 21 anos, e não estar nada bem e nem em casa estar. Porém, Adriana não quer preocupar o filho doente com esse assunto difícil. A irmã dele é dependente química. Já teve duas overdoses, mas mesmo assim, não consegue largar a anfetamina. Começou tomando essa pílulas para perder peso, no entanto, acabou totalmente viciada nessa substância.
O namorado Hugo Mantovani ainda a introduziu a outras substâncias ilícitas, como a coc4ína. Porém, ela não consegue largar a anfetamina. E outra, esse Hugo a maltrata e agride ela de todas as formas, até a estuprar já fez. Um relacionamento muito tóxico e extremamente abusivo, da qual a jovem não consegue se desvencilhar.
Vicente não acredita na história de Francisca:
- Foi a mamãe que mandou a senhora me contar essa historinha? Tenho certeza que ela ainda é uma viciada e ainda estar com aquela escória, né?
Realmente não dar pra enganar o rapaz, a mulher diz:
- Sim, a sua mãe não quer te preocupar. Eu no lugar dela faria o mesmo.
- Quando é que Alice vai largar esse maldito e o vício?
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Atualizado até capítulo 64
Comments
Cristiane Paes Fagundes
Será q vai casar com o tal Rodrigo?
2025-03-04
1
Josete Feitosa
bota fotos de todos
2024-12-01
2
Ana Maria Rodrigues
triste muitas pessoas passam pelo vício 😔
2024-10-24
1