Capítulo 04

Tento desviar o assunto, mas senhor Greg insiste:

— Me diz, Letícia? Eu sei que ele te fez mal, dona Jucelina me disse que viu o que ele fez com você.

Respiro fundo na linha:

— S-Sim, ele foi no meu trabalho me encher o saco. E depois tentou me agarrar, quando estava voltando pra casa. Mas, eu pisei no pé dele e acertei um chute nas partes baixas dele.

Gregorio:

— Se eu pego esse desgraçado, ele que me espere.

Letícia:

— Pai, por favor, eu te peço não faça nada contra ele. A família dele manda e desmanda na cidade, o senhor sabe. Rodrigo pode prejudicar muito o senhor, não quero que sofra por minha causa. Ouviu, pai?

Gregorio:

- Ele não pode fazer isso com você, Letícia. Eu te avisei pra não se envolver que esse moleque! Ouvi, e não farei nada, porém, tenho pensado que não seria melhor nos mudarmos daqui. O que acha?

Letícia:

— Pra onde pai?

Gregorio:

— Pra Campinas, o que acha? Lá é maior, você terá mais oportunidades que aqui.

Letícia:

— Mas, o senhor disse que nunca ia sair daqui?

Gregorio:

— Vou me aposentar esse ano, quero paz e tranquilidade. E também, quero que você tenha uma vida assim também e mais oportunidade pra trabalhar no que realmente gosta.

Letícia:

— Vou pensar pai, tô tão acostumada aqui. Desde bebê vivo em Costa Nunes, mas se mudar não seria tão ruim assim.

Greg:

— Amanhã, conversamos melhor. Qualquer coisa me liga, tranque tudo e cuidado. Beijo, tchau.

Leticia:

— Tá bom, cuidado aí também. Até amanhã, tchau.

A chamada termina, e vou preparar o jantar. Depois de um tempo, comi e fui assistir um filme. Acabei a pegar no sono no sofá da sala, estava muito exausta.

Após uma noite tranquila, e sem sonhos, Desperto com o som estridente do meu celular. Desligo e faço um esforço pra levantar. Abro a janela e sinto um vento muito frio, parece que o inverno aqui chegou um pouco mais cedo.

Em seguida, fecho a mesma e vou pro banheiro fazer as minhas higienes matinais. Desço e vou fazer o café, o meu pai chega um tempinho depois:

— Bom dia, Letícia. Como você estar?

— Bem, graças a Deus. Dormi feito uma pedra, como foi o trabalho do senhor?

Tento desviar o assunto, não quero logo de manhã ter que falar sobre ontem. Meu pai responde:

— Foi tranquilo, apenas ficamos na delegacia. Aquele lixo te machucou?

Reviro os olhos e retruco:

— Não, pai. Que saco, hein. Não queria falar sobre isso.

— Se ele encostar um dedo em você de novo, eu esqueço quem eu sou e acabo com ele. Vou subir, tomar um banho, e dormir um pouco. Cuide-se, qualquer coisa estou lá em cima.

Lembro que vou sair e aviso a ele:

— Ah, pai. Eu vou sair daqui a pouco, vou no hemocentro.

— Quer que eu te deixe lá? Perguntou meu pai.

— Não precisa, o senhor precisa descansar. Eu sei me defender, pai. Respondi.

— Qualquer coisa me liga, Letícia. Tenha cuidado, não quero ir preso por homicídio.

Meu pai tem cada uma, mas conhecendo senhor Greg, ele é capaz de matar Rodrigo. Caso o mesmo tente fazer algum mal contra mim; e falando nesse idiota, não já vai casar? Não entendo porque, esse traste não me esquece? Ah, já sei. Me ver como uma propriedade dele ainda, que nojento, tenho pena da mulher que vai cometer o erro de casar com aquela peste.

Termino de me servir com um pão recheado com peito de peru que meu pai trouxe da padaria, antes de vir pra casa. E pego a minha caneca preferida, que tem um gato estampado na mesma. Coloco leite e café. Tomo meu café da manhã, e em seguida escovo os meus dentes.

Pego a minha mochila pequena de couro sintético bege, nela estão os meus exames sanguíneos mais recentes e mais alguns documentos pessoais. Guardo o meu celular e fone de ouvido na mesma, visto o casaco devido ao frio.

Me olho no espelho, vejo o meu look, composto com uma calça jeans clara wide leg, um coturno bege, uma blusa cacharrel com mangas compridas branca e o meu casaco bege por cima. Passo um batom nude, abro a porta e saio a fechando.

Caminhos uns dez minutos, e chego ao hemocentro de Costa Nunes. Uma enfermeira chamada Luísa me reconhece:

— Bom dia, Letícia. Como estar, menina?

— Bom dia, dona Luísa. Vim fazer a minha doação, e a senhora como vai?

— Estou bem, a minha filha vai casar. Cê soube?

— Não, que a sua filha seja muito feliz. Falei.

— Obrigada. Respondeu Luísa.

— Tenho que ir fazer coleta de sangue. Até mais, Letícia.

— Até, dona Luísa.

Me direciono a recepção, e sou atendida por Deuza que diz:

— Bom dia, Letícia. Como vai?

— Bom dia, Deuza. Aqui os exames, será que dar pra me encaixar pra doar hoje? A minha folga, né, amanhã não vou ter tempo.

— Claro, vou ver aqui no sistema.

Ela digita um pouco e o telefone dela toca. A mesma atende:

—Alô, bom dia. Hemocentro Regional de Costa Nunes, com quem eu falo?

A ligação continua e a mesma diz:

— Vou direcionar a ligação para a sala do doutor Murilo Alencar, ok?

Ela direciona a ligação para o telefone do diretor do hemocentro, e depois continua me atendendo:

— Desculpa, aí Letícia. É que a Tina não veio hoje, e tô bem sobrecarregada.

— Sem problemas, Deuza.

Continua a digitar e logo ela avisa:

— Tem vaga pra agora mesmo, aqui a sua senha. Vão chamar você para medir a sua pressão, ok? E depois, irá pra sala de coleta.

Recebo a senha, e logo sou chamada. Após essa pequena triagem, sou encaminhada para a sala de coleta. Outra enfermeira me atende, conheço ela também, é a Clotildes:

— Pronta, Letícia?

— Sim.

Ela inicia a coleta, colocando um acesso para fazer a doação, dói um pouco. Fico sentada a apertar uma bolinha de borracha pequena, depois disso pego o meu celular e vou ver as redes sociais. Cibele postou vários storys na balada, bêbada, a minha amiga é louca, era pra isso que ela queria me levar junto?

Enquanto isso em São Paulo, Vicente acorda e estar a tomar café. A sua mãe foi para casa e quem estar o acompanhando é Francisca, a governanta e ex-babá dele. A quem ele considera a sua segunda mãe:

— Coma tudo, Vicente.

— Vou tentar, mas tá difícil. Disse o rapaz.

Ele se alimenta e após isso assiste televisão. Dona Francisca questiona:

— Tudo bem, Vicente?

Tenta desviar o assunto:

— Estou bem, Fran.

— Não minta pra mim, Vicente.

— Estou com medo, hoje o médico vem falar sobre os exames que fiz ontem. O resultado de alguns saiu.

— Tenha fé, meu filho, Deus vai curar você. Nunca perca as esperanças, Vicente. Estamos aqui com você.

— Obrigada, Fran. Como estar, Alice?

Francisca franze o cenho, tenta desconversar:

— Tá bem, Vicente. Tá em casa, ainda dormindo essa hora.

— Ela já largou daquele lixo, tal de Hugo Mantovani?

— Já sim, meu filho.

— Tem certeza?

Na verdade, sua irmã Alice Bayond tem 21 anos, e não estar nada bem e nem em casa estar. Porém, Adriana não quer preocupar o filho doente com esse assunto difícil. A irmã dele é dependente química. Já teve duas overdoses, mas mesmo assim, não consegue largar a anfetamina. Começou tomando essa pílulas para perder peso, no entanto, acabou totalmente viciada nessa substância.

O namorado Hugo Mantovani ainda a introduziu a outras substâncias ilícitas, como a coc4ína. Porém, ela não consegue largar a anfetamina. E outra, esse Hugo a maltrata e agride ela de todas as formas, até a estuprar já fez. Um relacionamento muito tóxico e extremamente abusivo, da qual a jovem não consegue se desvencilhar.

Vicente não acredita na história de Francisca:

— Foi a mamãe que mandou a senhora me contar essa historinha? Tenho certeza que ela ainda é uma viciada e ainda estar com aquela escória, né?

Realmente não dar pra enganar o rapaz, a mulher diz:

— Sim, a sua mãe não quer te preocupar. Eu no lugar dela faria o mesmo.

— Quando é que Alice vai largar esse maldito e o vício?

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Comments

Silvia Moraes

Silvia Moraes

Em toda família tem problemas!!

2025-07-11

0

Cristiane Paes Fagundes

Cristiane Paes Fagundes

Será q vai casar com o tal Rodrigo?

2025-03-04

1

Vanusa Crispim Da Silva

Vanusa Crispim Da Silva

quando não é o álcool é às drogas, certo que o álcool também é uma droga

2025-06-20

1

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