Vi quando aquela garota entrou na sala, algo nela me chamou a atenção. Não havia nada de extraordinário, nada além do habitual, mas algo na sua presença me intrigou. Quando ela se aproximou da sua mesa, pude sentir seu desconforto diante do meu olhar inquisitivo. Antes que eu pudesse me aproximar para iniciar uma conversa, mais alunos entraram na sala, incluindo meu namorado, com sua atitude de sempre. E então, a professora entrou.
Aquela mulher praticamente fazia reverência a mim, tudo por causa dos meus pais e da minha suposta promissão como aluna. Ela sempre foi implacável com os novos alunos, gostava de humilhá-los. E eu nunca me importei com isso, até agora.
Enquanto ela começava a pedir para que todos demonstrassem seus talentos, observei a forma como ela tratava a nova aluna, Marina. Aquilo me incomodou. Pela primeira vez, senti repulsa pela forma como a professora humilhava alguém. Algo estava errado comigo. Isso não sou eu, certo?"
Maristela Ribeiro, conhecida por sua atitude arrogante, humilhava os alunos, como sempre fazia. Mas algo estava diferente dessa vez.
Maristela: 'Toca o violão de novo. E dessa vez, sem errar.'
Marina: 'Toca o violão novamente, nervosa
Maristela: 'Você desafinou aqui! Quem te ensinou a tocar? Você tem muito que aprender. Não é à toa que está aqui.'
Marina: Eu sei, por isso estou aqui:. Responde com firmeza, mas visivelmente desconfortável
Foi quando a situação chegou ao limite. Não consegui mais ficar em silêncio.
Eu: 'Chega! Isso já é demais.'
Maristela: 'O que foi, Otávia? Não está acostumada com críticas?'
Eu: 'Não é isso. Mas não vou ficar aqui vendo você humilhar os outros.'
Maristela Fica sem graça diante da minha intervenção, já que todo esse espetáculo era para chamar minha atenção.
Daniel: 'O que foi isso? Está defendendo a novata agora?'
Eu: 'Não estou defendendo ninguém, só estou cansada da Maristela Ribeiro. Ela fica fazendo um espetáculo, e hoje não estou com paciência para isso.'
Daniel: 'Entendi. Mas você sabe como ela é. Não deixa ela te afetar.'
Eu: 'Eu sei, mas às vezes é difícil ignorar. De qualquer forma, vamos focar na nossa aula agora. Não quero mais pensar nisso.'
Ela fazia tudo isso por conta do meu talento e meu nome.
Vocês sabem quem eu sou ?
"Meus pais já eram ricos, donos de uma gravadora renomada, quando descobriram que em casa havia um prodígio. E era eu. No início, tudo era bonito e perfeito. Colocaram-me em uma escola de música, onde pude explorar todo o meu potencial. Escrever músicas sempre foi minha paixão desde os 13 anos. Mas à medida que mais e mais pessoas da indústria musical começaram a comprar minhas músicas, a pressão aumentou. Meus pais viram em mim a galinha dos ovos de ouro deles. Quanto mais eu escrevia, mais eles lucravam. E, de repente, a música deixou de ser minha fuga e se tornou uma fonte de pressão implacável. Cada melodia, cada verso, parecia uma obrigação, uma responsabilidade que eu não pedi. A tristeza se misturava com a satisfação de ver meu trabalho reconhecido, mas também com o peso esmagador das expectativas que agora pesavam sobre mim.
As pessoas me bajulam, gostam de mim apenas para obter alguma vantagem. Nunca sei quem são os verdadeiros comigo. Até mesmo aquela que dizia ser minha amiga acabou revelando sua falsidade. Mas preciso de amizades, preciso conviver com pessoas, então meio que aceito mais ou menos essa amizade. Mas de alguma forma, humilho aqueles que se dizem meus amigos. Coloco as pessoas sempre abaixo de mim, para que saibam o seu lugar. Afinal, sou Otávia Lins, o maior prodígio de todos os tempos.
Antes da escola mudar de nome para Weber Müller, ela se chamava Nota Máxima. Entrei lá muito cedo e já sou muito conhecida. Estou começando a ser reconhecida em todo o Brasil devido às vendas de discos, às empresas que correm atrás de mim, à imprensa. Ali é minha casa, moro mais na escola do que em casa. Além de ser aluna, dou aulas lá dentro e tenho uma certa influência.
A ideia é terminar o ano na escola e fazer uma faculdade fora do país de música. Mas meu pai está atrapalhando isso. Ele acha que não preciso fazer faculdade, que sou autodidata. Ele quer que eu fique no Brasil para continuar escrevendo música e ganhando dinheiro. Mas eu quero aprimorar, então quero estudar fora. Estou em conflito, porque embora tenha 17 anos, para fazer 18, vou querer estudar fora, mas meu pai está sendo teimoso, porque quer que eu fique aqui e produza música. Assim, ele ganha não só com a venda, mas também com prestígio, tendo uma filha prodígio em sua gravadora.
Por mais que eu quisesse me concentrar, ela conseguia me distrair. Marina, a tal garota, estava lá atrás de mim, e eu não conseguia evitar olhar para trás e vê-la. Ela era diferente, algo nela me chamou a atenção, mas não sei explicar o que era. Já me envolvi com rapazes e com meninas, e sei bem quais são meus gostos. Definitivamente, o estilo dela, a roupa dela, nada disso é muito o meu estilo, mas algo nela que não sei identificar me prende a ela.
Começou um diálogo entre eu e o meu namorado, o Daniel. O Daniel queria, automaticamente, que eu respondesse a ele se eu ia estudar com ele fora do país ou não.
Daniel: 'E aí, você vai estudar comigo fora do país ou não?
Eu: 'Querer eu quero, mas meu pai tá dificultando tudo. Não sei por que ele tá fazendo isso' ela falou, revirando os olhos.
Daniel: 'Bom, é óbvio, né? Se você vai para fora do país, ele não vai poder te controlar. Acho que ele não quer correr o risco de perder sua influência sobre você'.
Eu: Tenho certeza que é exatamente isso. Ah, eu não entendo. Eu poderia me aprimorar mais, escrever melhor. Mas ele não quer perder nem um minuto, ou anos, comigo me aprimorando para fazer mais. Para ele, eu já estou pronta para entregar o que ele quer. É como se ele achasse que já cumpri minha função desde pequena, né?
Daniel: Ai, seu pai, hein? Se meu pai se o seu pai se unissem iriam se tornar o déspota do mundo. Porque, olha, eu não sei onde nós vamos chegar com esses dois.
Enquanto a aula chegava ao fim e os alunos começavam a se levantar, meus olhos foram automaticamente em direção à Marina. Ela estava me encarando, e por um momento, parecia que o tempo havia congelado ao nosso redor. Era como se estivéssemos presas em um instante eterno, só nós duas, com um mar de pensamentos inundando minha mente.
De repente, uma pessoa se aproximou de mim e me abraçou com força, quebrando o momento de tensão. Era uma amiga minha, que dizia estar com muita saudade. Sua presença me tirou daquele transe momentâneo, e eu a abracei de volta, sorrindo enquanto tentava disfarçar o turbilhão de emoções que ainda ecoavam dentro de mim.
A Marina ainda estava lá, observando, e eu sabia que precisava retomar a compostura. Acenei para ela com um sorriso rápido antes de me afastar para me despedir da minha amiga. Mas por dentro, algo havia mudado, e eu não conseguia mais ignorar a sensação estranha que ela havia despertado em mim.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Raffa Almeida
A paixão é tudo tão lindo e belo
2024-10-21
1
CASSIA RIBEIRO
Amando.
2024-05-23
2
Allan Ricardo Araujo
eita que o negócio vai ser bom demais
2024-05-14
4