Jogo Perigoso

Hazel

Depois do jantar horrível de ontem Heloá foi até a casa de Latoya para conversarem sobre a cilada que nosso pai armou para ela.

Levanto da cama com uma mega dor de cabeça invadi o bar privado do meu pai e peguei uma de suas melhores garrafas de conhaque. Ele vai ficar com muita raiva quando ver que uma garrafa do seu precioso conhaque sumiu.

Mas eu não ligo, tudo que aconteceu ontem me deixou com muita raiva. Aquele sorriso idiota na cara daquele imbecil me deixa com raiva.

Tomo meu banho e me arrumo para ir ao trabalho, hoje o dia não vai ser fácil com essa ressaca e clientes idiotas... Estou no meio do dia quando o Robbie manda eu atender a área vip, odeio atender lá, apesar das gorjetas altas os clientes ficam muito saidinhos, vou até lá sem ânimo nenhum.

— Olá, senhor, qual vai ser o seu...

— Ora, se não é a minha sexy e adorável cunhada.

— Senhor Deus, se isso é castigo pelo conhaque gostaria de dizer que pegou pesado.

— Vou querer um cappuccino duplo sem açúcar.

— Claro, senhor, tão amargo quanto você.

— Disse alguma coisa?

— Perguntei se vai querer algo para comer?

— Sim, você! Mas creio que não está no cardápio.

— Você tem algum problema? Até onde eu sei você vai casar com a minha irmã. Qual o sentido de vir até aqui me atormentar?

— Você não tem noção do que é atormentar.

— Senhor, vou trazer seu cappuccino.

Saio de lá porque a vontade de estrangular esse idiota é grande, peço para Jean entregar o pedido no meu lugar e para não dar mais oportunidade daquele idiota ser atrevido comigo peço ao Robbie para sair mais cedo, falo que não estou bem, muito relutante ele me libera.

Quando estou chegando em casa recebo uma mensagem de Toya para passar na casa dela quando sair do trabalho, então digo que já estou indo para lá.

Heloá

— Já vou avisando que não tenho certeza se ela vai concordar com isso, é errado de todos os jeitos.

— Amor, você prefere se casar com aquele homem? E nós como ficamos? Você não é a pessoa certa para casar com ele, eu sou a pessoa certa para casar com você.

— Não acho justo com minha irmã e pelo que percebi ontem ela e ele tem algum tipo de problema entre eles.

— Se ela te amar o tanto que você a ama vai concordar sim. Ela sabe que você me ama e que iria sofrer muito se fosse obrigada a ser alguém que você não é. Só ela pode nos ajudar. Eu sinto muito, amor.

Ela me abraça e me beija, aproveitamos o momento sozinhas e vamos para o quarto, meia hora depois escutamos a campainha e nos vestimos rápido e caminhamos para a sala, Toya abre a porta.

— Oi cunhadinha. Oi maninha. Amo vcs.

— Oi maninha. — abraço ela me sentindo mal pelo peso que vou colocar nos seus ombros.

— Oi cunhada, que bom que veio.

— Então, o que vai ser? Noite do pijama das meninas?

— Não maninha...

— Sinto que você está triste, o que está acontecendo?

— Hazel, a Heloá não pode se casar com aquele homem.

— Eu sei e concordo, mas o que vamos fazer para conseguir convencer o nosso pai a desistir dessa loucura?

— Ele não vai desistir, minha irmã, é um negócio valioso para nossa empresa desistir seria suicídio bancário.

— Eu tive uma idéia que vai funcionar, mas Heloá não concorda comigo... Hazel, pense nisso, Heloá é lésbica ela vai sofrer traumas horríveis se for obrigada a se casar com esse homem. Eu tenho medo dela acabar...

— Por favor, Toya, isso não... Qual é seu plano? Faço o que puder para ajudar.

— Hazel, você não sabe o que está...

— Amor, está nas mãos dela o seu destino.

— Vocês podem falar logo.

— Toya teve a idéia de... Hazel, você casaria com aquele homem no meu lugar? Nosso pai não vai desconfiar e eu assumo sua vida enquanto você assume a minha... Não seria a primeira vez que trocamos de lugar.

— Você tem noção do que está me pedindo? Eu não vou conseguir conviver com ele, e ele vai querer tocar em mim e fora que isso é crime.

— Eu falei, Toya, que seria pedir demais ela está certa.

— Não amor, não podemos desistir, você vai sofrer muito... Hazel, por favor.

— Eu... Eu preciso de um tempo para pensar... Tenho que ir agora, depois falo com vocês.

Hazel sai da casa de Toya com o olhar perdido e eu me sinto culpada.

— Amor, ela vai nos ajudar, ela sabe o quanto seria sacrificante para você.

— É eu sei... — mas eu ainda me sinto mal.

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