O Coração das Montanhas

Após deixarem o Vale das Almas Perdidas, Petrick e Liandra se sentiram mais conectados do que nunca. Haviam descoberto mais sobre suas próprias capacidades e o legado que carregavam como Guardiões dos Elementos. O espírito que encontraram no vale havia mencionado selos antigos, proteções contra um mal primordial que precisava ser mantido contido. Com essa nova missão em mente, partiram em direção às montanhas onde acreditavam que um dos selos estaria escondido.

A jornada os levou a um terreno cada vez mais difícil. As florestas densas deram lugar a colinas rochosas, que por sua vez se transformaram em penhascos íngremes e trilhas traiçoeiras. O ar ficou mais rarefeito e frio à medida que subiam, mas Petrick e Liandra mantinham-se focados, sentindo que estavam se aproximando de algo importante.

Durante a escalada, eles encontraram um pequeno vilarejo encravado em uma das encostas. Os moradores, vestidos com peles grossas e expressões cansadas, pareciam desconfiados dos estranhos, mas a presença dos Guardiões trouxe um pouco de esperança e curiosidade àqueles rostos endurecidos.

"Sejam bem-vindos," disse um ancião, aproximando-se com cautela. "Não recebemos muitos visitantes aqui. O que os traz a estas terras?"

Petrick explicou brevemente sua missão, sem entrar em detalhes sobre o mal primordial, para não alarmar os aldeões. "Estamos em busca de um antigo templo ou local de poder nas montanhas. Acreditamos que algo importante está lá, algo que precisamos proteger."

O ancião assentiu lentamente, como se considerasse as palavras de Petrick. "Há um lugar... Uma caverna sagrada nas montanhas, que nossos antepassados sempre evitaram. Dizem que ela guarda um grande poder, mas também um grande perigo. Eu posso lhes mostrar o caminho, mas devo adverti-los: não será fácil chegar lá."

Com a ajuda do ancião, partiram no dia seguinte. A trilha era ainda mais traiçoeira do que a subida inicial, mas a sabedoria e experiência do ancião eram inestimáveis. Ele guiou-os por passagens estreitas e sob rochas precárias, sempre vigilante aos perigos que os cercavam.

Ao se aproximarem da entrada da caverna, uma sensação de eletricidade preencheu o ar. Petrick e Liandra sentiram a presença de uma energia antiga, poderosa e pulsante. A entrada da caverna estava coberta de inscrições rúnicas e símbolos que reconheciam vagamente de seus estudos com o Conselho dos Guardiões.

"Aqui estamos," disse o ancião, parando na entrada. "Esta é a caverna sagrada. Não posso ir mais longe. Desejo-lhes sorte em sua missão."

Agradeceram ao ancião e entraram na caverna. A escuridão os envolveu, mas invocaram pequenas esferas de luz para iluminar o caminho. As paredes da caverna estavam cobertas de runas antigas que brilhavam suavemente com a proximidade da luz mágica. Sentiam a história e a magia do lugar vibrando ao seu redor.

Avançaram cautelosamente, atentos a qualquer sinal de perigo. A caverna parecia se estender infinitamente, mas havia uma clara direção a seguir, guiados pela sensação de poder que emanava das profundezas. Finalmente, chegaram a uma câmara ampla, onde uma grande pedra se erguia no centro, envolta por correntes e selos mágicos.

"Esse deve ser o selo," disse Liandra, sentindo a magnitude do poder contido na pedra.

No momento em que se aproximaram, uma sombra começou a se formar no ar, crescendo até tomar a forma de uma figura imponente e ameaçadora. A entidade olhou para eles com olhos cheios de malícia.

"Vocês ousam perturbar meu descanso?" sua voz ecoou pela câmara. "Eu sou Malakar, o Sombra Eterna. Este selo não pode contê-lo por muito tempo. Vocês não têm ideia do que estão enfrentando."

Petrick e Liandra se prepararam, sabendo que uma batalha era inevitável. Invocaram o poder dos elementos, formando um escudo protetor ao seu redor. Malakar riu, um som gélido que fez ecoar pelas paredes da caverna.

"Vocês são corajosos, mas a coragem não será suficiente."

A batalha começou com um choque de energias. Malakar lançou sombras que se transformavam em espadas e lanças, enquanto Petrick e Liandra contra-atacavam com rajadas de fogo e luz purificadora. A câmara se encheu de luz e escuridão, em um confronto titânico de forças opostas.

Liandra, usando seu controle sobre a água, criou uma torrente que atingiu Malakar, tentando dissipar suas sombras. Petrick, por sua vez, invocou o poder da terra, fazendo surgir estacas de rocha do chão para aprisionar a entidade. Malakar lutava com ferocidade, mas cada golpe que desferia era contrariado pela união e força dos Guardiões.

Sentindo a energia se esvair, Malakar soltou um grito de fúria e dor. "Vocês podem me deter agora, mas a escuridão sempre encontra um caminho. Eu voltarei!"

Com um esforço final, Petrick e Liandra invocaram uma luz intensa, canalizando todo o poder dos elementos. A luz envolveu Malakar, consumindo sua forma sombria e selando-o de volta dentro da pedra. As correntes e selos mágicos se reforçaram, brilhando com uma luz renovada.

A câmara ficou em silêncio, exceto pelo som de suas respirações pesadas. Sentiam o alívio da vitória, mas também o peso da responsabilidade que carregavam.

"Conseguimos," disse Petrick, ofegante. "Mas isso é apenas o começo. Precisamos encontrar os outros selos e garantir que permaneçam intactos."

Liandra assentiu, olhando para a pedra selada. "Cada selo que protegermos nos aproxima de preservar o equilíbrio. Precisamos continuar, pelo bem de todos."

Saíram da caverna, encontrando o ancião que os aguardava na entrada. Ele olhou para eles com admiração e respeito. "Vocês fizeram o que muitos pensavam ser impossível. Obrigado por proteger nossa terra."

Despediram-se do ancião e desceram a montanha, sentindo-se exaustos, mas também renovados em sua missão. Sabiam que a jornada ainda estava longe de terminar, mas estavam mais determinados do que nunca a seguir em frente.

Ao retornarem à vila, foram recebidos como heróis. Os aldeões, que antes eram desconfiados, agora os acolhiam com gratidão e respeito. Passaram a noite na vila, aproveitando um merecido descanso e recarregando suas energias para a próxima etapa de sua jornada.

Na manhã seguinte, estavam prontos para partir novamente. Antes de deixarem a vila, o ancião entregou-lhes um amuleto antigo, esculpido em pedra e decorado com símbolos rúnicos.

"Este amuleto pertenceu aos primeiros Guardiões que protegeram nossa terra," disse o ancião. "Ele pode guiá-los e protegê-los em sua jornada. Que os elementos estejam sempre com vocês."

Agradeceram ao ancião e partiram, levando consigo o amuleto como símbolo de sua missão e da confiança que haviam conquistado. Sentiam a responsabilidade de proteger o mundo e o equilíbrio dos elementos mais fortemente do que nunca.

A próxima parte da jornada os levaria a terras desconhecidas, repletas de novos desafios e perigos. Mas, com o amuleto e a união que compartilhavam, estavam prontos para enfrentar qualquer coisa. Enquanto caminhavam, sentiam a presença dos elementos ao seu redor, como uma força constante que os guiava e protegia.

E assim, Petrick e Liandra continuaram sua jornada como Guardiões dos Elementos, prontos para encontrar e proteger os selos antigos que mantinham o mal primordial contido. Cada passo que davam os aproximava de seu destino, e com cada desafio superado, sentiam-se mais fortes e mais unidos.

Pois sabiam que, enquanto estivessem juntos, não havia escuridão que não pudessem iluminar, nem desequilíbrio que não pudessem corrigir. A missão dos Guardiões dos Elementos continuava, e com ela, a esperança de um mundo em equilíbrio e harmonia.

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