Submersa na água quente da banheira, cada bolha parecia levar consigo uma tensão, desaparecendo na névoa que se erguia. Enquanto o vapor dançava suavemente ao redor, minha mente, inquieta, vagava, incapaz de se desvencilhar de um único pensamento: Marina. Ah, Marina... que nome encantador. Em menos de um dia, ela se tornou a protagonista de meus devaneios, eclipsando todas as paixões passadas. Como pode? Nunca antes uma alma capturou tanto minha atenção, preenchendo cada canto de minha consciência. Marina, apenas Marina, incessantemente.
Quando desci para jantar, meu pai estava conversando com o pai de Daniel, meu namorado. Os dois falavam sobre carros. Daniel era filho dos maiores diretores musicais de novelas. Sim, existe direção musical em novelas. A direção musical é responsável por selecionar, compor e, às vezes, até mesmo criar músicas originais que se alinham com o tom e a narrativa da novela. Isso inclui a trilha sonora que acompanha cenas específicas, bem como as músicas de abertura e encerramento. Por exemplo, a novela "Alma Gêmea" teve uma trilha sonora detalhada que incluiu canções contemporâneas e antigas, regravações e composições autorais. A direção musical é uma parte crucial da produção de novelas, pois ajuda a estabelecer o ambiente emocional e aprofundar a conexão do público com a história. Daniel era filho de Miriam e Evandro Paes Mendonça, uma família poderosa na indústria das novelas. Por isso, Daniel estava na escola de música.
Daniel disse que vinha me buscar para irmos a um restaurante. Eu não sabia de nada disso, mas só queria comer fora. Odiava quando meus pais estavam em casa, toda a janta parecia um ritual, com talheres certos, meu pai falando sobre bolsa de valores com meu avô, minha mãe e minha avó falando sobre doações filantrópicas para instituições. Porém, de bondade passava longe, a ideia era ganhar status.
Eu: Onde vamos, Daniel?
Daniel: Sei lá, só quero sair da minha casa - disse ele parecendo chateado.
Eu: O que houve? Foi seu pai? - perguntei.
Daniel: Sim, ele mesmo... vamos para a praça perto da escola, lá o pessoal irar fazer uma serenata aos casais que ficam na praça...
Eu: De quem foi essa ideia ridícula? - perguntei, irritada com o fato de terem marcado algo sem me avisar.
Daniel: Foi a menina nova, a tal de Mariana, ou Marina. Como Wagner estava envolvido, achei que não teria problemas - disse Daniel inocentemente.
Eu: Aí, Marina, você vai arrumar problemas para sua cabeça.
Regras são regras.
A praça estava linda, decorada com alguns enfeites de Natal, mesmo sendo setembro. Alguns casais estavam sentados nos bancos, outros passeavam pelo local, e um vendedor de pipoca estava por ali, oferecendo suas guloseimas. Foi então que avistei Marina e Wagner. Enquanto Marina tocava violão, Wagner cantava. A princípio, senti uma pontada de raiva e ciúme ao vê-los juntos. Mas logo essa emoção deu lugar à preocupação, pois sabia que se o cão de guarda do...
Do Aragão poderia estar ali resultando em problemas para ambos. Afinal, de acordo com as regras de aquisição dos alunos, aqueles da classe AA jamais poderiam se envolver com alunos emergentes.
Então, a situação com Wagner e Marina é mais perigosa do que parece à primeira vista. Dentro das regras da aquisição, cada um deve permanecer dentro do seu próprio círculo social. Não é apenas uma questão de namorar alguém de uma classe social diferente, mas sim de desafiar toda a estrutura de poder estabelecida na escola. Para ser tratado com respeito, para ter acesso a privilégios, você precisa obedecer às regras da elite. E, no momento, o líder dessa regra é o Aragão mesmo que ele esteja temporariamente afastado.
Como uma figura proeminente na escola, cabe a mim garantir que as regras sejam seguidas, mesmo que isso signifique tomar medidas drásticas. Se eu fosse pega simplesmente observando a cena de Wagner e Marina sem fazer nada, eu seria punida automaticamente. Embora eu tenha um status considerável e talvez seja improvável que alguém queira me punir devido ao respeito que me têm, sei que a influência de Aragão ainda é significativa.
Portanto, minha intervenção pode parecer cruel para alguns, mas estou usando os recursos disponíveis para proteger Wagner e Marina de suas próprias imprudências. É uma questão de equilibrar o respeito às regras da escola com o desejo de garantir a segurança e o bem-estar de Wagner, e Marina.
...Eu interrompi a música, sentindo a tensão se acumulando no ar....
Eu; "O que está acontecendo aqui na praça?" Eu perguntei, minha voz cortando o ar noturno.
Marina respondeu: "Nada, nós estamos apenas fazendo uma serenata."
Eu: "Contam com a autorização de quem?" Eu disse, minha voz carregada de autoridade.
Marina: "Não existe autorização para fazer algo na praça."
Eu: "Sim, você precisa. Você sabe por que? Foi marcado na escola," eu declarei, mantendo minha postura firme.
A partir daí, uma briga acalorada começou a se desenrolar entre nós. As palavras voavam, carregadas de raiva e frustração. Wagner se intrometeu, dizendo que eu não tinha direito de interferir, mas eu insisti que sim. Em meio à confusão, decidi levar Marina para longe dali, onde pudéssemos conversar pessoalmente, longe dos olhares curiosos e das acusações voando no ar.
Eu: " venha comigo mocinha."
Marina: "Não vou a lugar algum?" Disse ela firme.
Eu: você é quem sabe. falei com tom de ameaça, e ela recuou, e eu pensando 'Espero que tenha sido um bom espetáculo, para os curiosos aliados a Aragão.'
Ao arrastar Marina para um canto mais afastado da praça, não consegui conter minha frustração.
Eu: "Você está louca? Está se colocando em risco, declarando o seu próprio fim aqui na escola Weber Müller," eu disse, minha voz carregada de urgência.
Marina olhou para mim com surpresa e confusão. Marina: "Weber Miller," ela murmurou, como se aquelas palavras fossem um mantra que evocava temor.
Eu "Sim, Weber Miller," confirmei, firmando minha postura. "Você acha que pode desafiar as regras e sair impune? Não seja tola, Marina. Você está brincando com fogo e eu estou tentando te salvar de se queimar."
A tensão entre nós era palpável, mas eu sabia que era minha responsabilidade garantir que Marina entendesse as consequências de suas ações.
Apesar da raiva inicial que sentia, comecei a compreender a impulsividade de Marina.
Ela deveria ter me consultado antes de marcar o evento na praça. Todos conheciam pelo menos as regras básicas, e ignorá-las era um erro grave. No entanto, por mais que estivesse brava, não conseguia ficar assim por muito tempo. Seus olhos tinham um poder cativante sobre mim, atraindo-me como um ímã.
Marina: "Desculpas, eu juro que não sabia que não podia marcar sem te consultar," Marina disse, em um tom mais ameno. Meu coração quase perdeu o rumo. Ela ficava tão fofa quando estava sem graça.
Eu "Olha, não estou brava por isso, embora devesse ficar. Estou preocupada porque vocês podem ser prejudicados. Os alunos veteranos, principalmente da classe AA, levam muito a sério o livro de aquisição e o status," expliquei, tentando manter a calma.
Marina: "Não sei do que está falando," Marina respondeu confusa.
Eu: "Vai na minha sala amanhã, eu vou te explicar," convidei.
Marina: "Você tem uma sala?" Ela perguntou, incrédula.
Eu: "Tenho sim. Na verdade, estou substituindo um representante da escola. Você deve conhecer como líder do grêmio," expliquei.
Marina ficou calada por um instante e, em seguida, concordou em ir à minha sala no dia seguinte.
À medida que a conversa chegava a um fim, senti um misto de alívio e preocupação. Por um lado, consegui intervir e alertar Marina sobre as consequências de suas ações. Por outro lado, ainda havia muito a esclarecer sobre as regras e dinâmicas da escola Weber Müller. Enquanto nos afastávamos da praça, minha mente já estava traçando planos para ajudar Marina a entender melhor o mundo em que havia entrado.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
lua🌚
mais mais mais mais mais mais mais
2024-05-16
2
Allan Ricardo Araujo
isso otavia explicar tudo pra ela e deixar ela mais longe possível desse Wagner e trás ela para mais perto de vc
2024-05-16
6