Capítulo 2
"General!"
Os cinco homens imediatamente se ajoelharam ao chegarem na grande tenda de comando de Rey, seu líder. Isso, naturalmente, deixou o jovem em pânico.
"Tios, o que estão fazendo? Não me tratem assim! Sou eu, Rey, o garoto de doze anos que vocês salvaram," disse Rey, apressadamente, ajudando um deles a se levantar.
"Isso é passado. Como não mostrar respeito ao nosso líder? Independentemente de sua origem, você é o general. Não nos importamos com o passado. O que importa é o presente e o futuro, que você é o líder do Exército Lobo e da Tropa da Armadura Negra. Estamos orgulhosos de sermos liderados por um gênio como você, que supera nossa imaginação ao liderar e derrotar nossos inimigos!"
"Não ousem dizer isso! Rey não se atreve a aceitar tal elogio. Por favor, levantem-se e não sejam tão formais. Foram vocês cinco que me recomendaram para ser o líder. Foram vocês que me educaram e me ensinaram como um verdadeiro guerreiro se comporta. Sem vocês, eu não seria ninguém," argumentou Rey, tentando aliviar a atmosfera tensa.
"Hahaha, bobagem sua dizer que fomos nós que o colocamos como líder," disse Lobo do Norte, levantando-se. "Por que acha que destruiríamos o Exército Lobo e a Tropa da Armadura Negra? Dedicamos toda a nossa vida a essa organização. Não nomearíamos um líder indigno. Se errássemos na decisão, a organização que construímos com tanto esforço e recursos seria arruinada. Você provou sua inteligência e habilidade em criar armadilhas, estratégias de guerra, táticas de guerrilha e muito mais. Suas habilidades em combate corpo a corpo e a maneira como você aniquila nossos inimigos já se tornaram lendas. Todos o veneram, mesmo sem conhecê-lo. Não sei do que é feito seu cérebro, é genial demais. É verdade que tudo exige sacrifícios. Você, em oito anos, nos superou, nós que somos conhecidos no mundo militar como os Cinco Reis Lobos. Acha que somos tolos em escolhê-lo? O velho também não foi tolo em torná-lo seu discípulo. Se você não fosse digno, quem seria?"
Rey refletiu por um momento. Pensou em seu mentor, o velho que o havia treinado implacavelmente durante os últimos oito anos. Não havia descanso para Rey quando o velho estava por perto. Ele treinava e treinava até não conseguir mais ficar de pé. A arena de treinamento era mais assustadora do que qualquer campo de batalha real. E ainda assim, não era o suficiente. Lembrou-se do velho dizendo que a verdadeira batalha era contra aqueles consumidos pela ganância e pelo engano. Inimigos disfarçados de amigos eram muito mais perigosos do que aqueles em campo aberto.
"Mike tem razão. No passado, lutávamos entre nós pelo posto de líder. Tínhamos a mesma força, ninguém queria ceder. Felizmente, encontramos Rey, com habilidades que superavam em muito as nossas expectativas. Em apenas oito anos, ele nos derrotou um por um. Talvez, mesmo se lutássemos juntos, Rey ainda saísse vitorioso", acrescentou Lobo de Fogo, reforçando as palavras de Lobo do Norte.
Ao ouvir isso, Rey imediatamente caiu de joelhos sobre o tapete felpudo que cobria o chão de pedra. Ele sabia que aqueles cinco homens não eram páreo para ele. Mas, como alguém que conhecia a etiqueta, a gratidão e a bondade, não ousava ser arrogante. Para ele, aqueles cinco homens eram como seus pais. Ele ainda era o mesmo Rey que havia sido abandonado por sua família oito anos atrás.
"Ei, o que está fazendo? Se alguém visse o líder supremo do Exército Lobo ajoelhado diante de seus subordinados, onde ficaria o orgulho deles pelo líder e pela organização? General, você não deve se ajoelhar para ninguém! Mesmo diante de um príncipe. Você pode se curvar em respeito, mas nunca se ajoelhar. O líder do Exército Lobo pode até morrer, mas nunca ser humilhado!" Eles se apressaram em impedir Rey de se ajoelhar. Para eles, tal ato era um insulto à sua honra como soldados.
Os cinco homens ajudaram Rey Clifford a se levantar. E ele não teve escolha senão se erguer, como o líder que tanto os orgulhava.
"Tudo bem. De agora em diante, nada me fará ajoelhar novamente", disse Rey, após se levantar. "Tios, preciso da ajuda de vocês. Não como um líder dando ordens, mas como um pedido de ajuda."
"General, por favor, diga. Cruzaremos oceanos e escalaremos montanhas para ajudá-lo. Fale!" Disse Lobo do Leste, com entusiasmo.
Diante da disposição dos cinco, Rey enfiou a mão no bolso da calça, tirou uma fotografia e a entregou a um deles.
A foto mostrava uma linda jovem sorridente, com um bosque de pinheiros ao fundo.
Rey havia conseguido a foto após ordenar que seus homens procurassem por uma órfã chamada Diana.
Ele passou quase um ano inteiro procurando por todas as garotas chamadas Diana até finalmente encontrá-la.
Embora não a tivesse abordado diretamente, seus homens conseguiram tirar uma foto da jovem e entregá-la a ele.
"Essa foto foi tirada há três anos, antes de sermos enviados para o campo de batalha para acabar com os últimos remanescentes das forças inimigas. O nome dela é Diana. A última vez que a encontrei foi em uma aldeia de camponeses, no extremo norte do reino. Vocês podem rastreá-la. Acho que não será difícil, já que sua aparência não deve ter mudado muito em três anos. Partam imediatamente e retornem assim que a encontrarem!"
"Sim, senhor! Partiremos imediatamente!", Respondeu Lobo do Leste, curvando-se em sinal de respeito. Era um pouco estranho para Rey receber tal tratamento. Eles eram como seus pais adotivos, seus mestres. No entanto, no exército, a patente era o que importava.
"Hmmm... Vão logo! Conto com vocês," disse Rey, confiando a missão a Lobo do Leste.
Os cinco homens prestaram continência e se retiraram da tenda com passos firmes.
"Reportando!"
Assim que os cinco saíram, ouviu-se uma voz vindo de fora.
Rey abriu a entrada da tenda e perguntou: "Falcon, por que ainda não partiu? Vá! Vá viver uma nova vida!"
"General, não vou abandoná-lo. Irei segui-lo aonde quer que vá. Sei que não me quer por perto, mas tenho uma dívida de vida com o senhor. E vou retribuí-la protegendo-o em segredo."
"Essa foi uma declaração, não um relatório. Diga logo o que o aflige."
"Senhor, o príncipe está no acampamento principal. Ele o aguarda."
"O príncipe? O que ele está fazendo aqui? Esta área ainda não é segura. Está mesmo procurando problemas", murmurou Rey, irritado. No entanto, como era o príncipe, ele não tinha escolha senão recebê-lo.
Ao chegar à tenda principal, Rey, acompanhado por Falcon, que se mantinha discretamente nas sombras, viu um jovem sentado, acompanhado por duas mulheres em trajes tradicionais, que brincavam com as xícaras de chá feitas de mármore. Atrás do príncipe, estava um homem corpulento, vestindo um colete sem camisa, exibindo seus músculos definidos.
Assim que Rey se aproximou, o homem atrás do príncipe e as duas jovens imediatamente assumiram uma postura de alerta. Era evidente que não confiavam em ninguém, nem mesmo em um líder militar da classe de Rey.
"Minhas saudações, Vossa Alteza!", Disse Rey, curvando-se levemente antes de se endireitar como um soldado. Ele ainda usava seu uniforme de combate, com um colete à prova de balas.
O príncipe fez menção de se levantar e dar um tapinha no ombro de Rey. Mas, antes que pudesse fazê-lo, o homem atrás dele interveio.
"Ajoelhe-se na presença do príncipe!", Repreendeu o homem com uma expressão severa.
Rey ficou surpreso com a reprimenda. Afinal, o próprio príncipe nunca se importara se ele o saudava formalmente ou não. Em seus encontros anteriores, era o príncipe quem o tratava com grande respeito. Rey nunca tinha visto aquele homem antes.
"Você não ouviu o que eu disse? Ajoelhe-se diante do príncipe!", Repetiu o homem, rudemente.
Rey encarou o homem, o sangue jovem fervendo em suas veias. Acima de tudo, ele era um general que havia se sacrificado inúmeras vezes pela nação. Se trabalhasse para outro país, ele e seu grupo já teriam recebido bilhões de dólares, com certeza. Mas ali, não só não recebiam pagamento, como eram obrigados a se ajoelhar? Que absurdo!
"Como está, Vossa Alteza?", Perguntou Rey, controlando-se para não explodir e ignorando a ordem do homem corpulento.
"Rey, por favor, sente-se!", Convidou o príncipe, gesticulando para que ele se acomodasse.
"Obrigado, Vossa Alteza." Rey se aproximou, mas foi novamente interrompido pelo homem.
"Você é surdo? Não pode se sentar ao lado do príncipe! Você é apenas um cão de rua!", Gritou o homem.
Dessa vez, Rey não conseguiu se conter. Sua perna, que já avançava para se sentar, parou no ar. Ele se virou para o homem, as sobrancelhas franzidas em fúria.
"Vossa Alteza, onde encontrou esse cãozinho de estimação?", Perguntou Rey, a voz baixa e controlada. Ele se esforçava ao máximo para não perder a cabeça. Se estivessem em campo aberto, a cabeça daquele homem já estaria separada do corpo.
Ao ouvir a pergunta de Rey, o homem ficou furioso e partiu para cima dele. Mas, antes que sua mão tocasse Rey, uma sombra passou como um raio e atingiu sua canela, derrubando-o de joelhos. Um grito de dor escapou de seus lábios.
"Desculpe, Alteza, mas seu cãozinho estava latindo muito alto. Acabamos de voltar da zona de guerra, nosso sangue ainda está quente. Se não fosse você, temo que ele já tivesse virado comida de lobos!" Disse Rey, dando um tapinha no rosto do homem caído. Ele então olhou para Falcon, que permanecia de pé, brincando com o cabelo do homem. Fora Falcon quem havia saído das sombras como um raio para atacar o guarda-costas do príncipe. "Da próxima vez, escolha melhor seu lugar. Mesmo que esteja em uma jaula de ouro, um cão continuará sendo um cão. Não saia latindo por aí. Se continuar, vou enfiar uma granada na sua boca. Se quer bancar o durão, faça isso com os inimigos do reino, não com seus aliados. É fácil ser valentão quando o país está em paz. Para onde você corre quando a guerra eclode? Enterra a cabeça na areia como um avestruz covarde? Maldito! Você não é digno nem de amarrar meus sapatos," vociferou Rey, lançando um olhar tão intenso que o homem sentiu um calafrio percorrer sua espinha. A aura de um guerreiro que havia emergido de um mar de cadáveres era inegável, e o peito do homem se contraiu em medo. E isso era apenas um olhar, Rey ainda não havia feito nada.
Rey fez uma breve reverência ao príncipe antes de finalmente se sentar. As duas jovens em trajes tradicionais se apressaram em servir o chá, oferecendo a xícara a Rey com uma reverência.
"Rey, acalme-se. Seu sangue ainda está fervendo. Se não se controlar, receio que muitas pessoas inocentes acabem mortas quando voltar para a sociedade. Beba seu chá antes que esfrie", disse o príncipe, com um sorriso.
Rey sorriu de volta, entendendo o significado oculto das palavras do príncipe. Ele sabia o que acontecia quando o ferro esfriava: de nada adiantava tentar usá-lo. Era preciso agir enquanto o ferro estava quente.
"O senhor é muito gentil!", Respondeu Rey, fazendo um gesto com a mão para que as jovens se retirassem. "Saiam, todos vocês! E você, Falcon, fique de olho nesse cachorro. Não suporto vê-lo dentro desta tenda. Fora!" Ordenou Rey, ainda irritado. Ele não se importava mais em ser rude na frente do príncipe.
"Alteza...?", O homem corpulento olhou para o príncipe, buscando apoio. Mas o príncipe o ignorou, apenas sorrindo enigmaticamente.
"Falcon, se ele der mais um passo em falso, mate-o!", Ordenou Rey, recebendo um sorriso de Falcon em resposta. No entanto, quando Falcon levou a mão à faca na cintura, o príncipe ergueu a mão, impedindo-o. "Não mate ninguém. E você, saia daqui. Não acontecerá nada comigo", disse o príncipe, intervindo.
Embora contrariado, o homem obedeceu. Ele não ofereceu resistência enquanto Falcon o arrastava pelos cabelos para fora da tenda, como se estivessem expulsando uma mosca irritante.
"Alteza..."
O príncipe ergueu a mão, indicando que Rey deveria esperar. Ele então levou a xícara aos lábios e tomou um gole de chá, fingindo apreciá-lo.
Rey sabia que a visita do príncipe significava algo importante. Mas ele estava cansado demais para tentar decifrar o enigma por trás daquela visita.
"Vocês duas também podem se retirar!", Disse o príncipe, voltando-se para as duas jovens a seu lado.
As moças trocaram olhares rápidos antes de se curvarem profundamente para o príncipe. Com passos elegantes e sedutores, as duas jovens se dirigiram à saída da tenda, desaparecendo em seguida.
Seus movimentos eram extremamente sedutores. No entanto, não se deixe enganar: as duas eram assassinas de sangue frio. Inúmeras vidas já haviam sido ceifadas por suas mãos delicadas. Elas eram conhecidas como as Duas Deusas da Morte. Quando recebiam uma ordem, só havia uma opção: o sucesso. O fracasso era punido com a morte. Elas preferiam morrer a retornar com uma missão incompleta.
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Atualizado até capítulo 236
Comments
Lucia Sousa
Tomara que ele encontre a Diana
2025-02-21
0
Marcia Cristina Carneiro
Agora que ele é um homem tinha que voltar pra Terra dele e tomar dê volta tudo que Foi roubado 09/03/25/
2025-03-10
0
Luluzinha
eita 🤯
2025-01-07
0