Capítulo 17

Aurora

Pego uma mochila, colocando os itens essenciais que preciso para fugir, Jack faz o mesmo, levando algumas mudas de roupa que Mason lhe deu ao sair do hospital.

— Tem certeza? Você pode ser declarada renegada se fugir. (Jack pergunta me olhando nos).

— Tenho. Descobri algo importante ao meu respeito, que poderá me ajudar a descobrir onde estão os meus pais, eles foram levados, ainda não sei se estão vivos, ou...

— Eu sinto muito pelos seus pais, tenha esperança, você irá encontrá-los, estarei ao seu lado para te ajudar. Sabe quem os levou?

— Bruxas e Vampiros.

— Bruxas e vampiros trabalhando juntos? Isso é perigoso, se nos encontrarem na floresta...

— Calma, essa porção irá nos ajudar, peguei entre as coisas do meu pai, ele usava para disfarçar o cheiro, quando precisava sair em alguma missão.

— Aurora Colton, você é muito corajosa! Estarei ao seu lado, para onde vamos?

— Matilha real.

— Matilha real? Por quê?

— Irá descobrir assim que chegarmos.

— E o Alfa Lucian, é o seu companheiro, não vai se arrepender depois? Companheiros são para sempre, quando somos rejeitados, ou, nos separamos, ficamos infelizes.(Jack fala com uma tristeza no olhar).

— Eu já sou infeliz de qualquer forma, estar ao lado do Lucian nunca me fez bem, ele apenas me humilhou, e agora, está esperando um filho com outra.

— Acredito que, é melhor irmos, os guerreiros vão trocar de guarda, essa é a nossa chance.

— Como sabe?

— Os observei por alguns dias, caso precisasse fugir.

— Lembrou de algo?

— Não, apenas instinto de sobrevivência. O Alfa não estava contente com a minha presença nesse lugar. Se não fosse você, talvez, não teria sobrevivido.

— Isso significa que você me deve uma!(Falo sorrindo).

— Vou me lembrar disso.(Jack fala me olhando nos olhos).

— Vamos!

Me sinto mal ao ir embora sem se despedir da minha melhor amiga, e do Mason que sempre me defendeu, mas, não posso correr o risco de ser impedida, tenho que descobrir quem eu sou de verdade.

Jogo a porção sobre mim, e faço o mesmo com Jack, em seguida, aproveitamos a troca de guardas, quando eles estão distraídos, atravessando a fronteira em direção a grande floresta.

Meu coração acelera, o medo de ser pega é imenso, poderíamos ser severamente castigados, principalmente, Jack.

Ao tomarmos distância, a sensação de medo, vai dando lugar ao sentimento de liberdade, enfim, livre do tormento em que estava vivendo. Espero que possamos conseguir chegar a matilha real, e encontrar as respostas que procuro.

Jack

O plano estava ocorrendo como planejado, ela estava justamente onde eu queria, não parecia a loba que todos falaram, ainda não vi nenhum poder sair de suas mãos, ou do seu corpo que, parece ser frágil.

Não esperava ser encontrado na floresta pela Luna da matilha Estelar, uma Aurora totalmente diferente do que imaginei, uma loba autoritária, fútil, que pelo seu status, agiria de forma diferente, porém, ela cuidou de mim como um dos seus, enfrentando até o Alfa, seu companheiro destinado, para salvar a minha vida, se ela soubesse quem eu sou realmente, agiria da mesma forma? Com certeza, me jogaria nas masmorras, ou, daria um fim na minha vida na primeira oportunidade.

Após receber alta do hospital, me comunico com Dominique pelo elo mental, informando tudo o que aconteceu desde a minha chegada na matilha Estelar, ele está próximo à fronteira, caso precise da sua ajuda.

— Alfa, como está? Estamos todos preocupados! Eles o prenderam?

— Eu estou bem, um pouco fraco ainda devido ao acônito.

— Falei que não precisava injetar, ficaria fraco, mas, como sempre, não me escuta. E sem falar que os guerreiros o deixaram praticamente morto.

— Se não fosse assim, não me deixariam entrar, a Luna me encontrou na floresta, parece que estava fugindo, retornou por minha causa.

— A Luna? Aurora Colton? A que derrotou Maverick?

— A mesma, ela é totalmente o oposto do que imaginei.

— Atraia ela para a floresta, os guardas das fronteiras estão em menor número.

— O Alfa Lucian me expulsou, estou indo até vocês, vamos atacar, aguarde o meu comando.

Saio em direção a floresta, e para a minha surpresa, Aurora passa por mim correndo, e não percebe a minha presença, há lágrimas nos seus olhos, e pela primeira vez, após anos, sinto compaixão por uma fêmea.

Me aproximo, então, ela percebe a minha presença.

— Oi, eu... A vi correndo pela floresta, você não parecia bem, então...(Falo, quando os seus olhos azuis me observam).

— Eu vou ficar bem. (Ela responde em meio as lágrimas).

— Posso me sentar ao seu lado?

— Pode...

— Se quiser conversar, sou um bom ouvinte, talvez, eu possa te ajudar de alguma forma.

— Por que estava na floresta, deveria estar descansando, ainda não se recuperou totalmente.(Ela fala mudando de assunto).

— Eu estou bem, precisava partir assim que saísse do hospital, ordens do alfa.

— Ele é um tremendo de um mentiroso! Ia partir sem ao menos se despedir? (Pergunta parecendo triste).

— Desculpe, eu não tive escolha, foram ordens, você deveria pensar que eu fugi.

— E o que acha se realmente fizermos isso juntos?

— Você quer fugir comigo? ( Pergunto surpreso).

Então, os meu planos mudam, quero descobrir porque os pais de Aurora foram sequestrados, ela está indo a matilha real atrás de respostas, irei segui-la e fazer o mesmo, parece ser algo grande, posso me aproveitar disso, e Aurora, bem, ela pode ser a chave de tudo. A Luna ainda não confia totalmente em mim, mas, pouco a pouco, ganharei a sua confiança, e quando ela não me servir mais, concretizo o plano inicial.

Aviso os meus homens para manterem distância, abortando a missão. E imediatamente, Dominique me repreende pelo elo mental:

— Por que abortou a missão? O plano era para sequestrar a Luna, o que está acontecendo Alfa?

— Mudança de planos, tenho algo grande a descobrir, e para isso preciso seguir Aurora. Estamos indo para a matilha real, posso conseguir mais aliados.

— E somente isso mesmo, ou está criando sentimentos por ela? A chamou até pelo nome...

— Não pense besteira Dawson! Estou apenas numa missão e nada mais. Assim que o objetivo for concluído, farei o que for preciso. Sabe que sou um morto vivo sem sentimentos.

— Espero que esteja falando a verdade, ou, estaremos em apuros.

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