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Pisco umas três vezes e encaro o teto do quarto de hotel.
Eu não gosto de sair no meio da semana, mas Mel vai se mudar da California pro Texas e eu não podia desperdiçar a oportunidade de passar a noite com ela.
Olho pro lado e ela está apagada na cama com um lençol que tampa só a b*nda bonita que tem. Dou um pulo da cama e tomo um banho rápido depois de catar as minhas coisas espalhadas pelo quarto.
📞 - Hey, French, é o Eric. Fecha a conta pra mim com o café da manhã incluso, vou deixar pra minha companhia.
Calço meus coturnos e depois me aproximo dela na cama. Afasto uma mecha de cabelo e dou um beijo na bochecha de Mel.
- Foi uma delícia, mas eu tenho que ir trabalhar agora. Boa viagem e boa vida.
Ela geme e abre só um olho pra mim.
- Mas já? Você não tem que trabalhar, Hitch, e sabe disso.
Dou um sorriso de canto pra ela.
- Não, eu não tenho, mas eu gosto de manter a minha cabeça ocupada. Não se preocupa que a conta já tá paga, incluindo o café da manhã. Tchau, gostosa.
Passo na recepção e acerto a conta antes de fazer sinal pra um táxi e ir direto pra oficina. Eu preciso começar a pintar aquele Dodge e não quero nem saber se Brandon terminou aquele motor.
********
Aperto os controles pra abrir a oficina.
São seis portas automáticas que se abrem ao mesmo tempo quando eu digito o comando, não demora e o pessoal chega pra se colocar a postos e fazer esse negócio girar. A primeira coisa que eu faço é ligar a cafeteira pra fazer o café mais forte que eu consiga, não dormi quase nada essa noite, a minha companhia me exigiu muito esforço.
Tomo uma xícara cheia e me sinto pronto pra começar de verdade o meu dia.
Depois de um tempo Brand chega, eu já estou me preparando pra começar a aplicação da primeira camada de tinta no Dodge Challenger 1973 na minha frente. Esse carro é uma jóia, meu coração chega a ficar quente quando eu olho pra ele.
Acoplo a caneca na Bellaria no instante em que meu amigo se aproxima.
- Bom dia pau no rabo!
Olho pra ele e mostro o dedo do meio da mão esquerda.
- Espero que você já tenha terminado o motor desse aqui.
Brandon tira a jaqueta quando dou a primeira jatada de tinta na lateral direita do carro. Ele anda até o aparelho de som e coloca Canibal Corpse pra tocar, depois pega uma cadeira e vira de costas pra se sentar e acender um cigarro enquanto conversa comigo.
- Terminei sim, tá no ponto! Coloquei um V8, seis "caneco", vai correr igual um Dart.
Ele me pergunta qual designe vou colocar na belezinha aqui na minha frente e eu respondo sem tirar os olhos do meu trabalho.
- Clássico, pintura metálica e tribal em preto nas laterais.
Brand sabe que meu vício além de mulher é café, ele se levanta e serve uma xícara pra ele e enche de novo a minha.
- Por falar em tribal, sábado Nick e eu vamos dar um pulo lá na boate. Você vem? Parece que é aniversário de um colega de faculdade da Sil, ela acabou de fazer vinte e um cara, não dá pra gente deixar ela solta por aí.
Huuum, Silvia.
Não gosto muito de ficar pensando nela. Acho que se Brandon sabe que eu imagino quão linda deva ser aquela b*nda enorme por baixo da roupa ele me mata sem pensar duas vezes. Digamos que eu tenho uma quedinha pela irmã dele, mas eu corro de relacionamento sério e sei que não dá pra fazer com ela o mesmo que eu faço por aí.
Eu não repito mulheres. Nunca, jamais, em situação alguma. Só de pensar em me ver preso em um relacionamento sério me dá urticária, e Sil infelizmente é meiga e patricinha demais pra se divertir só por uma noite.
É uma pena, eu sei.
Se ela fosse mais atirada como a minha irmã é eu me vingaria desse imbecil na minha frente. Ele teve a ousadia de sair com a Mandy, a minha irmã mais velha. Olha, sinceramente, eu achei que ela no auge dos seus vinte e nove não cairia na lábia de um cara com vinte e seis, ainda mais um que ela conhece desde que eu estava na faculdade. Qual é? Ele tem a minha idade.
Vou ter que me contentar com o murro que eu dei na cara dele quando descobri.
- É lógico que eu vou. Tô precisando beber, essa oficina tá me matando.
Brandon ri enquanto me entrega a minha xícara.
- Pode largar tudo e ir assumir o banco do papai.
Reviro meus olhos e deixo o material de pintura de lado pra beber o meu café.
- Deus que me livre! Eu deixo isso pra minha irmã.
Eu odeio esse negócio de ficar o dia inteiro enfiado em um terno e sentado no ar condicionado mexendo com papéis. Se eu fosse filho único estaria f*dido. Quero distância de ficar engravatado.
*********
Não malhei hoje de manhã, então resolvo fazer uma hora de corda direto. Meu amigo faz um comentário quando me vê segurando a corda e andando em direção ao aparelho de som pra colocar uma playlist de Slipknot pra tocar.
- Qualquer dia desses você vai arrebentar seus joelhos.
Dou uma risada e me preparo pra me exercitar. Só foco em seguir as batidas das músicas e colocar meu corpo pra se movimentar o tempo inteiro. Atividade física virou a minha a melhor amiga na vida, uma válvula de escape pra conseguir deixar de lado várias decisões ruins que eu tomei quando era mais novo e que quase me levaram pro buraco.
Depois de sessenta minutos pulando sem parar eu me jogo no sofá o puro cansaço. Uso uma toalha pra me enxugar e sinto meus pés formigando.
Vejo Nikolai chegando animado, é o estado de espírito habitual dele.
- E aí, tem alguma coisa pra comer nesse lugar?
Brand está socando um saco de areia e responde que tem cachorro quente. Eles têm uma mãe estrangeira que os ensinou a comer o lanche cheio de coisas, até uvas passas eles colocam no negócio, eu prefiro o tradicional daqui. Nick sai de perto de nós e entra na cozinha pra buscar alguma coisa, depois de um tempo volta fazendo uma gracinha e usando uma salsicha no meio das calças abertas.
Abro a boca pra acabar com ele, mas sou surpreendido com a voz gostosa pra caramba de Silvia.
Veio com mais duas amigas e eu admiro calado a figura bonita que ela é.
Está usando uma calça jeans justa que destaca o quadril feminino pra cacete que ela tem e uma blusa de mangas curtas estampada com três coelhinhas em representação infanfil. Os bichinhos estão carregando sacolas de compras, é uma roupa que combina com ela.
Silvia tem um cabelo loiro natural que usa abaixo do busto, os olhos castanhos dela são doces e ela tem um jeito fofo. É uma menina num corpo de mulherão, isso atiça pra c*ralho a minha imaginação.
Acho graça porque ela olha de relance pra mim quando cumprimenta os irmãos, provavelmente ela percebe o meu interesse mas não dá indicativo algum de que se importa com isso. As vezes faz uma cara de irritada, como se quisesse que eu parasse de olhar, mas não estou nem aí, vou continuar olhando.
Um segredo sobre a senhorita Stanton: ela muitas vezes tem um gênio ruim também. Acho que é em razão de se ter uma avó com raízes latinas e uma mãe vinda diretamente do Brasil. Silvia não perde a paciência fácil, mas quando acontece ela solta os cachorros. Brandon e Nikolai de vez em quando reclamam que ela é muito mimada e turrona.
Eu adoraria domesticar essa fera.
Quem sabe um dia? Ela ainda é muito nova, talvez quando deixar de achar que só os almofadinhas valem a pena perceba que eu posso dar a ela uma diversão que nenhum deles consegue dar.
Até lá eu só aprecio de longe essa menina.
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Atualizado até capítulo 57
Comments
Lívia Maria Esf
Ela que vai te domesticar, bobo!
2024-07-12
2
Beatriz Ferraz
Chegueeeeeiiiiiii e já estou super apaixonadinha já !!!!?!
Li os outros livros e são perfeitos !
2024-06-06
0
Júlia Caires
o famoso os opostos que se atraem
2024-04-24
3