Capítulo 4: Um encontro inesperado

Matheo acordou cedo, seguindo sua rotina com precisão. Após o banho matinal, ele preparou seu café forte, o único estímulo que precisava para enfrentar o dia. Vestiu seu terno sob medida, pegou a pasta e as chaves do carro esportivo, e saiu de seu apartamento luxuoso, pronto para mais um dia de trabalho na sua empresa de software.

Ao chegar na entrada do estacionamento da empresa, notou um congestionamento incomum. Havia um acidente na entrada que bloqueava o acesso. Frustrado por ter que mudar sua rotina, Matheo decidiu entrar pela entrada principal do edifício, algo que não fazia há muito tempo.

Estacionou o carro na frente do prédio, entregou as chaves ao manobrista e entrou no edifício. O ambiente era familiar, mas havia algo novo ali. Ao se dirigir para o elevador, ele notou uma nova recepcionista atrás do balcão. Ela era jovem, com um olhar tímido, mas determinado. Havia algo na maneira como ela se portava que chamou sua atenção imediatamente.

Recepcionista (Isabela): (sorrindo discretamente) “Bom dia, senhor.”

Matheo parou por um momento, surpreso. Ele estava acostumado a ser reconhecido e tratado com uma mistura de respeito e temor pelos funcionários, mas essa jovem parecia não saber quem ele era. Respondeu automaticamente, tentando não demonstrar seu desconforto.

Matheo: (em tom frio e formal) “Bom dia.”

Isabela: “Tenha um bom dia de trabalho, senhor.”

Ele acenou levemente com a cabeça e continuou caminhando em direção ao elevador. Enquanto subia para o décimo primeiro andar, não conseguia tirar da mente o breve encontro. “Por que estou pensando nela?”, ele se perguntava, incomodado por estar distraído com algo tão trivial. Afinal, ele não era do tipo que se deixava levar por essas coisas. No entanto, os olhos cativantes e o sorriso dela continuavam a invadir seus pensamentos.

Quando chegou ao seu andar, foi recebido por Lucas, seu assistente.

Lucas: (profissional e eficiente) “Bom dia, senhor Heiderick. Temos uma agenda cheia hoje. Primeiro, uma reunião com o time de desenvolvimento às 9h, depois a apresentação dos novos projetos para os investidores ao meio-dia. E, à tarde, uma videoconferência com os parceiros da Europa.”

Matheo: (tentando focar no trabalho) “Entendido, Lucas. Vamos começar.”

O dia foi preenchido por reuniões, apresentações e discussões técnicas. Matheo se jogou no trabalho, uma tática para afastar qualquer pensamento que não estivesse relacionado à empresa. Mas, vez ou outra, a lembrança da jovem recepcionista voltava à sua mente, o que o irritava profundamente. “Isso é ridículo”, pensava, balançando a cabeça em negação.

Quando o dia finalmente terminou, Matheo olhou para o relógio e percebeu que era hora de ir embora. Despediu-se de Lucas com um aceno de cabeça e desceu novamente até o saguão. Ao passar pela recepção, notou que a jovem não estava mais lá. Em seu lugar estava Pietra, a recepcionista que ele conhecia há anos.

Pietra: (formal) “Boa noite, senhor Heiderick. O carro já está aguardando.”

Matheo: (distraído) “Obrigado, Pietra.”

Enquanto caminhava em direção ao carro, não pôde evitar se perguntar onde estaria aquela nova recepcionista. Ele nunca prestava atenção nesses detalhes, mas algo nela havia prendido sua atenção. Ele precisava afastar esses pensamentos e sabia como fazer isso. Dirigiu-se diretamente para a boate de Eduard, onde seu amigo já o esperava. Era sexta-feira, e a boate estava cheia, como sempre.

Do outro lado da cidade, Isabela terminava seu primeiro dia de trabalho na empresa de Matheo, sem ter ideia de quem realmente era aquele homem que ela cumprimentou. Para ela, o dia havia sido perfeito. A empresa era organizada, os colegas de trabalho simpáticos e o ambiente acolhedor. Desde que chegou, foi recebida com sorrisos e elogios, especialmente por sua educação e gentileza.

Quando seu turno terminou, Isabela se despediu de Pietra.

Isabela: (feliz) “Até amanhã, Pietra! Foi um ótimo primeiro dia.”

Pietra: (sorrindo) “Até amanhã, Isa! Você se saiu muito bem, todos aqui já gostaram de você.”

Com um sorriso no rosto, Isabela trocou de roupa, pegou sua bolsa e saiu para pegar o metrô de volta ao apartamento que dividia com Clarice. Caminhando pelas ruas movimentadas de Nova Iorque, ela sentiu que finalmente estava no caminho certo. Essa nova cidade começava a parecer um lar, um lugar onde ela poderia recomeçar e deixar o passado para trás.

Naquela noite, enquanto Matheo tentava se distrair na boate de Eduard e Isabela voltava para casa satisfeita com seu novo emprego, ambos ainda não faziam ideia de que suas vidas estavam destinadas a se cruzar novamente. Eles estavam em busca de algo que ainda não sabiam, mas que o destino, como sempre, faria questão de revelar.

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