Capítulo 13

Aurora

— Senhorita Aurora, não faça isso! Seria muito perigoso andar sozinha sem proteção pela floresta.(O ancião Christopher tenta intervir na minha decisão).

— Que tipo de proteção? A proteção que deveria ter quando fui levada pelos renegados nesse mesmo hospital?

— Aurora, o ancião Christopher está certo, não posso rejeitá-la.

— E agora você declara a todos que sou sua companhia destinada? Após ter proferido várias ameaças para que eu não contasse a ninguém?

— Aurora eu...(Lucian tenta falar, mas, é interrompido pelo ancião Wolf).

— Senhora, nós...

— Parem de me chamar de senhora! Não sou sua Luna, e nunca serei!

— Aurora, eu sinto muito por tudo que fiz e falei! Sei que vai ser difícil conseguir seu perdão, mas, eu quero tentar, preciso de mais uma chance. (Lucian implora na frente de todos).

— Eu não irei te dar um a chance, quando precisei de uma, você simplesmente me dispensou, esfregando na minha cara que não servia para ser a Luna, escolhendo Yasminy para substituir o meu lugar por direito. A mesma que me acusou injustamente de roubo, me jogando nas masmorras por algo que não cometi, juntamente com os anciãos, ordenando que me dessem cinquenta chibatadas! Eu não quero ser sua Luna! Prefiro ser uma renegada!

— Se é isso que quer, eu...(Lucian tenta falar, mas, é interrompido).

— Alfa, não pode fazer isso, Aurora será uma preza fácil, não suportará viver um dia na floresta. Não pode marcá-la como uma renegada

— Deixem o Alfa falar!(Digo fazendo todos ficarem em silêncio).

— Eu, Alfa Lucian, não vou rejeitá-la! Eu proclamo você, Luna da matilha Estelar!

Lucian

— Não! Você não pode fazer isso!(Aurora fala entre lágrimas).

— Sou o Alfa dessa matilha, e tenho a última palavra. E para a sua segurança, está proibida de sair pela floresta.

— Eu te odeio! Nunca vou ser a sua Luna! Eu não aceito as suas ordens!

— Vamos!(Falo chamando os anciãos)

— Sim senhor!(Eles responderam, e começaram a me seguir).

Aurora

Lucian e os anciãos saem do quarto, não consigo conter as lágrimas, deito-me, virando para o lado.

— Aurora, eu...

— Por favor, eu preciso ficar sozinha.

— Tudo bem, se precisar, pode contar conosco.

Mason e Kayra saem do quarto, me deixando só, apenas na companhia da minha loba, e então, me permito desabar

Sei que agi na hora da raiva, recordando de tudo o que passei desde que descobri ser a companheira de Luciam, tudo o que eu mais queria, era ficar distante dele, distante de todo o sofrimento.

Por um momento, pela raiva que me dominou, cheguei a me esquecer dos meus pais adotivos, sendo uma renegada, seria ainda mais difícil encontrá-los.

Um mês passou vagarosamente, estou totalmente recuperada, Lucian tem tentado se aproximar, mas, quero ficar o mais longe possível.

Ele descobriu que foi Yasminy a causadora do meu envenenando com acônito, e também, foi ela quem armou para que pensassem que eu era uma ladra.

O Alfa Daimon trouxe sua filha para ser julgada aqui na matilha Estelar, ele sempre priorizou as leis da matilha, do que a sua própria família, e não queria ser visto como um fraco.

— Aqui estamos para julgar os atos cometidos por Yasminy Broadway, contra a nossa Luna, Aurora Colton.

— Não acredito que vão me julgar porque estava fazendo um favor a todos vcs?

— Terá que pagar por tudo o que fez, além de envenenar a nossa Luna, tramou contra ela, a acusando injustamente de roubo, aplicando a pena máxima.

— Não podem me castigar! Se vocês me fizerem algum mal, poderão machucar o primogênito do alfa Lucian. Se prestarem mais atenção, vão ouvir o som do coração que está no meu ventre.

E então, todos começamos a escutar as batidas de um pequeno coração acelerado.

— Alfa?(Wolf pergunta querendo respostas).

— Esse filho não pode ser meu, nós só ficamos uma única vez, e...

— Sim, nos acasalamos, mas, você não quis me marcar como a sua Luna, agora eu vejo o porque. O Alfa tinha encontrado a sua companheira, então, me escolheu para ser sua Luna. O que o fez mudar de ideia? E o que fará sabendo que estou esperando um filhote, da nossa noite de amor?

Essa notícia pegou a todos de surpresa, se Yasminy tivesse falando a verdade, ela não poderia ser punida, não antes de dar a luz ao filhote.

E mais uma vez, sinto uma pontada no meu peito, devido ao vínculo, como se estivesse sido traída. Mesmo tentando me afastar de Lucian de todas as formas, ainda tenho sentimentos por ele.

Saio imediatamente da praça central, indo em direção a floresta, preciso correr.

Percebo Lucian me seguindo, paro imediatamente, não quero conversar.

— O que você quer?

— Aurora, me perdoe, fiquei com Yasminy uma única vez, na tentativa de tirar você da minha cabeça. Foi um erro e...

— Sabe qual foi o seu erro alfa? Foi lutar desde o começo contra um vínculo que só nos uniria. Seu erro foi me afastar, me humilhar, por pensar que eu era inferior a você, que não merecia ser a Luna dessa matilha, pois, como me disse antes, eu era fraca. Pois bem, esse erro a que você se refere, gerou um ser que não tem culpa de nada do que está acontecendo, ele tem que ser amado, cuidado, protegido, apesar de ter uma mãe tão ordinária e má, você precisa fazer o seu papel de pai, já que fez bem o de procriar.

— Aurora, isso não muda nada. Você continuará sendo a Luna dessa matilha, eu te amo, e nada vai me fazer desistir de você.

— Eu quero ficar sozinha, me dê esse tempo, por favor.

— Tudo bem, vou permitir que corra pela floresta, mas, não vá muito longe, os guerreiros da fronteira não vão permitir que saia do nosso território.

— Obrigada.(Falo, em seguida, começo a correr ainda na minha forma humana, com um só pensamento, fugir para bem distante).

Quando percebo que Lucian não está a me seguir, me transformo em minha forma lupina, deixando Kyra livre.

Após correr por vários quilômetros, me aproximo do rio.

— Kyra, preciso que role na lama, para tentar esconder o nosso cheiro.

— Vamos realmente fugir?

— Sim, não posso mais ficar em um lugar que não me faz bem.

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