Capítulo 03

Letícia

Rodrigo resolveu aparecer no meu local de trabalho pra me perturbar, será que isso não vai acabar nunca? Esse homem foi o meu primeiro amor, e a primeira decepção amorosa também. O meu pai sempre foi contra o meu namoro com Rodrigo. Deveria ter ouvido o meu pai, porém me deixei levar por meus sentimentos. No início, ele era amoroso, carinhoso, atensioso e era tudo quase um conto de fadas.

No entanto, era tudo manipulação, uma forma de me manter dependente emocionalmente dele. Com umas atitudes violentas veladas, como quando Rodrigo quebrou o celular durante uma discussão. E queria dar pitaco na roupa que eu vestia, nas minhas amizades, até na minha relação com meus familiares, entre outras coisas mais.

Até chegar ao ponto, de tentar me agredir fisicamente. Tirando as manipulações, mentiras, humilhações e agressões psicológicas que eram sempre presentes e recorrentes no relacionamento.

Coloquei um fim nisso, e graças a Deus me livrei. Mas, esse cara sempre dá um jeito de encher o meu saco. Vir no meu trabalho e me ameaçar é demais:

- Escuta aqui, quem vai fazer da sua vida um inferno sou eu, se você continuar atrás de mim. Vou te denunciar como já fiz antes, nem a tua mãe te livra dessa vez! Vai embora!

O idiota rir:

- Quero ver se vai ter coragem, Letícia.

- Tá duvidando é? Não sabe do que sou capaz, pra proteger-me, sou capaz de tudo.

- Até matar? Você não machuca nem uma mosca.

- Some da minha vida, maldito!

- Vai se arrepender disso, porque eu vou me casar com outra.

- Não me interessa o que faz com a sua vida, seja feliz bem longe de mim.

- Você vai voltar pra mim e vai ser tarde. Mas te aceitaria como amante.

Solto uma risada e respondo:

- Tenho pena da sua noiva, que livramento eu tive. Obrigado, meu Deus. Se não vai querer nada da loja, pode ir. Tenho que trabalhar, coisa que nem sabe o que é!

Ele segura o meu braço e diz:

- Vai ser assim, Letícia?

- Tira as suas patas imundas de cima de mim!

Retiro a mão dele do meu braço e vou atender outra cliente. Nojento, se continuar assim, vou acabar com ele com as minhas próprias mãos. Busquei a minha redenção, mas posso muito bem esquecer que sou boa. Não queria falar sobre esse meu passado obscuro, se eu pudesse fazer diferente teria feito. Porém, eu não tinha o entendimento e conhecimento que tenho hoje.

Mais adiante posso contar para vocês sobre o meu passado, enfim. Amanhã é a minha folga, e vou no hemocentro da cidade doar sangue. Tem dois anos que faço isso, comecei para ajudar na cirurgia da minha prima Isabela, a mesma precisou de sangue e fui lá doar. Desde então, resolvi ser doadora assídua. Saber que posso estar salvando a vida de alguém é o que me motiva a fazer isso.

As horas se passam, e estou arrumando as minhas coisas para ir pra casa. Cibele questiona:

- Amiga, não quer ir pro happy hour?

- Não, tenho que ir pra casa. Fora que o meu pai não estar em casa.

- Ai, amiga tem hora que você parece menor de idade. Tem 23 anos, cara.

- Eu sei, mas moro na casa dele. Devo satisfações sim.

- Mas, se você ligasse pra ele e explicasse.

- Hoje não, amiga. Fica pra próxima.

- Vou lembra disso, Letícia.

No caminho, sou surpreendida por Rodrigo que me pressiona numa parede e me agarrar por trás:

- Ai, que porr4 é essa?

- Te disse, meu amor. Vou fazer da sua vida um inferno, Letícia.

- Me larga, maldito!

Piso com o meu calcanhar na parte frontal do pé dele, que me larga e urra de dor. Acerto um chute no meio das pernas dele e o mesmo cai se contorcendo. Corro dali o mais rápido possível, e tranco bem as portas, janelas. Vou para o meu quarto e após toda a adrenalina, uma vontade enorme de chorar toma conta de mim.

Já denunciei ele, mas o delegado arquiva tudo, pois a mãe dele é irmã do chefe local da polícia, cargo acima do delegado. Ambos de uma família muito rica e influente da cidade, Costa Nunes é uma cidade muito pequena, sete mil habitantes. Em contextos assim, manda quem tem mais dinheiro e influência. Meu pai disse para fazer um b.o, mas sabia que as denúncias contra Rodrigo não iam pra frente, tudo em vão.

Decido tomar banho, e me trocar. Após alguns minutos, desço para fazer a minha janta. O telefone da casa toca e atendo no segundo toque:

- Alô, quem fala?

- Filha sou eu, seu pai o que aconteceu? É verdade que aquele canalha tentou te fazer mal?

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Comments

Luna Angel

Luna Angel

Autora faz com que ele fique na cadeia e não volte nunca mais perseguir ela .

2024-09-08

7

Luna Angel

Luna Angel

Rodrigo você vai pagar por tudo de ruim que tá fazendo pra ela./Grievance/

2024-09-08

1

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