Capítulo 15

Aurora

O estranho foi levado para a UTI, assim que chegou ao hospital, o doutor informou que ele estava fora de perigo, porém, devido aos ferimentos, e a incapacitade de se curar devido ao acônito, ele precisava de mais cuidados.

Diariamente, visitava o estranho para ver o seu estado de saúde, foi assim por três dias, mas, ele ainda continuava a dormir.

Lucian enviou mensageiros a outras matilhas, para tentar descobrir se havia algum lobo desaparecido. Os renegados estavam recrutando vários lobos que queriam se juntar a eles, e Jack, poderia ser um deles. Esse foi o nome que coloquei nele, não podia chamá-lo de estranho, toda a vez que me referia a ele.

— Aurora, o desconhecido acordou(Mason me informa, assim como pedi).

Paro tudo o que estou fazendo, e sigo imediatamente para o hospital, ao passar pelos guardas, entro no quarto, percebo que Lucian ainda não chegou, Mason está em pé ao lado da cama, enquanto a enfermeira Dafne, está quase esfregando o seu decote, no rosto de Jack, ao se aproximar bastante, tentando retirar o acesso que está no braço esquerdo do paciente.

— Aurora, entre!(Mason fala ao me ver).

— Olá, vim saber como está o paciente.

Nesse momento, os olhos verdes e intensos do estranho, se conectam com os meus, o meu coração se sente aquecido ao constatar que está se recuperando bem. Não havia percebido como ele era lindo, devido aos ferimentos, o seu rosto estava muito machucado.

Jack tem os olhos verdes, e a sua barba por fazer o deixando ainda mais sexy, isso explica o motivo dessa loba estar passando dos limites, ela não conseguiu se controlar, a minha vontade é de arrancar ela pelos cabelos, e dar uma boa advertência.

— Ele está se recuperando bem. Agora precisa se alimentar, como não consegue comer sozinho devido ao braço machucado, vou alimentá-lo.(Dafne fala ao pegar a tigela de sopa que está ao lado da cama).

— Pode se retirar enfermeira, eu assumo daqui...

Todos me olham surpresos com a minha atitude, inclusive o estranho.

— Mas, é o meu trabalho, e...

— Pode se retirar. (Ordeno com a voz mais firme).

Dafne entrega a sopa a Mason, saindo do quarto contrariada.

— Eu não vou colocar sopa na boca dele, sem chances.(Mason fala olhando para mim).

— Eu faço. (Digo pegando a a tigela).

Aproximo-me da cama, olhando para o estranho.

— Como se sente?

— Ainda sinto dor, mas, nada se compara a forma que me encontrou na floresta, se não fosse a senhora...

— Por favor, não me chame de senhora, o meu nome é Aurora, se recorda do seu?

— Não, eu... Não sei quem sou.

— Tudo bem, que tal chamarmos você de Jack, por enquanto, até se lembrar, ficar te chamando de estranho não é legal.

— Eu gostei de Jack.

— Então Jack, agora você precisa comer toda essa sopa pata se recuperar mais rápido.

A cada colher que coloco na boca dele, sinto uma sensação diferente, tento desviar o olhar todas as vezes que o seu olhar penetrante se encontra com os meus, ao terminar, ele me agradece.

— Obrigado senhora.

— Se me chamar de senhora mais uma vez, vou devolvê-lo machucado para a floresta.

— Me perdoe, és a Luna, e...

— Eu nunca serei a Luna dessa matilha, então, não me trate como uma. Sou alguém normal assim como você.

— Fui informado que você era a Luna, deve ter sido algum engano. Peço desculpas mais uma vez, e, obrigado por cuidar de mim Aurora.

A forma que ele falou o meu nome, aqueceu o meu coração. Algo diz que devo me afastar, mas, não consigo, tudo o que eu quero é cuidar dele, e não sair do seu lado.

Somos interrompidos por um estrondo, Lucian entra no quarto furioso.

— O que pensa que está fazendo aqui Aurora? Esse não é o trabalho para uma Luna!

Lucian

Mason me informa que o estranho despertou, ordeno para que ele fique vigiando até que, eu resolva o pequeno problema que se instalou na casa da matilha, Yasminy.

A minha mãe ordenou que os serviçais tirassem as coisas de Aurora do quarto ao lado do meu, e levassem para o quarto dos empregados, colocando Yasminy, para ficar mais perto de mim, usando a desculpa do bebe, o que gerou uma confusão, pois, não aceitei, e ordenei que colocassem tudo de volta ao seu lugar.

Após cuidar resolver a confusão que a minha querida mãe causou, sigo imediatamente para o hospital, após saber, pela enfermeira Dafne, que Aurora queria cuidar pessoalmente do estranho.

Eu não confio nesse lobo, para mim, ele não é confiável, não posso deixar Aurora ficar tão próxima dele.

Ao entrar no quarto, a minha companheira está com uma tigela vazia nas mãos, próxima ao estranho. Isso só pode ser uma piada, ela alimentou ele?

— O que pensa que está fazendo aqui Aurora? Esse não é o trabalho para uma Luna. (pergunto, não gostando nada do que estou vendo).

— cuidando do nosso hóspede.

— Ele não é um hóspede! Você mal o conhece, isso pode ser muito perigoso!

— Não faria nenhum mal a Aurora, ela me salvou, senhor. (O estranho fala, deixando-me com mais raiva).

— Aurora? Quem te deu a liberdade de chamar a Luna dessa matilha pelo nome?

O estranho olha para Aurora, parecendo confuso.

— Eu não sou a Luna, e nem serei! A sua futura Luna está esperando um filho seu, devo recorda-lo disso Alfa?

— Eu declarei você como a minha Luna, não quero outro em seu lugar. E enquanto a você, assim que se recuperar, irá partir.

— Para onde ele deve ir? Jack perdeu a memória, não se recorda de nada. E se for atacado novamente?

— Isso não é problema meu!(Respondo com frieza).

— Senhor, eu imploro, me deixe permanecer aqui na sua matilha, até que me lembre de algo, de onde sou...

— Isso está fora de cogitacão! Não confio em você! Se perdeu a memória, como sabe o seu nome?

— Ele não lembra, e esse nome, fui eu que dei a ele, não podemos chamá-lo de estranho o tempo todo. E fique sabendo Alfa, se expulsar Jack da matilha, eu irei com ele.

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